Capítulo 5.

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Maya

Sentia meu corpo inteiro mobilizado, não ousava mexer nenhum músculo, estava suando frio e tinha medo de estragar a bendita maquiagem que levou mais tempo do que eu esperava para ficar pronta.

Percebi que ele, Leon, de soslaio me encarava vez ou outra durante e cerimônia, aumentando ainda mais meu nervosismo.

Ele era mais bonito do que eu imaginava, e não pude deixar de sentir certa familiaridade ao olhar para ele, como se eu já o tivesse visto em algum lugar.

De qualquer forma era até reconfortante, de um jeito estranho, mas reconfortante.

A pedido de minha mão os votos com juras eternas de amor foi dispensado, eu não saberia como encara-lo nos olhos e dizer que o amava incondicionalmente e que meu maior desejo seria envelhecer ao lado dele.

Mas quando o discurso cujo eu mal ouvi do padre terminou, ouvi se direcionar a mim.

—Maya Harper, você aceita Leon, para ama-lo e respeita-lo, na saúde e na doença , na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?– perguntou com tanta naturalidade que tive que me esforçar para não arregalar meus olhos.

Era mais assustador do que eu esperava, engoli em seco, de relance observei Leon que se mantinha inexpressível ao meu lado. Respirei fundo antes de dar o veredito final.

—Aceito.

Satisfeito com minha resposta o padre então se virou para Leon.

—Leon Carter, você aceita Maya como sua legitima esposa, para ama-la e respeita-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?– repetiu o encarando seriamente.

Leon primeiro maneou a cabeça como quem dizia um "sim" silencioso, mas ele estava pensativo, lançou um olhar rápido para o pai ao lado, e então olhou para mim, não desviou o olhar enquanto dava sua resposta.

—Aceito– disse.

Estava feito, era isso, não tinha mais volta. Quis gritar por dentro, precisava tirar essa angustia de mim, talvez eu acumule um pouco mais e depois exploda de uma vez. Pois eu não poderia fazer isso aqui e agora.

—Pelo poder concedido e mim, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva rapaz– sentenciou o padre.

O QUE?

Como pude me esquecer dessa parte, do clichê de todos os casamentos, da marca registrada, do apelo final para aquelas pessoas que segurou o choro até agora. O que selaria definitivamente nossa relação.

Leon se virou para mim, me senti ainda mais apavorada. Meu primeiro beijo, que grande estilo de dar. No entanto desesperador.

Deixei que ele fizesse todo o serviço, não me atiraria em seu pescoço, pois mal conseguia me mover. Leon pousou ambas as mãos em minha cintura e me puxou um pouco mais para perto. Seu olhar não focava com o meu, ele encarava meus lábios ainda sem revelar nenhuma expressão.

Aproximou-se e tocou seus lábios nos meus, apenas um tocar de lábios, fechei meus olhos sentindo o nervosismo, os flashes dispararam como loucos sobre nós, as palmas vieram logo em seguida com as congratulações.

Ele logo se afastou, foi rápido, mais do que minha mente fez parecer.

Leon entrelaçou o braço no meu e sorriu para as câmeras, fiz o mesmo, tínhamos que dar um show para eles, fazer parecer o mais real possível.

Herdeiros (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora