capítulo 1

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Quando eu era criança, a coisa que eu mais queria era que alguma criança se mudasse pra casa vizinha. Porque eu poderia ir lá e virariamos amigos, brincariamos e durmiriamos na casa uns dos outros. nos tornariamos melhores amigos vizinhos.

Mas com o tempo eu fui percebendo que se eu quisesse algum amigo, teria que ser na escola mesmo, ja que ninguém se mudava pra casa vizinha. Teve um senhor velhinho que se mudou pra casa, lembro que o nome dele era Geraldo. Mas ele morreu um ano depois, foi encontrado na floresta que fica atrás da minha casa. Ninguém soube a causa da morte até hoje.

Então pra não ficar isolada na escola, eu decidi tentar fazer amizade com uma menina. Eu andava pelos corredores da escola fundamental. E olhava pra todas as crianças que eu visse. E então eu vi ela. Ela estava sentada sozinha em um banco perto de uma árvore, isolada de todo mundo. Como eu ficava. Eu cheguei e deu um oi, de início ela olhou pra todos os lados não achando que eu estava falando com ela, mas depois ela respondeu oi e perguntou se eu queria sentar. E foi nesse momento que eu ganhei minha melhor amiga.

Então depois desse dia, eu parei de esperar vizinhos novos pra eu fazer amizade. Eu não precisava de mais ninguém, porque eu já tinha ela. E eu sabia que acabaria não tendo coragem de ir na casa ao lado só pra dizer oi e perguntar se queria ser meu amigo (a).

- Não acredito! - exclamou Spencer ao meu lado colocando a mão na boca. Ela me encarou e sorriu - agora você pode fazer amizade com quem quer que tenha se mudado pra casa ao lado. - bateu palmas e depois deu uma mordida no seu hambúrguer.

Estávamos no refeitório da escola. Era a hora do intervalo. Estávamos falando sobre como alguns vizinhos costumam ser abusivos com musicas e festas e eu lembrei que vi um caminhão de mudança chegando hoje de manhã. Antes de eu vir pra escola.

- Que isso Spencer. Eu já tenho você, e eu queria isso quando tinha 11 anos. - digo - e não com 17! Nem quero saber quem são meus novos vizinhos da casa que ninguém queria - balanço a cabeça rindo. - e  Você. Alguma novidade? - pego meu hambúrguer mordendo em seguida.

- Não! A não ser que você possa chamar de novidade minha mãe estar querendo adotar um cachorro!  - exclama rindo e termina de comer o hambúrguer.

- A mas cachorros são tão fofinhos... bom. Depende do cachorro - Spencer me olha e revira os olhos bufando. - Ah que isso. É verdade. Eu até queria ter um cachorro desses peludão. Mas eu já tenho a miau - dou de ombro vendo uma menina agarrando um garoto na saída de emergência do refeitorio.

- Eu não me acostumei em você ter você dado o nome da sua gata, que por acaso e toda preta, de miau - franzi a sobrancelha - porque nao colocou o nome dela de pretinha ou Black. Sei lá. Agora miau! Tá sem criatividade - Spencer debocha.

- Você é chata. Eu escolhi esse nome porque quando ela era filhote e chegou lá em casa no meio de uma chuva, que mas parecia dilúvio, ela não miava. Eu achei que ela não tinha voz ou sei lá. Mas um tempo depois ela miou pra mim quando eu estava na parte de trás da minha casa comendo. Parecia que ela estava pedindo comida. - Spencer me ouve com desdém e continuo - ai eu achei que o nome dela devia ter algum sinificado. - dou de ombros.

- Hum tá. Eu parei de prestar atenção na palavra casa já que tem um cara muito gato atrás de você - Spencer aponta pra algo atrás de mim e eu balanço a cabeça discordando - Sallina Rose Emmet dá pra você olhar - sussurra meio gritando.

- Ai tá! Não precisa falar meu nome todo - a olho com raiva e ela aponta atrás de mim novamente.

Eu sei que se não virasse ela me pertubaria até eu não aguentar e acabar virando. O procurei com o olhar, mas não via ninguém. Até que senti que estava sendo observada, virei pra direita do lado da saída de emergência do refeitorio, e o vi. Ele estava sentado com algumas garotas -que mas pareciam urubus na carniça - em volta dele, enquanto o mesmo ainda me encarava indecifrável.

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