-Senhora, vim te atualizar sobre a situação de hoje até agora.

Reviro os olhos, as vezes esse jeito cheio de formalidades enche o saco.

-Fala qual vai ser a merda do dia. Eu realmente espero que nada de errado, Malik.

-Não vai.-ele começa- um dos primeiros ministros enviaram os melhores soldados da FTR (Força terrestre russa) para escoltar o perímetro durante a nomeação. Já chequei o local e o tatuador. Como você pediu, nenhum dos chefes vão poder entrar armados. Eles serão escoltados ao entrar e ao sair. Dentro do galpão está equipado com câmeras e soldados vão estar por todo o local para garantir a segurança.

-Ótimo. Espero que tudo corra bem. Peça a Lorena que prepare a sala de jantar para a prova de doces. Ela mesma quem deve receber as confeiteiras. E deixe um dos soldados perto quando elas chegarem. Não deixem que ninguém prove nada até que eu chegue. A gente sabe muito bem que essa merda de bolo pode estar envenenado ou alguma merda do tipo.

Ele assente e sai em silêncio, vou para a cozinha e me sento no balcão. A comida está pronta já. Essa menina é muito esforçada. Realmente, adota-la foi uma boa ideia. Fico pensativo quando ela entra. Abaixando a cabeça assim que me vê.

-Bom dia, senhora. Anciosa pelo seu dia?

Sorrio.

-Senta aqui do meu lado- digo. Ela me olha, duvidosa, mas caminha lentamente pra se sentar ao meu lado. - Primeira coisa, não precisa ficar com medo de mim o tempo todo, eu não vou te matar e nem te machucar. Quero que sejamos colegas, okay.

Ela me dá um sorriso incrivelmente doce, que me cativa. Retribuo ao sorriso quase que inconscientemente.

- E sim, eu estou nervosa pra caralho com à nomeação. Muita gente dentro da família sempre foi contra, e a única coisa que impedia eles era meu pai.

-Pelo menos o seu pai sempre te protegeu.- ela diz triste.

-Sim. Ele sempre fez de tudo pra mim. E agora está morto. Órfã aos 18, nunca imaginei algo assim.

-E nem eu.

-Olha-começo.- eu matei o seu pai. Eu a deixei órfã. E você sabe que se não quiser ficar aqui, você é livre para ir.

-Ele ia me vender. Aquilo não era um pai. E sim, eu quero ficar aqui. Quero que você veja que me poupar não foi em vão.

-Eu não te poupei, Lorena. Eu apenas segui as regras e fiz o certo. Se você fizer algo de errado eu vou te castigar. Querendo ou não, você é da família agora.

Ela sorri.

- Eu sei que você irá ser uma ótima capo.

Ela se levanta e abre os braços, se aproximando para me dar um abraço. Fecho a cara assim que ela faz isso.

-Eu já disse, sem abraços porra.

Ela sorri envergonhada e abaixa os braços. Saindo da cozinha. A mesa está posta e eu estou apenas esperando os donzelos descerem pra comer. Falando neles...

Ambos aparecem na porta. Um ao lado do outro. Alec e Pietro estão se contrastando de tal forma que chega a ser impressionante. Enquanto Alec está de jeans e jaqueta de couro parecendo um bad boy saído dos livros mais quentes de uma escritora adolescente, Pietro está em seu terno, barba rala, parecendo um CEO da máfia. Eu com certeza daria para qualquer um dos dois sem nem pensar duas vezes.

Reviro os olhos, envergonhada pelo rumo dos meus pensamentos.

Alec sorri para mim e se senta ao meu lado. Pietro vai para o lado contrário. Nenhum dos dois fala nada, porém sinto a tensão, principalmente de Pietro.

Filha da MáfiaWhere stories live. Discover now