CAPITULO NOVE - O JARDIM

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Ao voltar para casa Donnie se viu sozinho, Sally estava com ele, porém ela certamente, assim que eles chegassem, ela iria para cozinha, preparar o jantar e provavelmente eles não conversariam. Não era uma situação ruim, ele realmente apressiava ficar um pouco sozinho as vezes, no trajeto os vidros escuros da BMW preta que Sally dirigia permitia que ele observasse o movimento nas ruas, sem que fosse alvejado por todos aqueles fotógrafos e jornalistas a espreita de uma situação incomum que lhe rendessem uma boa colocação nos rankings de popularidade.

Em outro momento sem dúvidas ele encheria a paciência de Sally para que ela o deixasse dirigir, no entanto naquele instante seus pensamentos estavam meio perdidos, estava sentado no banco ao lado dela, com os dois pés em cima do banco, ele remexia seu cordão, brincava com ele, vez ou outra ele o colocava entre os dentes, era de ouro puro, ele podia sentir com a ponta dos dedos os detalhes e ranhuras da jóia. Em silêncio ele apenas ouvia música nos fones de ouvido puglados no celular, Sally de vez em quando olhava para ele, ela que era sua amiga, muito mais que uma empregada, era alguém da família, estava ali sentada dividindo a atenção entre ele e o trânsito, que a propósito era bem tranquilo, o seu cabelo rosa nada discreto em evidência nas suas roupas pretas de sempre reluziam com o brilho de um pequeno raio de sol que entrava pelo vidro um pouco aberto. Donnie permanecia calado e quieto, bem diferente do rapaz elétrico e risonho que a acompanhava todos os dias, ela percebeu que algo estava errado.

- Aconteceu alguma coisa? Perguntou ela sem tirar os olhos do trânsito.

- O quê? Disse ele tirando os fones do ouvido.

- Perguntei se aconteceu alguma coisa. Disse ela.

- Não, por que? Perguntou ele um pouco aflito.

- Por que você está esquisito! Disse ela. - Parece preocupado. Você e a Elinor andaram se estranhando de novo?

- Você me conhece mesmo não é? Disse ele sorrindo serenamente.

- Eu criei você , garotinho de nariz arrebitado! Disse ela sorrindo. Ele abriu um sorriso carinhoso.

- É, eu escutei uma conversa entre ela e aquela tal Érica. Aquela mulher não me desde na garganta. Disse ele.

- Não é só você que sente isso em relação a ela. Disse Sally. Escutei alguns comentários não muitos amistosos sobre ela na sede do conselho.

- Porque isso não me surpreende? Perguntou ele retoricamente.

- O que você escutou? Perguntou Sally desviando um pouco a atenção da rua.

- Ela estava falando do Collin, sobre o que ele escreveu, fez alguns comentários em tom de ameaça, sabe... eu não quero acreditar que ela seja capaz de fazer algo contra ele, ou contra a Stacy. Disse ele franzindo a testa. O fato de eu não gostar dela faz me faz imaginar coisas ruins em relação a isso.

- Talvez não seja apenas imaginação! Disse Sally com uma expressão séria.

- Como assim? Perguntou ele arregalando os olhos.

- Alguns anos atrás, um jornalista que estava investigando-a foi assassinado em circunstâncias muito misteriosas. Seu pai e eu investigamos o do por um tempo, tínhamos uma certa desconfiança de que ela estava envolvido no assassinato dele, já que ele causou bastante polêmica na época.

- O quê? Sally? Por que nunca me contou isso? Perguntou ele assustado.

- Você era só uma criança na época Donnie, e além do mais, nos não tínhamos nenhuma prova que a ligasse ao caso, eram apenas hipóteses.

- Mas se meu pai desconfiava dela é pé ele tinha motivos. Disse Donnie.

- O seu pai mais do que ninguém, conhecida a Elinor, ele sabia do que ela era capaz, e mesmo que nós tivéssemos provas, ela tem uma posição alta, uma pessoa que tem o poder que ela tem não sofreria consequência se fosse acusada. O fato é que o caso foi arquivado e assassino nunca foi encontrado. Disse Sally.

Anjos de Aço - O Príncipe  Perdido ✅Onde as histórias ganham vida. Descobre agora