Capítulo 07 - Nunca poderei lhe pagar ❤

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— É só uma garantia. Pode continuar... – Ela aponta novamente para a folha a minha frente e segue tirando fotos. — Ah, Chuck. – Ela me chama atenção. — Sorria. – Eu faço uma careta para ela que ri da foto.

— Você não acha que está sendo ridícula? – Questiono.

— Para ficar com você eu preciso ser, assim consigo entender o que se passa na sua cabeça oca. – Retalha.

— Eu nunca tive vontade de bater numa mulher, mas quando estou perto de você tenho essa estranha vontade – Murmuro entredentes.

Ela se inclina para frente.

— O sentimento é reciproco. Eu te odeio – Ela sorri amarelo.

— Eu também, você é desprezível. – Ela puxa o papel da minha mão e animada relê e captura uma foto.

— Seu primeiro ensaio é hoje, ás oito da noite – Eu arregalo os olhos.

— Sua maluca, hoje é sexta, tem festa – Cruzo os braços me escorando na cadeira.

— Aquela que você não vai... Meu amor – Ela balança o contrato para mim.

— Está bem – Concordo. — Mas primeiro, vamos ao shopping.

— Fazer o que lá? – Eu me levanto para puxá-la, mas ela se segura na cadeira.

— Comprar um quilo de carne. O que você acha? É um shopping! – Com mais força, a puxo até ela desistir e soltar-se.

Enfiei ela a força em meu carro. Ela estava vestindo um moletom que obviamente era velho e uma camisa preta. Com uma meia no é e chinelos ela entrou no carro.

Quando reparei bem ela estava usando óculos. Apesar de ficar escondida atrás de roupas feias ela tinha um belo rosto e ficava bem de óculos. Dei partida no carro e ela mais uma vez ficou feito boba alegre olhando para fora da janela.

Ela tirou seus chinelos e colocou os pés para cima. Normalmente me irritaria com alguém fazendo isso, mas decidi ser caridoso com ela e deixa-la em paz. Afinal, hoje eu iria esbravejar muito no seu ouvido por causa das suas roupas.

Anya.

A melhor sensação que eu tinha ao estar com esse traste era essa: quando eu entrava em seu carro e podia sentir a leve brisa no meu rosto. Eu sentia algo bom, lembrava de momentos felizes com meus pais. Momentos que eu queria voltar e pausar para ficar ali para sempre.

Eu tive uma infância triste sendo acusado por todos a minha volta de ter matado minha mãe. Por isso Rony e Iara muitas vezes falam que eu sou misteriosa, nunca lhes conto sobre minha vida. Eles não sabem nada sobre mim além do necessário. Eu perdi meus pais, e trabalhei duro até conseguir entrar aqui. Isso foi o que aquietou eles.

Essa pessoa ao meu lado não era diferente, eu sabia que, por causa do muito que eu iria conviver com ele, uma hora ele também ia querer saber mais sobre mim. Afinal, só sabemos um do outro o que vivemos juntos. O beijo, a denúncia, a entrada na universidade e o pequeno surto dele em me arrastar por aí.

Eu estive me perguntando o porquê me reencontrei com ele depois de três anos. Apesar de ter dito o contrário, eu esperava tê-lo encontrado mais vezes depois que entrei como caloura aqui, mas eu não o via, só ouvia sobre ele suas festas e maluquices. A fama dele corre pela faculdade. Mulheres que falam mal dele e outras mal.

Mas olhando para ele, parecia que ele tinha mais do que diziam sobre ele.

— Porque gosta tanto de ficar com a mão para fora do carro? – Ele me acorda dos meus pensamentos.

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