Capítulo IV

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Nós combinámos encontrarmo-nos na minha casa pelas 19h, pois a surpresa está no meu quintal, más já são 19h 30 e ele nunca mais aparece. Isto não é nada dele.

São 21h e o João ainda não apareceu e sinceramente começo a ficar preocupada, porque ele nunca se atrasa! É melhor eu mandar lhe mensagem.

*Onde andas? Estás atrasado!* Mando-lhe mensagem na esperança que ele tenha uma boa desculpa pelo atraso.

30 minutos depois, recebo uma mensagem dele, *Desculpa esqueci-me completamente do nosso encontro!! Podemos falar amanhã?* Amanhã? É o nosso aniversário de namoro e ele nem se importa. Nem deu uma desculpa e ainda por cima esqueceu-se?

*É o nosso 1º aniversário João! Como é que te podes esquecer e uma coisa tão importante?*

*Desculpa! Convidaram-me para uma festa na casa do Diogo e eu nunca mais me lembrei que já tínhamos combinado os dois. Desculpa...* Eu não acredito que ele me trocou por uma festa! Isto é surreal.

*Não podes vir ter comigo?*

*Sinceramente eu estou a gostar de estar aqui na festa... falamos amanhã. Boa noite beijinhos* Mas ele está bem? Isto não é nada dele.

Estou demasiado magoada para responder-lhe.

Mas como é que ele pode gostar mais de uma festa do que festejar o nosso 1º aniversário de namoro? Será que ele está a fazer alguma coisa que ele não deve? Ou pior! Será que me está a trair? Não... ele não era capaz de fazer isso. É melhor eu ir deitar-me.

(2h30 da manhã)

MAS PORQUE É QUE NÃO CONSIGO DORMIR?!

Será que ele já foi para casa? Não vou conseguir adormecer sem saber se ele está bem e o que está a fazer. Acho que é melhor ver se está tudo bem, caso contrário eu não vou conseguir descansar.

Logo para um táxi e espero que ele chegue. Em menos de 5 minutos ele estava à minha porta e eu entro indicando-lhe a morada para a qual me quero dirigir.

Chego à entrada da casa do amigo do João e wow! A casa está cheia de gente! É melhor ir embora... não! Eu vim procurá-lo e é isso que vou fazer.

Entro na casa e cruzo-me logo com duas raparigas completamente bêbadas e quase despidas! Tenho mesmo que o encontrar depressa para sair daqui!

Depois de voltas e voltas olho para o relógio e já passou uma hora desde que aqui cheguei e ainda não o encontrei! Estou a começar a ficar preocupada e tonta por causa deste calor.

Subo as escadas para o piso de cima na esperança de encontrar uma casa de banho, porque estou a ficar com muito calor e assim posso refrescar-me com água, mas até agora só encontrei portas trancadas e só tenho mais uma tentativa, a porta no fim do corredor que parece estar semi-aberta.

"Finalm..." Não consegui acabar a palavra a partir do momento em que me deparo com o que estava a acontecer...

"Alice?! O que... que... é que estás aqui a fazer?!" Ele está mesmo surpreendido por me ver.

" O que eu estou aqui a fazer? Isso pergunto eu! O que é que estás aqui a fazer com essa... miúda ao teu colo?! E isso é... droga?!" Estou demasiado irritada! Não acredito que ele foi capaz de fazer isto!

"Não! Quer dizer, sim é, mas não é nada do que tu estás a pensar, eu só estava a experimentar e..." Não é o que estou a pensar? O que é suposto pensar quando se vê o próprio namorado a drogar-se e com uma miúda no colo dele!

"NÃO! Isto é demasiado mau, João! Tu trocas-me por uma festa e ainda por cima para drogares-te e... trair-me?! O que raio te passou pela cabeça?" Preciso de sair desta casa! É melhor ir-me embora. Neste momento, quase não consigo respirar. Estás paredes cada vez estão a chegar mais perto de mim e começo a sentir-me tonta. Decido virar as costas e começo a correr em direção às escadas. O João vem atrás de mim, mas eu estou mesmo irritada e não tenho paciência para falar com ele. Só quero sair desta maldita casa! Encontro finalmente a saída e o João continua a vir atrás de mim gritando o meu nome, mas eu não recuo.

"Alice, espera!"

"Espera?! Espera, João? Isso foi o que eu fiz a tarde toda enquanto tu estavas aqui a divertir-te!" Grito, mas não aguento a falta de ar. Tento recuperar o fôlego e continuo "Deixaste-me pendurada e ainda por cima por um bando de bêbados que só pensam em curtir e fumar droga!" Os meus olhos ardem-me e só me apetece gritar e chorar.

"Eu sei! Desculpa, não faço ideia do que me passou pela cabeça. Desculpa, Alice, a sério!" Culpa cobre-lhe o rosto, mas mesmo assim a única coisa que sinto é raiva e dor de traição.

"Como é que tu ainda tens a lata de me pedir desculpa depois disto, João? Tu tens noção de como eu fiquei? Eu não estava a conseguir dormir, porque estava preocupada contigo! E tu aqui, a fumar e a curtir com uma miúda qualquer que nunca vi na vida como se não se passasse nada e já para não falar do facto de me teres despachado por mensagem!" Eu estou mesmo furiosa com ele! Não acredito que ele foi mesmo capaz de me trair. Começo a perguntar-me porque estou com ele.

"Eu sei, eu sei! Já pedi desculpa, tu queres que faça mais o quê?" Como é que ele consegue dizer aquilo? Mas como é que ele ganhou tanta lata e me disse uma coisa destas... como se tivesse razão! Isto não me está a acontecer!

"Quero que tenhas noção do teu erro e que percebas que estou mesmo chateada para olhar ou falar contigo! Deixa-me em paz..." Começo a andar pela rua procurando o táxi que me trouxe.

"O que é que estás a querer dizer com isso?" Decido parar e responder-lhe com a primeira coisa que me vem à cabeça

"Nada! Só quero estar sozinha para pensar!" Não era bem isto que tinha em mente, mas ,neste momento, acho que não estava a pensar em nada de jeito.

"Não! Temos que resolver isto, Alice!"

"Não, João! Agora não! Eu só quero ir para casa descansar, amanhã falamos." Não tenho cabeça para falar com ele neste momento, tenho medo de dizer algo que não quero dizer.

"Se te fores embora não voltamos a falar!" Ele... ele acabou de dizer o que eu ouvi? Se te fores embora não voltamos a falar! O meu subconsciente diz-me que sim repetindo o que ele disse.

"O quê? Como é que tu podes dizer uma coisa dessas? Eu acabo de te apanhar a fumar e a trair-me e ainda queres ter razão? Só podes estar a gozar!" Nunca imaginara este seu lado. Ele realmente não é quem eu pensava que era.

"Estou a falar muito a sério!" Ele não pode estar a falar a sério. É a raiva, eu sei, mas mesmo assim magoa.

"Então só estás a mostrar que não te importas mesmo comigo." Após estás palavras ásperas me saírem do boca, dor invade o meu peito. Não acredito no que está a acontecer! Ele é mesmo estúpido.

Ele continua a falar, mas eu decido ignorá-lo e continuo a procurar o raio do táxi que devia de estar onde me deixou. Acabo por encontrá-lo no estacionamento à frente da casa e dirijo-me a ele. Entro no táxi e peço ao senhor para me levar a casa o mais rápido possível. O João ainda gritou e correu atrás do carro mas depois acabou por desistir.

Quando chego casa, vou para o meu quarto. Olho para o meu telemóvel e tenho 7 chamadas não atendidas do João, espero que ele não esteja a pensar que o vou atender.

This is my lifeTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon