O Pássaro Negro

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Era uma vez, um pequeno pássaro negro que amava voar, sentia-se livre, gostava de fugir de tudo que tinha ao seu redor as vezes.

Seus pais e seu bando, eram andorinhas com tons lindos de marrom e amarelo, penugens coloridas que coloriam os céus, só ele não tinha cor, era de um total preto. Não se encaixava no bando, chegando até ser desprezado por seu bando, mas também por seu pai, por achar que essa pobre criatura tivera sido fruto de uma traição, mas quando voava, ele esquecia tudo que acontecia no ninho e no bando, era livre, não tinha limites pra voar. Conhecia aves novas, fazia amizades fortes e com esses amigos sempre ia a lugares novos, sempre indo um pouco mais longe do ninho. Esses amigos eram negros também, bom, a grande maioria. Mas eles também iam embora depois de um tempo. Isso era tudo que aquela pequena ave tinha além de um céu azul por cima de si, as vezes cinzento, mas nunca era um abalo suficiente para fazê-lo para.

Voar para ele, era uma fuga que ele amava, mesmo sendo diferente, voar lhe fazia sentir especial. Via tantas criaturas no chão, e ele era o único que voava e isso lhe fazia voar cada vez mais alto. Gostava de se ariscar em coisas novas, gostava da velocidade que tinha por ser uma ave tão pequena.

Ele amava essa sensação de não pertencer a lugar algum, pois ele realmente nunca pertenceu. Ele nunca se sentiu pertencente a lugar algum, as vezes voava bem alto, o mais alto que podia, tentando achar um lugar além das nuvens que fosse o seu lugar, mas era muito frio...

Com os anos passando, e a sua vida mudando, ele via que tudo ao seu redor não era seu, não pertencia de verdade a aquele lugar. Passava muito mais tempo voando, horas e horas até suas asas se cansarem, metade dos que lhe acompanharam foram embora, outros chegaram, mas sempre depois de um tempo iam embora, então simplesmente decidiu voar sozinho, buscando lugares novos sempre, nunca ficava muito tempo no mesmo lugar. E voltar ao ninho, era um desgosto inexplicável. Era tudo que havia lhe sobrado, mas mesmo sem apoio algum ele nunca quis parar de voar, era tudo que ele tinha de mais precioso.

Mas depois de algum temo, depois de ter voado tão longe, depois de ter voado o mais alto que podia e no final ter que voltar do início, ele se cansou de voar. Suas asas não suportavam mais voar sem rumo e ter que voltar d início depois, doía muito e sempre piorava, ele sentia que tinha que parar, e ele parou, em pleno ar.

Caindo em meio aos prédios, cansado de fugir, cansado de procurar um lugar para ele, simplesmente desistiu, aceitou que esse mundo inteiro não era seu lugar. E em meio aos prédios de uma grande cidade, ele pode ver sua face se transformar no que ele é de verdade, aquele viu um menino caindo em meio ao reflexo, vendo suas folhas e seus textos que lhe serviam de asas, não serem suficiente para voar desta vez.

O Passáro NegroWhere stories live. Discover now