DECIFRA-ME

VAZIO

Clarice

Cheguei na recepção do hotel e tudo estava uma bagunça, vi que no canto estava minha mãe sendo interrogada por um policial e quando vi ela chorando corri de encontro a ela e a abracei.

- Filha, seu pai atirou em mim, em mim e a Maitê me salvou e agora ela está morrendo._minha mãe chorava desesperada e eu sinceramente me segurava para não chorar, eu nunca vi minha mãe tão frágil e abalada.
Depois de prestar depoimento ali mesmo para a polícia, eu e minha mãe fomos levadas ao hospital em que Maitê havia sido levada, minha mãe não dizia nada, estava calada desde que saímos do hotel e isso me deixava angustiada, entramos no hospital e fomos direto pra recepção, minha mãe logo se recompôs e logo foi perguntando para a recepcionista.
- Quero saber sobre a minha namorada, Maitê. _nossa minha mãe foi tão direta, que eu mesma não faria isso.
- Vou levar vocês para conversar com Dr. Paulo. _falou a recepcionista.
Fomos caminhando até um corredor, chegamos a uma sala e ela nos deixou ali esperando, não demorou nem três minutos e o Dr. Paulo chegou.
- Olá, parentes da Maitê?
- Sim sou eu, a namorada dela.
- Então, o estado da Maitê é bem delicado, ela está na UTI, conseguimos tirar a bala, mas ela teve hemorragia. Que debilitou assim muito o seu corpo, mas ela esta reagindo bem, e espero que ela acorde logo.
- Obrigada Dr. Paulo. _falei e abracei minha mãe, seus olhos estavam vidrados, ela estava parada e sem reação, de repente ela se vira pra mim, olhando em meus olhos.
- Eu a amo Clarice, ela não pode morrer agora. Ela não pode me deixar sozinha. _e começou a chorar.
Ficamos ali sentadas, como ela ainda estava na UTI, não podíamos entrar e isso já estava nos angustiando, minha mãe estava encostada no sofá, acho que ela acabou cochilando, peguei meu celular para mandar uma mensagem para Rachel.
"Oi amor, as crianças estão bem?"
"Sim estão, mas a Valentine está um pouco enjoadinha, deve tá sentindo sua falta."
"Hum, chame a babá e venha aqui no hospital, acho que sua amiga está precisando de você."
"Maitê está bem amor?"
"Ela está na UTI, o estado dela é crítico."
"Daqui a pouco estou ai, vou chamar a babá, tomar um banho e daqui a pouco estou ai bebê"
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Rachei

Cheguei ao hospital e fui a sala onde estavam, chegando lá dei um beijo na testa de Clarice e abracei Laura que desabou chorando e pedindo pra trazer Maitê de volta.
- Ei calma, ela vai ficar bem, ela é forte.
- Vocês já viram as notícias que estão na internet!?
- Vários sites falando do seu pai, "Empresário tenta matar namorada d ex esposa", e ainda por cima tem a foto de vocês se pegando lá na boate. Todo mundo já sabe, e sem contar que tem um monte de repórteres na frente do hospital.
- BANDO DE DESGRAÇADOS, QUERENDO DE VANGLORIAR EM CIMA DA TRISTEZA DOS OUTROS._gritou Laura.
A abracei novamente e ela se aconchegou dentro do meu abraço, lembrando me os tempos antigos quando éramos apenas garotinhas e nem imaginávamos passarmos por isso tudo.
Depois de algumas horas o médico apareceu em nossa sala.
- Maitê, vai ser transferida para o quarto. Uma pessoa poderá ficar com ela, ela ainda não acordou, mas esperamos confiantes que o faça dentro de algumas horas.
- Obrigada Doutor, eu vou ficar com ela. _disse Laura se prontificando.
- Então tá, eu e Clarice vamos para o Hotel, se houver algum problema só me ligar._ Clarice abraçou a mãe e saímos e ela foi com o médico para o quarto.
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Laura

Muito difícil ver Maitê assim e eu não podendo fazer nada, agora que sei o quanto eu a amo, mas o que vale agora, eu fui uma covarde, não querendo assumir o que eu sentia.
Me sentei na poltrona que havia do lado e segurou sua mão e acabou dormindo, quando despertou o dia já estava clareando, e nada, sem palavras, sem a voz da mulher que eu amava, ela tinha perdido muito sangue, estava pálida, abatida, estava com olheiras, a hemorragia complicou o estado dela.
Eu só queria poder tirar ela desse lugar, queria ouvir sua voz,olhar dentro dos seus olhos e dizer mil vezes que a amava.
- Eu te amo. _falei baixinho.