#WattEntrevistas2

Lyan K. Levian

@CleoMacario e @Paulacristina20 - Entre tantos temas expostos no mundo literário, qual deles não desperta nenhuma vontade de tua parte para escrever?

Gostei da pergunta, me fez pensar bastante. Uma coisa que curto demais ler, mas acho que não gostaria de escrever, são histórias policiais: roteiros centrados numa investigação (e por acaso estou lendo atualmente "O Signo dos Quatro"). O motivo disso é que acho um gênero bem difícil de se trabalhar. Sempre que vejo um filme/série/livro policial fico quebrando a cabeça para entender a paçoca toda (e às vezes ainda peço explicação), huahuahua! XD

@CleoMacario - Ao seu ver qual o erro em uma história que te faz perder totalmente o prazer pela mesma?

Quando tem um excesso de erros gramaticais (embora isso seja ignorável se a história for muito cativante), ou se começa com muitas explicações antes de me conquistar. Por exemplo, algumas histórias começam direto com uma cena instigante, que nos deixa curiosos e faz com que queiramos acompanhar, e só depois introduz as explicações a respeito do entorno. Algo semelhante que acompanhei recentemente foi a série "Altered Carbon", pois mostra no derradeiro começo o personagem numa determinada situação e nos puxa pela curiosidade. Só depois é que foi explorando o como ele chegou ali, e quem ele é. O livro "Bento", de André Vianco, também é assim: a narrativa começa nos mostrando um cara que acorda nu em um lugar escuro parecendo um hospital, e alguns cientistas o rodeiam com pranchetas e uma estranha conversa de "Como vou saber o que ele é? Ele acabou de acordar". Isso deixa a gente perdido, mas puxa pela curiosidade, e apenas muitos capítulos depois é que vamos entender do que se trata. Se eu encaro uma história que começa com explicações antes de eu ter "comprado a ideia", desisto fácil.

@Paulacristina20 , @Liiafrica e @MayaGran - Olá Lyan! Tudo bem, querido!!
Quando e como foi que você começou a escrever?

Hey, olá! Bom, isso são fatos longínquos, pois já vai mais de duas décadas de lembranças apagadas. Eu comecei a criar histórias bem cedo, escrevendo narrativas bem curtas em folhas sulfite. Essas foram para o lixo, mas tenho comigo um caderno bem antigo, de quando eu tinha 9 anos, com algumas coisas que eu criava. Todas bem infantis e inocentes, rs.

@Paulacristina20 - No livro "Anjo Negro", retrata muito da realidade, aborda alguns temas como bullying, autodescobertas, brigas entre gangues e o preconceito. Como foi criar e desenvolver essa história tão intensa e ao mesmo tão cativante também?

As cenas de briga foram difíceis. Como eu nunca fui uma pessoa de me envolver em discussões violentas, precisei fazer algumas perguntas a quem teve uma adolescência, digamos, mais explosiva. Quanto ao restante, autodescoberta, preconceito e bullying, creio que é algo que todos temos um pouco dentro de nós (LGBT ou não), e bastou eu canalizar isso para os personagens da forma que eu achei correta. Em certas partes a indignação me consumia, e eu tinha que parar algumas horas antes de continuar a escrever, porque, como você bem pontuou, esses assuntos são intensos.

@Paulacristina20 - Na hora de escrever, você prefere o silêncio total ou gosta de ouvir alguma música no momento?

Gosto da música da natureza, hehehe. Falando sério agora, gosto de silêncio. Mas curto o som da chuva ou os sons de insetos noturnos, também. A música eu gosto de ouvir antes de escrever, para encher meu potinho de criatividade. Mas durante o processo ela me distrai.

@Paulacristina20 - Lyan querido, além da sua escrita maravilhosa, você também desenha e muito bem por sinal, fiquei encantada com o desenho do personagem Arcano, do livro de "Contos Gatos Pervertidos" e digo descaradamente, já quero um desenho do personagem Leonel também kkkk. Como você começou essa paixão também pelos desenhos