Capítulo 2

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"Con ese dejo de princesa,

que viene andando de cabeza,

me hace suñar con

la belleza de su encanto de mujer"

David Bustamante ~ No vale la pena

Kain

Eu estava sorrindo por mais de meia hora, desde a cozinha, desde aquela conversa com ela.

Rubi tinha esse efeito sobre mim, mudava meu humor rapidamente com sua forma adorável de ser e suas garras, céus, como adorava suas garras, não há dúvidas de que era diferente.

— Quem diria! — Susurrei para mim mesmo.

Passei a noite excitado, tendo sonhos deliciosamente eróticos com ela, desejando-a como nunca fizera antes, estava me sentindo obcecado, não existia outra palavra para descrever aquela loucura que estava nutrindo.

Nunca fui do tipo de homem que se contenta em não ter o que deseja, talvez isso tenha a ver com o fato de ter sido criado desta forma, nunca fora necessário nada além de querer, tanto na vida dos negócios, quanto em relação a mulheres.

Isso seria um eterno tormento, ao menos até que eu a tivesse para mim.

Depois de um banho quente e relaxante, decidi que já que não tinha fome, poderia aproveitar para revisar emails de contratos estrangeiros, mas depois de tentar por meia hora, aceitei que não conseguiria fazer isso.

Ela não saía da minha cabeça, bufei, indignado por estar naquela situação.

Estava acostumado a tirar o sono das mulheres, e não sabia lidar com o fato de que agora provava de meu próprio veneno.

Comida era a minha única alternativa, talvez isso me distraísse. Sai do quarto em direção às escadas, ainda aéreo, parando na entrada do outro corredor quando notei que tal Pedro saiu apressado, tão apressado que acabou por esquecer a porta de um quarto aberta.

É claro que eu iria passar direto, porém, meu instinto me obrigou a pelo menos checar o que tinha ali.

Parecia que meu cérebro e o universo estavam me enredando em um complô para torna-la ainda mais perfeita aos meus olhos, já não bastava sua beleza enquanto estava desperta, claro que não, para jogar por terra meu alto controle, eu tinha que contempla-la dormida.

Me aproximei aos poucos, testando se aquilo não era um sonho, porque a visão a minha frente era bonita demais para ser real.

O sono tornava seu rosto ainda mais angelical, o jeito como seu corpo parecia encaixado à cama era divino, entrei fechando logo a porta e pela segunda vez no dia, suspirei frustrado por não poder toca-la, por enquanto, lembrei a mim mesmo.

Um barulho no corredor soou às minhas costas, virei para a porta, preparando-me para responder se alguém me perguntasse porque estava ali, estava calmo, tudo sob controle, sabia bem que ninguém teria coragem para me enfrentar.

Era algo que meu pai ensinara, repetia sempre a mesma coisa quando eu lhe questionava sobre como conseguira ser tão admirado: "é preferível ser temido do que amado, meu filho, o homem amado é contestado, porém, o homem temido é sempre respeitado"

Nɑ ʍíɾɑ ժօ ՏհҽíkOnde histórias criam vida. Descubra agora