05 | Eu já ouvi esse nome antes

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Ele escondeu seu rosto em minha blusa e suas mãozinhas tremiam. Hoje teríamos ensopado de Kihyun para o jantar.

— Eu só achei esse cãozinho e mostrei para ele — disse Kihyun, com um filhote de labrador nas mãos. Suspirei pesadamente e segurei o riso. Como alguém tinha medo de uma bola de pelos daquela?

— Changkyun tem medo de cães, Kihyun.

O de fios pêssego murmurou um "ah" e deixou o bichinho no chão. Aproximou-se de Changkyun e tocou suas mãos, pedindo desculpas.

Hoseok me puxou para seus braços outra vez e beijou minha bochecha.

— Posso ter Hyungwon só para mim agora? — ele indagou com um sorriso de canto nos lábios. O olhei e foi como se em seus orbes tivesse todas as constelações: conhecidas e desconhecidas. Hoseok era tão bem desenhado que poderia ser considerado um príncipe retirado diretamente de um livro de conto de fadas. E eu estava completamente hipnotizado por ele — vamos comprar algumas roupas para você.

Assenti e o segui. Kihyun e Changkyun vieram após, com as mãos entrelaçadas. Olhei para a mão de Hoseok e aproximei a minha, em uma tentativa silenciosa de enlaçá-las. Relutei duas vezes, para só então, na terceira, entrelaçar nossos dedos e senti um calor me percorrer. Hoseok sorriu para mim ao que entramos na loja e saudou a atendente.

— Alteza — ela curvou-se e sorriu ao me olhar — vejo que trouxe companhia — curvou-se para mim também. Eu realmente não sabia como reagir, então apenas dei o meu melhor sorriso.

Hoseok me deixou aos cuidados da garota, que era tão adorável quanto as garotas de Seoul.

— Esperarei aqui, Dahyun — Hoseok disse ao se sentar em um dos sofás camurça. Ela assentiu e me guiou pela loja, mostrando roupas do mais fino pano, cheio de detalhes inimagináveis, complexos e belos. Eu perdi minha concentração em algumas vestimentas, as apreciando. Toquei outras, que eram tão puras quanto seda e outras que pareciam se desmanchar ao simples retirar do cabide.

Provei centenas de roupas, junto de Changkyun. Sinceramente, não me importei, já que toda vez que eu saía do provador, Hoseok me olhava de uma maneira diferente, me fazendo ruborizar.

— Todas ficaram lindas em você, Wonie.

Sorri para ele e abaixei a cabeça ao agradecer.

— Obrigado.

Dahyun pôs todas as roupas em velcro, e disse que uma empregada as entregariam pela tarde. Hoseok não precisou pagar, muito menos dizer o endereço. Apenas saímos da loja e andamos calmamente.

— Quer conhecer um lugar comigo? — ele perguntou. Assenti — pela noite é mais bonito. Consegue esperar?

— Espero que sim — ri.

— Vamos voltar para o castelo. Está quase na hora do almoço — Kihyun disse atrás de nós.

[...]

As empregadas pareciam colocar cada vez mais bandejas na mesa: era tanta comida, o que fariam com os restos?

Hoseok, Changkyun, Kihyun e eu comemos em silêncio, de vez em quando falávamos algo. Não havia nada para ser dito, comer era um horário sagrado.

Assim que terminamos, as empregadas foram avisar Hoseok que as roupas haviam chegado, e para evitar qualquer transtorno — ou tentativa de matar eu e Changkyun — pediu para que fossem lavadas cautelosamente.

— Vou para o quarto — falei ao me levantar da cadeira. Changkyun me olhou, deu um sorriso pequeno e voltou a comer seu frango.

A verdade era que eu não lembrava onde era meu quarto, e nem se o quarto em que acordei era o meu. Mas agora não podia voltar atrás. Caminhei pelos corredores largos e detalhados por longos minutos, tendo a sensação de que já havia passado pela região algumas vezes. Resumindo: eu estava andando em círculos.

Quando encontrei uma porta grande, coberta de ouro, andei até ela e toquei a maçaneta, a girando e encontrando um quarto que era tão belo quanto o que eu estava mais cedo.

Ouvi uma risadinha atrás de mim e olhei em sua direção: era Hoseok, que fechara as portas.

— O que foi? — indaguei ao que passava os dedos pelos livros da estante.

— Você veio para o meu quarto — ele se sentou na cama e eu imediatamente retirei meus dedos de suas coisas — Wonie... — o olhei. Hoseok me hipnotizava de uma forma inexplicável, e bastava dizer um "a" que eu já estava sob seus encantos.

Andei até Hoseok e fiquei entre suas coxas fortes, sendo bem recebido por seus braços quentes em minha cintura. Ficamos nos olhando por bons minutos, até que inclinei meu rosto para perto do seu, e ele me fez sentar em seu colo.

Hoseok cortou a mínima distância que havia entre nós: seus lábios tocaram os meus, em um selar tão sincero que eu podia sentir o que ele sentia.

BLUME 「 2Won 」Where stories live. Discover now