Polimorfismo celestial

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Uma, duas, três, quatro... Quantas são as chances de vida? Não se sabe o que fazemos aqui ou se existe mesmo um propósito. Porém, qual seria o significado do verbo "viver" se não houvesse propósito nenhum em tudo que existiu, existe ou existirá? Muito se fala de um ser maior, de um criador ou de um grande jogador, capaz de prever toda e qualquer variação, de orquestrar as variáveis conforme seus próprios planos. Eu, particularmente, acredito, mas no que? Acredito em todas as coisas, não em uma ou duas personalidades, mas em todas. Pensando estrategicamente, haveria uma maneira de envolver a todos para um único fim comum? Como isso seria feito? A resposta talvez seja "cultura". Não apenas um habilidoso jogador com suas próprias regras, um polimorfismo único. Santos, orixás, deuses, forças da natureza, energia vital e o mais majestoso de todos: O tempo. Não me atrai atribui-lo como personalidade divina, entretanto, faz-se uma bela criação, dom celestial. Um menino em uma vila isolada da cidade que decide acreditar na natureza, um senhor idoso, o qual acende uma vela na janela sempre antes de dormir, com um belo sorriso no rosto. Será "pecado" todas essas coisas? Acreditar em tudo não é o mesmo que não acreditar em nada, confiar no melhor independente de onde vem o melhor é imensuravelmente agradável. Variedade palpável e não palpável, que assim seja. Um banho de pipoca, um passe carinhoso sobre uma luz roxa, receber o corpo e sangue de Cristo, maravilhar-se sob o silêncio de um templo, sob a agitação de outros ou sob o canto ecoável de uma capela. Que perfeição é essa, esse mosaico de sorrisos amparados pelo invisível aos olhos, mas com delicado toque na alma. Um destino sempre possui várias estradas trafegáveis possíveis, basta escolher aquela, a qual lhe toca mais intensamente e esbanja uma grande e viva placa de "Boa viagem".

Quando o universo falaWhere stories live. Discover now