Era estranho dizer isso, era estranho explicar isso. Dizem que quando sentimos prazer, sons são liberados, os tão famosos gemidos, mas eu não sei o que são. Vocês devem se perguntar "Mas, você acabou de explicar o que é". Sim, eu expliquei, porém eu não sei. É simples.
Eu já vi filmes pornôs, já fiz leituras de livros explícitos, mas minha curiosidade sempre me disse que aquilo não era verdade, pois eu sei que não era.
Nesses filmes encontrados na madrugada pelos canais de televisão ou nos milhares de sites espalhados na internet. Mesmo que eu pudesse escutar eram tão falsos, forçados, eram feitos para ser mostrado ao público, para agradar ao público, para fazer aqueles que assistiam sentirem prazer ao assistir, mas, qual é a graça de sentir prazer com um gemido criado?
Pelo incrível que pareça os livros me ensinaram bem mais que os filmes, desde toques, a sons, eles detalhavam e aquilo ali sim me explicava o que eu queria. Procurava e procuro o sentido dos gemidos serem mais prazerosos ao serem proferidos por alguém que amamos.
Minha curiosidade era clara pelo simples fato de nunca ter ouvido um gemido de verdade. Não só envolvido num prazer forçado ou nas entrelinhas de um livro bem escrito. Queria saber como aquele que eu amo, me mostraria o que é um verdadeiro gemido.
Seria eu inocente? Por não entender os toques em um corpo, os sons eróticos, as declarações românticas. Seria eu estranho? Por não me apaixonar, por achar que tudo era científico e extremamente calculado? Por achar bobagem toda essa baboseira de coração que bate forte e mãos que suam? Eu queria ter alguém que me amasse não para ama-la também, como tudo em minha vida era só mais uma pesquisa. Uma pesquisa que acabaria com minhas dúvidas e me faria finalmente entender aquilo que queria.
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Todos os dias a mesma rotina. Eu me levantava, sorria para meus colegas de quarto e para os de classe. Eu fingia ser um adolescente comum, que amava sexo, drogas e rock, porém quando me ofereciam algo do tipo, eu negava, dando uma risada e dizendo que "não estava afim hoje". Ser Jackson Wang, era difícil, afinal todos pensavam que eu era uma coisa que não era. Conhecem o ditado "Julgar o livro pela capa"? Então, todos achavam que pelo meu porte físico e jeito extrovertido, eu era como qualquer um, entretanto eu tinha um mal muito grande, que era minha mente. Ela me pregava peças a todo instante, me confundindo, afinal eu fazia uma coisa, mas pensava completamente o inverso.
Um exemplo, só para que entendam é: Eu escrevia "a", mas minha mente dizia que aquilo era errado e eu deveria ter escrito "b". Eu fingia que "a" era o certo e afirmava com todas as minhas forças que queria "a", mas minha mente me socava dizendo que ali deveria ser um "b".
Viu? Simples? Acho que não, porém é basicamente assim que minha mente funciona. E não poderia ser diferente sobre meus pensamentos sobre sexualidade e relacionamentos.
Eu digo que sou um louco apaixonado, que amo histórias românticas, que o amor deveria se propagar com voracidade, sou aquele que encoraja o amigo a ficar com quem ama, mas sinceramente? Eu acho isso um saco, não vejo sentindo em amar, é uma coisa tão estúpida, necessitar e sofrer por alguém, chorar por alguém, desejar e sentir ciúmes. Isso para mim era inútil e completamente descartável.
Sobre minha sexualidade, você que não me conhece e aqueles que me conhecem acreditavam fielmente na minha heterossexualidade, afinal eu cruza os braços, batia os pés e dizia a qualquer um, o quanto eu desejava mulheres, que batia uma pensando nas 'mina. Sendo que eu não pensava em nada disso, eu não queria ninguém e sempre me senti acanhado com homens mais sérios e frios, eles eram meu paraíso. Mas, eu mentia, eu fingia, eu existia falsamente, mas não porque eu queria e sim porque eu pregava peças em mim mesmo.
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● Just learn me. ● |JackBum.
RandomEu era diferente, eu não sentia, eu não queria, eu fingia. Ele era diferente, ele sentia, ele queria e ao contrário de mim, ele era direito e verdadeiro consigo mesmo. Eu o queria entender, e ele ao menos ligava para mim, mas quando minha curiosidad...
