como uma princesa

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Há algum tempo atrás, no Reino de Edimburgo...

Me chamo Claris Stevens, sempre morei no castelo de Edimburgo, conheço tudo isto como a palma da minha mão. nasci e cresci neste castelo com todas as regalias que uma princesa tem direito, aulas de todas as bobagens inimagináveis, desde piano e francês até a forma correta que uma dama deve se sentar. Tenho ao meu dispor vestidos luxuosos, fitas de cetim, servos e servas.... enfim, tudo o que uma princesa poderia ter na vida, excerto pelo título, eu não sou uma princesa.

A princesa genevieve é uma dama encantadora, aliás, uma das melhores pessoas que eu conheço e sem dúvida a minha melhor amiga. Desde de crianças brincamos juntas, e nos aventuramos pelo reino, o rei sempre teve muito gosto pela nossa amizade, Por outro lado a rainha Dafner por algum motivo não gosta de nos ver tão próximas, e Por sua vontade eu já teria ido estudar em um colégio interno, para donzelas, do outro lado do país, mas, se tem alguém que consegue influenciar o rei mais do que a sua estimada rainha, este alguém é Genevieve, e ela usou todas as armas que podia para que ficássemos juntas no castelo, então assim foi feito, e aqui estou eu.
O irmão de Genevieve, Edimund, que também é o herdeiro do trono, encontra-se em Oxford estudando e aproveitando a liberdade que a distância do reino e da constante lembrança de que é o herdeiro do trono lhe proporcionam, ainda que por pouco tempo, em breve ele estará de volta e terá que arcar com todas as responsabilidades de um futuro rei . Pela nossa diferença de idade, nunca fomos tão próximos e desde que ele viajou para estudar raramente nos vemos.

Eu estou atualmente me preparando para minha apresentação na sociedade, junto com Genevieve. O grande baile real acontecerá em breve, e sem dúvidas estamos ansiosas pela primeira temporada da qual iremos fazer parte. As aulas da senhora Drummond poderão ser finalmente postas em prática, com um cavalheiro de verdade, e sem livros na cabeça para nos corrigir a postura.

Em meio aos meus devaneios sou repentinamente  interrompida pelo mordomo real. 

-com sua licença milady, gostaria de informa-la que a vossa magestade, o rei Edgard,  a aguarda na sala do trono.

- obrigada, senhor belmont, irei agora mesmo.

guardo o livro enfadonho que estava lendo, ou pelo menos tentando, e me dirijo imediatamente para a sala do trono. caminho por entre os corredores que parecem não ter fim, até finalmente avistar a enorme e imponente porta de madeira, com dois soldados enormes do lado de fora.

 quase nunca sou chamada a sala do trono, mas hoje é o dia em que o meu pai chega de mais uma viagem a serviço do rei, nessas ocasiões ele sempre pede a minha presença e provavelmente me aguarda ao seu lado.

O meu pai é um dos principais conselheiros do rei, e assim como eu e Genevieve, eles também  são amigos de infância. Como conselheiro e amigo, o meu pai  é o único que pode falar coisas ao rei que os outros homens jamais ousariam proferir. Certa vez, o rei até deixou de lado a sua posição real, para consolar o meu pai quando a minha mãe morreu. eu não me lembro disso, aconteceu a muito tempo, mas, é uma das histórias que o meu pai sempre faz questão de lembrar.

Paro finalmente diante da porta da sala do trono, os guardas que eu ja conheço bem, me olham de um jeito estranho e logo baixam a cabeça.

baixam a cabeça?

Isso não é muito comum entre os guardas que sempre fazem questão de manter uma posição ereta e altiva, principalmente na minha frente e de Genevieve, sempre tentando nos impressionar.  Logo sou anunciada e entro devagar. o rei, como era de se esperar, está sentado no seu majestoso trono, mas sua aparência ,mesmo sentado no lugar real, não é tão majestosa assim. não vejo meu pai ao seu lado como de costume, e quando me aproximo o rei olha diretamente pra mim, e o que vejo em seus olhos me assusta. sua aparência é de profunda tristeza e só de olhá-lo eu sinto um calafrio pelo meu corpo e um mau pressentimento. me curvo em uma reverência rápida.

-magestade...

-pequena Claris ,eu sinto muito!- disse com a voz embargada, como eu nunca ouvi antes e eu já senti o meu corpo tremer levemente.

-aconteceu alguma coisa? meu pai, não está aqui? - meu pai e eu nunca fomos muito próximos ou amorosos um com o outro, mas, ainda assim, ele é tudo o que eu tenho,e mesmo antes da resposta do rei sinto um aperto no meu coração, como se uma espada estivesse cravada ali - ele não deu notícias sobre sua volta? Vai se atrasar?

- as notícias chegaram pequena, mas, são as piores possíveis. O seu pai foi pego em uma emboscada ao sair da propriedade do conde de downton, na volta aqui  para o castelo. Foi pego em uma atitude covarde do inimigo.
algum traidor, alguém que  sabia onde os soldados estariam acampando e sabotaram sua tenda enquanto todos dormiam. nem os homens que estavam de guarda perceberam até o dia seguinte.

- oh, meu Deus- é tudo o que eu consigo dizer antes que minha visão escureça e eu caia aos pés do rei Edgard.

A protegida do rei (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora