—Ele fez o que? — perguntou meu pai completamente chocado.

—Ele fez isso por quatro anos... Até que uma antiga cliente pediu para que eu fizesse um vestido de festa para ela. Então ele me deixou sair de casa mas com um segurança ao meu lado. Indo comigo até no banheiro... — diz olhando meu pai atentamente. —A cliente ficou bem satisfeita com o resultado e espalhou para todos que eu tinha voltado com tudo ao mundo estilista. Eu voltei a ter clientes e todo o dinheiro recebido eu guardava metade em uma caixa e a outra entregava a seu pai. Fiquei nessa por cinco anos até que ele descobriu onde eu guardava o dinheiro e os queimou em minha frente, zombando da minha cara dizendo que eu nunca conseguiria sair dali. — diz com os olhos vidrados no chão como se lembra-se de algo.

Meu pai agora estava parado, estático no lugar prestando atenção em tudo que a mulher diz.

—Eu fiquei em depressão por dois anos até que coloquei em minha cabeça que te preocuraria e pediria o seu perdão nem que isso fosse a última coisa da minha vida. Então eu me agarrei a isso e tive forças para sair da depressão e começar a agir. Dessa vez eu fui mais esperta, mostrava ao seu pai o quanto fraca eu estava, o quão miserável aquela depressão me deixava e ele acreditou. Disse a ele que havia voltado a fazer roupas e que tinha que ir a casa das pessoas. Ele nem mesmo se deu ao trabalho de contratar outro segurança para me seguir, deixava que eu fosse de táxi. Sabia que não tinha como eu fugir sem nenhum documento. Eu até fazia umas roupas para disfarçar as minhas saídas. — sorri como se estivesse orgulhosa de si.

—Onde ia? — pergunta meu pai voltando a sentar.

—Lembra que você trabalhava numa academia? Então... Eu contei a história para o seu antigo treinador e ele me deu um emprego de meio período como recepcionista. Era tempo mais que suficiente para montar uma roupa. O dinheiro da academia eu juntei e guardei por cinco anos. Jurei que ficaria um ano fazendo o papel de boa esposa esperando apenas uma brecha para pegar meus documentos e sumi dali, mas eu tive que ficar fazendo o tal papel por dois anos pois seu pai parecia sempre ler meus pensamentos toda vez que eu estava perto de conseguir os documentos. Até que deve uma festa que ele não poderia faltar e ele teve que ir, quis me levar mas eu fingir estar passando mal e com muitas dores. Ele foi e aí eu comecei a agir. Consegui os documentos e com a ajuda de alguns funcionários da casa eu consegui fugi. Fiquei uns três meses escondida esperando a poeira baixar para poder agir e procurar você mas não foi fácil.

—Onde está ele? — pergunta meu pai agarrando a mão de minha mãe.

—Eu não sei. A mídia não fala dele. E eu tomo muito cuidado em me esconder dele. Nunca se sabe. — diz dando de ombros.

—Como sabia nossos nomes? — pergunta minha mãe.

—Bom quando eu procurei Victor eu achei um antigo emprego dele mas quando cheguei lá descobri que ele tinha sido demitido e saído da cidade, foi então que eu continuei a procura mas nunca achava nada. Eu fiquei uns oito meses procurando. Foi então que eu fui a uma apresentação de coral escolar em prateado e vi essa linda mocinha cantando com o esse rapaz. — diz ela sorrindo e apontando para Jasmine e Felipe. —Quando o apresentador disse o sobrenome dela eu nem acreditei, tinha dúvidas claro mas investiguei sobre. Segui o carro onde ela estava e vi que ela estava no mesmo hotel que eu. — sorri novamente.

Observo minha mãe tomar uma postura ereta e tensa. Ela presta atenção em cada palavra. Jasmine agarra Felipe como se tivesse medo.

—Eu perguntei na recepção sobre alguma Jasmine Russell. E eles apenas me disseram que realmente havia uma. No dia seguinte segui eles novamente até o aeroporto apenas para vê qual avião pegariam e vi que viriam para Belarosa. Eles tinham duas horas de espera então corri para o hotel arrumei minha mala e voltei para o aeroporto comprei uma passagem no mesmo voo e fiquei por perto. Segui ela todo o caminho numa distância segura quando desembarcamos foi aí que vi você pela primeira vez filho. Você estava radiante ao ver sua menina voltar pra casa, sorriu de uma maneira tão bela. Vi como a abraçou e a beijou. — sorriu ela novamente.

—Como sabe o restante dos nomes, como sabia que estaríamos no salão? — pergunta minha mãe ainda tensa.

—Eu estou observando vocês desde então. Sei que parece doentio mas não é... Vi eles na confraternização da escola que teve para o encerramento das aulas, vi vocês. — ela aponta para mim e Val. —No jogo de futebol, na pracinha e no restaurante. Vi vocês. — ela aponta para Jas e Fê. —No shopping, na praça e no campo vendo as estrelas.

—Seguiu meus filhos? — pergunta minha mãe um pouco raivosa.

—Eu segui todos, até você. Foi assim que eu soube sua "fama" Rainha da máfia certo? Soube que os vermelhos são de família. Eu precisava saber sobre vocês, no Google não se acha nada sobre e a qualquer um que pergunte na rua eles fogem. — ela se levanta e caminha até meu pai. —Tudo o que eu fiz nesses anos foi tudo por você, tudo para achar você e pedi perdão. Eu amo você Victor.

Ela volta a chorar, alguns minutos se passam até meu pai se jogar no chão e agarrar as pernas da mulher chorando juntamente a ela.

Todos na sala começam a chorar, eu vejo minha mãe tentando ser forte e não chorar mas as lágrimas já escorriam.

—Me perdoa Victor. — diz Helena num sussurro, ela afasta meu pai de suas pernas e agacha no chão para abraçá-lo.

Meu pai se aninha no peito dela e chora compulsivamente, não vou mentir, estou assustado, nunca vi meu pai assim, tão frágil e vulnerável.

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Oh meu Deus, eu só sei falar isso ultimamente 😂

Bom por hoje é isso amores, espero que tenham gostado 🌹😉

Beijos até o próximo 😘😘

Os Herdeiros Rivera Russell. Where stories live. Discover now