Sai e deixei ele com cara de bobo na mesa. Se for pra não pisar, eu nem discuto.

Quando cheguei na sala a Sapatão já estava lá. Sentei na minha cadeira, que fica atrás da dela.

- Posso saber porquê a madame me deixou sozinho?

Ele me olhou e fez um movimento de vai e vem com a língua. Entendi na hora.

- Eca. Espero que tenha escovado a boca.

Ela riu.

- E tirar esse gostinho delicioso? Jamais, baby!

- Você é suja. - ri e joguei um lápis nela.

- E você é puta. - ela rebateu.

Eu ia responder, mas o professor chegou na hora. Professor feio + matéria chata = eu dormindo a aula toda.

-

- Ainda não sei o que vou comprar. - Priscila falou olhando as roupas que estavam em suas mãos. Foi uma péssima ideia aceitar o convite dela de ir ao shopping.

- Você faz compra como uma garota. - falei e sentei em um puf que tinha perto dos provadores.

- Eu sou uma garota. - falou e jogou uma roupa em mim.

Olhei para ela que estava usando uma blusa masculino, que ficava um pouco larga. Uma calça, também masculina e um tênis rosa.

- Jura? Não parece!

Dessa vez ela também riu.

Estávamos escolhendo mais roupas quando ela recebeu uma mensagem no celular. Pelo sorriso dela já sabia o que era.

- Iiii... Vou ter que te deixar sozinho. Aconteceu um imprevisto.

Levantei uma sobrancelha.

- Esse "imprevisto" - fiz aspas. - Envolve uma boceta?

Ela riu e nós fomos ao caixa pagar.

- Talvez...

A moça que nos atendia era loira e tinha uns peitos grandes. Peitos esses que ela fez questão de esfregar na minha mão que estava sobre o balcão. Alguém avisa pra ela que tenho alergia a pepeca!?

- Deu duzentos e oitenta e nova! Ela falou.

Olhei espantado para a blusa e a calça que estavam na sacola.

- Por esse preço. Espero que essas roupas se lavem sozinhas. - Falei e a moça riu.

Sera se ela acha que eu tô paquerando ela?

- Credito ou débito? - perguntou quando entrei o cartão. Já viu pobre passar alguma coisa no débito?

- Crédito.

Quando olhei para o lado Priscila já tinha sumido. No final só eu comprei roupas.

- Aqui, senhor. - quando eu estava saindo ela me chamou. - Se me passar seu número eu te ligo assim que tiver uma promoção nova. Ai você fica por dentro e gasta menos.

Pai. Afasta de mim esse cálice, pai.

- Eu tô sem celular. - menti.

Ela olhou para minha mão esquerda. Mão essa que segurava meu celular.

- OK - e riu sem graça.

Sai da loja o mais rápido que pude. Sentei em um banco próximo a uma loja de brinquedos. Tinha varias crianças brincando lá dentro. Tinha também umas chorando e se jogando no chão. Meu celular apitou com uma mensagem.

Não precisa me esperar. Vou só mais tarde!

Era Priscila. Visualizei e não respondi. Me tornei a pessoa que eu mais temia: Aquela que visualiza e não responde.

Com esse toco que tomei dessa idiota, só me restava pedir para meu pai me buscar.

Como sempre ele não podia, então disse que pediria a um amigo para me buscar. Meu pai sempre fazia isso: os amigos de "escravos". Vou aderir isso com a Privadia.

-

Meia hora depois eu estava parado do lado de fora do shopping esperando o tal amigo do meu pai. Já estava meio de noite e fazia um pouco de frio.

Uma moto veio parando devagar perto de mim. Era uma moto potente, percebi pelo barulho. O cara parou quase encima de mim.
Quando ele tirou o capacete eu quis xingar meu pai. Por ele ter chamou logo ESSE amigo.

- Não vai subir? - Pedro perguntou me entregando um capacete.




-

Obrigado por lerem. <3
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Gente, se alguém estiver incomodado com o modo de falar dos personagens (Gui e Prih) me falem. Assim eu paro de usar os apelidos. Talvez alguem não goste...

Algemas da Paixão (Gay) Where stories live. Discover now