Resolvo contar de uma vez, mesmo não tendo nada com aquele cara, porque isso previne explicações sobre ele se eu realmente for ligar alguma vez, ou se eu encontrar com ele em algum lugar e a honestidade dele me colocar em uma situação... delicada.

— Alguém? — minha mãe ergue uma sobrancelha escura.

Eu e ela, e eles, não poderíamos ser mais diferentes fisicamente. Compensamos isso estando no mesmo patamar de honestidade e amor emocionalmente. No fim das contas, a aparência é o que menos importa.

— Alguém. Ele é alemão. — digo, esperando uma reação deles. — É uns dois anos mais velho também.

— Filha, isso deveria ser os defeitos? Porque, por nós, não importa se ele é marciano, desde que te respeite. O que aconteceu com a nossa família nunca fará que julguemos um povo, e a idade não importa, você já é adulta, sabe o que fazer e com quem.

— Eu não sei como me sentir sobre ele, e esperava que vocês pudessem me ajudar a entender isso. — Respiro fundo. — Ele também tem uma filha. Isso também não é um defeito.

Nada é ouvido por muitos segundos, até a minha mãe tocar minha mão e dizer:

— Não é mesmo um defeito. Só que esta é uma coisa que você precisa decidir sozinha; quer uma criança na sua vida agora?

— Mas você não precisará agir como mãe dela se não quiser, cher, sei que isso te apavora. — o meu pai também aconselha.

— A última coisa é que eu não conheço ele. Já foi até preso, mas parece inocente, só que, e se não for? — Isso é o que mais me aterroriza sobre ele.

A minha doença me fez ser mais recatada por que posso aparentar algo que não sou às vezes, e sabendo como isso é prejudicial, não quero mais ninguém assim na minha vida.

— Conheça ele. Chame-o para sair. Você vai ficar na dúvida até conhecê-lo, e este é o tipo de dúvida que incomoda. — minha mãe aconselha.

— Depois eu ligo. Você não precisa de ajuda no restaurante?

Ela é herdeira de uma rede de restaurantes com comida saudável, e gerencia tudo por aqui para os pais, que moram na França ainda. Nem quando eu queria comer algo diferente podia comer besteira, porque sempre tinha o restaurante da mamãe.

— Na verdade, sim. Eu estava indo para lá agora para procurar uma atendente, desde que a Nala se demitiu sou eu quem atendo e gerencio. Você pode trabalhar à tarde? O salário é o mesmo de antes, mas é um acréscimo para a poupança da faculdade.

— Que eu não vou usar quase nada, — acrescento — porque não fui aceita em quase nenhuma.

— Não fica assim, filha. Dê o seu melhor nesta que você conseguiu entrar e você será aceita na que quer. O segredo é ser a melhor Noelle nos estudos e para a comunidade, e eles verão o seu potencial.

No restaurante, ajudo anotando os pedidos. É um restaurante de comidas europeias, e vemos mais imigrantes e turistas aqui que nativos. Por isso, não me surpreendo tanto ao encontrar um certo imigrante alemão com a filha dele.

— O que é um chucute papai?

Ele faz careta e puxa o cardápio para saber o que é.

Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Where stories live. Discover now