Capítulo 2

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Na manhã seguinte após tomar seu café da manhã tranquilamente ao lado da esposa, Scott se dirigiu até a casa de Thomas onde a equipe de perícia ainda realizava o trabalho. Mais uma vez ele olhou para a imponente mansão agora a luz do dia, realmente era maravilhosa. O detetive caminhou até o interior da mansão onde estavam Ted e mais dois homens que levantavam possíveis provas.

— Olá Scott!

— Como vai Ted? Já tem alguma pista que diga o que aconteceu com Christine?

—  Até agora não encontramos nada suspeito, nenhum sinal de arrombamento, nenhum vestígio de sangue, não houve luta corporal e aparentemente a casa está em ordem. Recolhemos algumas impressões digitais que podem ser úteis. Encontramos apenas uma coisa que pode ser uma pista, eu presumo.

— E o que seria? — perguntou o detetive curioso.

— Existe um sistema de monitoramento na casa, as câmeras pegam toda a área externa da residência, mas detectamos que ele está desligado. Vamos recolher a mídia e verificar se ele foi desligado recentemente, de repente encontramos alguma pista se tivermos um pouco de sorte.

— Ótimo! Façam isso e caso encontrem alguma coisa me avisem imediatamente. Christine pode estar correndo perigo e cada minuto que passa pode reduzir as chances de a encontrarmos com vida.

Scott analisou o local, a casa era tão linda por dentro como era por fora. Móveis sofisticados, réplicas de quadros famosos nas paredes e um grande retrato onde o casal aparecia juntos. Provavelmente uma foto tirada no dia do casamento, pois Christine usava um belo vestido de noiva e Thomas usava um terno que certamente era de uma grife famosa, tamanha a sua perfeição.

Ainda quando estava no local Scott ligou para Thomas e perguntou se a esposa havia dado notícias, diante da negativa ele concluiu que Christine definitivamente estava desaparecida. Se o que o marido dizia ilustrava a verdade, a mulher poderia estar desaparecida a pelo menos três dias. No entanto, nenhuma mulher havia sido encontrada morta naquele período. O que mais intrigava Scott era o fato de aparentemente não haver motivos para Christine desaparecer sem dar notícias. Aquela história não estava bem contada, Thomas poderia ter ocultado alguma informação crucial para o andamento das investigações.

Estaria o marido dela omitindo alguma informação que o prejudicaria? Scott não tinha certeza apesar de achar estranho o comportamento dele, muito diferente de alguém que está com a esposa desaparecida. Talvez aquele caso terminasse como mais um crime passional entre tantos que acontecem, mas o detetive não queria se precipitar com suas conclusões. Após a analise das imagens, se é que elas existiam, então quem sabe ele poderia trabalhar em uma linha de investigação.

Scott iria solicitar o rastreamento para tentar encontrar o celular de Christine, assim como possíveis conversas que ela teve recentemente e que poderiam confirmar a fala do marido, ou até mesmo que ela corria perigo. Também pediria o monitoramento de suas atividades na internet, conversaria com os vizinhos e com as amigas, o detetive queria saber quem foi que viu Christine pela última vez antes que ela desaparecesse. Era praticamente impossível que ninguém tivesse visto nada.

Naquela noite...

— Então! Nenhuma notícia da mulher desaparecida? — perguntou Eve.

— Infelizmente não, querida.

— Você suspeita do marido, não é mesmo?

— Não gosto de imaginar maridos matando suas esposas, casos em que mulheres desconhecidas são assassinadas não são tão cruéis como estes. Como pode alguém assassinar a esposa, a mulher que escolheu para ser sua companheira para o resto da vida? Isso é algo inaceitável, ao menos para mim. Infelizmente é algo que acontece com muita frequência.

— Você tem razão, não dá para entender isso. As pessoas se casam dizendo-se apaixonadas, anos mais tarde não se suportam ou muitas vezes o ciúme é maior do que o amor e acontecem coisas desse tipo. Se não está mais dando certo por que não se separam logo de uma vez? Penso que ninguém é obrigado a viver ao lado de quem não ama mais — completou Eve.

— Espero que eu esteja enganado, quem sabe amanhã logo cedo não temos a notícia de que ela foi encontrada, e que está tudo bem. Que ela desapareceu por algum motivo fútil. O marido diz que ela não tem problemas mentais ou qualquer outro distúrbio, mas não podemos afirmar que isso é verdade. Afinal essa é apenas a versão dele. Se necessário vou pedir o nome do médico dela, certamente que ela deve fazer check-ups periódicos.

— Torço para que sim, Scott. E que não seja mais um serial killer a solta pela cidade.

— Seja o que for irei descobrir, mas não me parece o trabalho de um serial killer — respondeu o detetive confiante de que Christine seria encontrada com vida o mais rápido possível. Porém, as coisas seriam um pouco diferente disso. O dia seguinte traria um novo elemento ao caso, algo que mudaria completamente os rumos da investigação.


Assassinato à beira-mar (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora