Parte 1

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- Para quem já lia a história antes, eu vou explicar o que aconteceu. A história estava ficando um pouco chata de escrever, e eu não estava gostando de onde a história estava indo. Então eu comecei uma história igual, mas um pouco mais detalhada.Eu ainda não acabei, mas já tenho até a página 10. Eu vou postar aqui. Os personagens são os mesmos, assim como a história. Espero que gostem assim como a outra. Beijos e boa leitura.

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  Tudo naquela cachoeira me lembra do dia, o dia em que tudo aconteceu, é difícil de aceitar e superar, mas metade da minha vida inteira aconteceu em 24h, como tão pouco tempo pode definir sua vida? É tão estranho pensar como era a minha vida antes daquilo, era... Normal.

A nossa história começa comigo, uma menina de 12 anos, com uma família que me ama e me apoia, ou não. Com amigos e tudo que uma garota de 12 anos iria precisar, ou não. Desde pequena aprendi a sobreviver do meu jeito e a viver por cada segundo sem pensar no futuro, e sinceramente, não foi muito bom para mim. Meus pais são adotivos e me dão comida e tudo para sobreviver, mas sei que se passassem por alguma dificuldade e tivessem de cortar alguém da família, eu seria a primeira, tenho dois irmãos mais velhos que não ligam muito para os meus pais, muito menos para mim. Mas você deve estar pensando: "o que aconteceu com os pais biológicos dessa menina?". Eu já tive um pai, ele era muito forte, mas quando eu tinha apenas 3 anos, eu fui deixada na frente de uma exposição em um museu, quando eu descobri que ele tinha me abandonado, fiquei surpresa, pois ele aparentava me amar muito, sei lá, eu lembro de sentir um conforto imenso quando ele me olhava. Logo depois, fui adotada por uma mulher, que me amou como se fosse sua filha biológica, mas um dia, quando eu tinha 8 anos, vi uma fumaça preta a envolver, e quando a fumaça finalmente foi embora, ela caiu no chão e não senti mais sua respiração, os policiais chegaram e me colocaram no carro para me levar para um orfanato, onde passei anos, porque tinham medo de mim, toda vez que queriam me adotar, coisas estranhas aconteciam, houve uma vez em que me levaram para a casa deles para um tipo de adaptação, mas quando voltaram, eu estava brincando com uma águia, que eu sentei em cima e ela realmente voou comigo, e essa foi a coisa mais estranha que aconteceu comigo, até aquele dia.

Bom, o dia começou bem, eu acordei mais feliz do que normalmente, acho que era por causa do aniversário da minha amiga, Kara, ela era minha amiga desde os 10 anos, ela que me ajudou e me abrigou quando eu brigava com os meus pais. Ela estava fazendo 13 anos, e me convidou para passar um dia nadando em uma cachoeira que era um dos meus lugares favoritos no mundo, era onde eu me sentia segura, lá era um dos únicos lugares que nada de estranho tinha me acontecido, e isso era tão importante para mim, sabe? Parecer normal. Enfim, eu acordei e fui tomar um café da manhã, quando terminei voltei para o meu quarto para me arrumar, coloquei um biquíni com um short e uma blusa azul, peguei minha bolsa com uma toalha e uma escova de cabelo, e fui. Quando saí do meu quarto, meu pai me perguntou:

"Onde você vai?", nesse momento eu gelei, porque não sabia se ele deixaria, mas expliquei que era o aniversário da Kara e ele deixou.

Saí de lá com pressa e fui andando até a floresta onde a cachoeira estava localizada, lá na cachoeira eu encontrei com a Kara, outra amiga minha chamada Sky e um garoto que eu nunca tinha visto na minha vida, um tal de Mason, minhas amigas estavam insistindo que ele estudava na nossa sala, mas eu nunca tinha o visto na vida, isso já era estranho, mas eu não iria passar a festa inteira tentando lembrar. Eu pulei na cachoeira e fiquei nadando como todos estavam fazendo, mas quando cheguei no fundo da cachoeira, senti uma mão puxando meu pé, era uma mão bem pequena, tanto que estava me puxando pelo meu dedo do pé, e não pelo pé inteiro, eu comecei a me debater, tentando pedir ajuda, mas ninguém me ajudou, eles me viram, mas continuaram a brincadeira e não me ajudaram, até que o tal do Mason pulou na água do meu lado, pegou a minha mão e fez um sinal dizendo que era para eu soltar o ar, pois eu podia respirar. Eu respirei, eu realmente consegui respirar debaixo d'água, ele me puxou até a superfície, mas não era a mesma superfície, era como se a cachoeira tivesse duas superfícies, chegamos na outra superfície, e tinham crianças em volta do pequeno lago me olhando, até que no meio das crianças apareceu um... centauro? Ele me olhou e disse:

"Vejo que Mason lhe mostrou o caminho para cá", dito isso, ele olhou para Mason com orgulho.

De repente apareceu um garoto no meio da multidão com uma toalha na mão, que estendeu a mão para mim, me tirou do pequeno lago e me embrulhou na toalha.

"Oi, meu nome é Ethan, eu vou lhe apresentar o acampamento e te explicar tudo no caminho", o garoto disse.

Eu fui com ele, porque naquele momento o que eu mais precisava era de uma explicação.

Ele me explicou tudo, e me disse onde eu dormiria até meu pai deus me reclamar, eu ficaria no chalé de Hermes, eu imaginava que seria um chalé legal, mas quando eu cheguei lá, estava todo bagunçado com colchões no chão, blusas penduradas no ventilador, fora a parte que haviam pelo menos umas 100 crianças em um só chalé. Ethan foi até o depósito e buscou um colchão para mim, era bem desconfortável, mas dava para passar as noites até meu pai deus me reclamar.

A noite chegou, e eu estava naquele chalé, deitada em um colchão mais fino que o meu conhecimento sobre minha própria vida no momento, com dúvidas que não me deixavam dormir, como: "O que minhas amigas e meus pais acham que aconteceu comigo?", até que me deparei com meu rosto cheio de lágrimas, eu estava confusa, tudo o que me fazia chorar quando minha vida era normal evoluiu, agora era tão mais poderoso, e era tão diferente. Eu nunca estava sozinha, independentemente de tudo, eu sempre tive alguém que eu pudesse descansar, porque agora não mais? Finalmente encontrei crianças iguais a mim, que passaram por coisas parecidas com as que eu passei, porque ainda me sentia diferente?

Fiquei pensando até que quando eram 2:00 a.m. eu levantei enquanto estavam todos dormindo e fui até a fogueira, e fiquei lá olhando para o fogo, e pensando: "Como eu perdi o controle do que minha vida se tornou?", acho que de todas as dúvidas, aquela era a que mais me assombrava, eu deitei em um dos bancos de madeira em volta da fogueira, fui perdendo a noção de onde eu estava e do que eu estava pensando, até que adormeci.

Filha de HérculesWhere stories live. Discover now