-Ah, e o bom fica pra você?

-Sim.. O carro é meu. -sorri.

Kyran fez o que eu havia dito, deitou seu banco para trás, e eu deitei com a cabeça para o outro lado. Ele se deitou primeiramente virado para a sua própria janela, o que me fez sentir mais confortável.

Vesti mais uma blusa de frio, e uma calca por cima do short. Me deitei novamente e alí encolhida peguei no sono.

Ao que parece, pouco tempo depois acordei assustada com o assovio do vento. Olhei para Kyran que agora estava virado para mim, e então me sentei rapidamente.

-O que foi? -perguntou assustado.

-Você está virado para a minha bunda! -reclamei.

-Ah, para tá. -revirou os olhos e se levantou mechendo em sua mala.

Poucos minutos tirou outra blusa de frio de couro e vestiu. Me olhou e se deslocou de seu lugar, para se sentar comigo lá atrás.

-O que está fazendo? -perguntei.

-Calor do corpo humano, esquenta. -revirou os olhos. -Achei que estivesse na escola.

-Nossa, engraçado. -mostrei o dedo do meio.

Ficamos alguns minutos em silêncio enquanto o frio piorava, e os ventos se tornavam constantes. E isso me fez lembrar de minha mãe. Ri decepcionada.

-O que tá pensando? -Kyran perguntou colocando as mãos nos bolsos.

-Minha mãe, sempre coloca uma cobertinha dobrada no porta malas.

-E por que você não trouxe aqui pra dentro? -perguntou zangado.

-Porque eu tirei ela quando levei o carro pra lavar.

-Ah. Você é bem sonsinha né. -riu.

-Idiota, sonsinha é sua mãe!

-Eu vou dizer isso à ela. -sorriu me olhando, mas logo desviou.

-Você nunca falou de sua família. -afirmei.

-Sim. -disse.

O olhei cerrando os olhos, e ele riu, sabia que não era essa a resposta que eu queria.

-Meu pai é o Alfa da minha cidade, você sabe disso suponho. Ele é um cara gente boa, mas quase não fica em casa. Minha mãe sempre ficou em casa, cuidando de mim e dos meus irmãos. Ela é um amor.

-Quantos irmãos você tem? -perguntei.

-Tenho dois irmãos, são gêmeos, e uma irmã. Todos eles tem 17 anos. -disse e me senti confusa.

-Então são trigêmeos.

-Não. É... Os dois são gêmeos, ela é.. Adotada. -sorriu.

-Ah, isso explica. -sorri. -Mas, e você? Tem quantos anos?

Ele sorriu sem graça e me encarou nos olhos. Sinceramente não entendi o problema em perguntar a sua idade.

-Por que não quer falar?

-Não.. Não é isso.

-É o quê então?

-Porque está tão interessada em saber sobre mim? -perguntou sorrindo abertamente enquanto eu não sabia o que fazer.

Aquilo era verdade, mas nem percebi isso. Aliás, era só curiosidade.

-Nada ué.. Se não quiser falar não fala.

Disse e me endireitei no banco olhando para frente. E após alguns minutos de silêncio, ouvi sua voz como um sussurro.

-21.. Eu tenho 21.

Eu o olhei rapidamente, e o vi sorrir.

-Eu tenho 16, bom só até semana que vem. -me animei sentando virada pra ele.

-Jura? Que dia?

-10.

-Hm.. E vamos ter festa? -perguntou.

-Sinceramente, eu não sei. Só se a minha mãe ou minhas tias inventarem alguma coisa. -sorri.

-Sim, elas vão inventar. -riu.

-O quê? Como você...

-Eu ouvi elas comentarem.

-Estava ouvindo conversa dos outros?

-Não foi culpa minha, eu estava passando pela porta da cozinha e elas estavam lá. -ergueu as mãos em sinal de inocência.

Ele então se abaixou, e pegoi de baixo do banco do motorista uma garrafa de wisky. Ele destampou e bebeu do bico mesmo, e minutos alí olhando tomei a garrafa de sua mão e dei um longo gole.

🌙

Sorri de seu jeito criança, mas logo o que me chamou atenção foi seu sorriso. Agora, o que me chamava atenção eram seus lábios rosados e ao erguer os olhos percebi causar o mesmo efeito, pois seus olhos estavam vidrados em minha boca.

E com apenas um movimento ele se aproximou, e assim, só assim senti o toque de seus lábios. Era tão.. Macio, doce e amargo ao mesmo tempo pelo gosto da wisky. Minhas mãos de imediato subiram para sua cabeça, onde encontrei seu cabelo meio grande liso e macio ao toque.

Logo senti suas mãos acariciando minha cintura, e assim me deu impulso. E sem pensar muito bem já estava encaixada a seu corpo, sentada em cima dele, nos levando a aprofundar o beijo. Assim que nossas línguas se tocaram, um arrepio de subiu pela espinha, e alí continuei aproveitando o momento.

Em questão de segundos, senti suas mãos entrar dentro de minha blusa foi aí que o pingo de consciência que me restava gritou, me fazendo tirar suas mãos de lá.

-Espera. -pedi ofegante. Mas não adiantou muito, voltamos a nos beijar.

-Espera. -pedi novamente minutos depois, o empurrando e saindo de cima dele.

-Desculpa. -pediu sem me olhar.

01/06/18

Um Novo AnoitecerWhere stories live. Discover now