Capítulo I

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       Enquanto subia aquele elevador de vidro,observei o céu arroxeado, e pensei em Henry. Já tinha um mês desde que ele tinha sumido, meu medo dele ter sido mais uma vítima do caso Apocalipse, só aumentava. O elevador abriu no 7° andar, mesmo tendo sido informada de que aquele andar e o de cima tinham sido evacuados. Um homem de terno, de cabelos castanhos claros lisos, um pouco bagunçados, olhos escuros, com uma expressão de tédio, entrou, meio segundo depois a porta se fechou atrás dele. Talvez ele tenha sentido meus olhos ô julgando, e se virou para mim, olhei para o céu novamente e fingi que nada tinha acontecido.

- Bom dia detetive. - me assustei com aquela voz grave. Depois voltei á olha-lo, com mais atenção agora, e vi um distintivo preso perto do seu ombro. Por isso ele não tinha sido evacuado junto com o restante dos riquinhos. Algo nele era tão familiar, mas por não saber oque, fiquei desconfortável.

- Bom dia detetive... - esperei ele dizer seu nome. Mas não disse, por falta de educação ou burrice, não sei. Quando a porta abriu, sai de lá suspirando. De longe consegui ver a faixa amarela da cena do crime, no final do corredor, ouvi os gritos de Ian ecoando pelo andar. Como em toda investigação, ele era o com mais disposição para atacar os pobres peritos.

Depois que saí da caixa de metal, dei só três passos e meus pés pisaram em algo escorregadio,quase caí quando vi aquela poça vermelha que dominava todo o corredor do andar, e vinha da porta com a faixa amarela. Como não tinha percebido aquele sangue todo antes ? Com a certeza de já saber quem era o assassino dessa vez, corri até àquele apartamento, quase tropeçando vez ou outra. Parei diante da porta marrom aberta, quando vi os furos nela. Os contei. Quatro, eram quatro furos de bala.

- Danver, finalmente você chegou - Ian disse, surgindo de um canto da sala, tão imunda quanto o restante do andar. Ele ia gritar com outro perito que estava coletando um fio de cabelo no sofá, mas parou quando viu que eu não tinha respondido, nem entrado - Alice ? Você está bem ? - acho que foi isso que ele disse, estava absorta demais no meu mundo cheio de falta de esperanças, para ouvir.

Levei um tempo até me recompor, e entrar naquela sala sangrenta. Entrei e observei cada centímetro daquele lugar, e por fim falei :

- Oque aconteceu aqui ? - Tinham quadros e porta-retratos caídos e quebrados por todos os lados, um sofá de couro branco, que deveria estar originalmente em um canto da sala, estava agora com uma perna pendurada pela janela,e a outra dentro do cômodo, a televisão enorme estava com um buraco que começava no meio e se estendia com pequenas rachaduras por toda a tela,presa em um painel torto, quase despencando para o lado, cheia de latas de cerveja, um tapete peludo branco no canto onde provavelmente estava o sofá, tinha uma taça de vinho caída, manchando ele todo, e mais outra coisa que com certeza manchava-ô bem mais. A vítima, uma garota de no máximo 23 anos, estava deitada com os braços esticados, uma de suas mãos segurava a taça, a outra estava em sua garganta, como se tivesse se engasgado com alguma coisa, seu rosto estava completamente roxo, os olhos arregalados, a boca entreaberta. Na hora descobri a causa da morte, e como se tivesse lido a minha mente, o Detetive Sem Nome, disse :

- Envenenamento. Ela foi envenenada! - ele se abaixou,talvez para pegar a taça, Ian ô viu e não deixou isso acontecer.

- Oque acha que está fazendo ? Isso é uma CENA DE CRIME. Pelo amor de Deus. - Gritou, fazendo o Detetive dar dois passos para trás.

    Suspirando, Ian fez um sinal de cabeça para mim, entendi oque queria dizer, e o segui até uma porta de vidro de correr, que dava em uma varanda. Ele fechou a porta, e quando se virou para mim, percebi que estava tenso, porque massageava suas têmporas.

- Quem é esse cara, Donovan? - perguntei sem rodeios, já estressada também.

  Quando abriu os olhos, Ian olhava para qualquer lugar, menos para mim, e ficou um tempo pensando, como se estivesse escolhendo as palavras. Por fim, disse olhando para baixo :

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