Escravizada pelo Alpha - A Profecia

C A P Í T U L O 82

     MåæҜሃn sorri, calmo.

     Sua maior preocupação sempre foi Relíquia. Sendo o mais traiçoeiro ele seria aquele com mais chance de conhecer suas ardilagens. Não é um lobo de R𝖍ǝēll, conhecidos pelos jogos mentais e manipulação. Relíquia é um lobo de Fenrir, conhecidos pelos jogos e ardilagens. Não poderia reconhecer as manipulações mentais, mas identificaria ou, no mínimo, suspeitaria de algum jogo ocorrendo na Supremacia.

     E estava certo em redobrar os cuidados com ele.

— Poderiam falar em um idioma que eu compreenda? — Kalleu perguntou, com tédio.

— A putinha não tem que dar o cu ou tá tão cheio de merda que não é fodível? — Relíquia rosnou ao vampiro.

— Não sou eu o Demarttel que anda fodendo com três dos quatro Bhettas. — Kalleu encarou Katherine e piscou. — Certo, maninha?

— Você já sabia… — Conclui MåæҜሃn, orgulhoso.

     Kalleu, frustrando-se com a volta ao idioma chamou com os dedos uma loba inimiga. Apontou para os dois e ordenou:

— Traduz aqui, sim. — A mulher então começou a sussurrar em seu ouvido, causando rosnados nos lobos ao redor. Uma lhycan submetida a um vampiro…

     Eles queriam sua cabeça…

— Mais do que imagina. — O Bhetta audaciosamente aproximou-se. — Não conseguiu substituir sua companheira e vai atrás da boceta mais parecida que encontra? Para um Bhetta de R𝖍ǝēll, você mais parece uma cão raivoso prestes a ser sacrificado.

— O que você acha que sabe, Relíquia? — MåæҜሃn continuava calmo obtendo as mesmas características esperadas por um Bhetta mangido pela deusa R𝖍ǝēll, aquela ligada à inteligência, sabedoria, estratégia, lembranças e sonhos.

     Um Bhetta de R𝖍ǝēll é paciente, calmo e estratégico. Dificilmente se abala por emoções. Contém uma excelente qualidade de memória.

     O único problema é quando, por algum motivo, é dominado pelo rancor… pelo ódio. Então o lobo perde a noção do certo e errado. Aquele acostumado trabalhar com a mente passa a precisar de ajuda psicológica. Simplesmente por não moderar logicamente suas emoções.

     Algo extremamente raro de acontecer. E só acontece com emoções tão fortes que podem levá-lo a morte.

     Algo como…

— Como ela era? — Relíquia não seria um desgraçado a não demonstrar empatia quando claramente o homem ainda sofre sua perda.

     MåæҜሃn, por algum motivo, hesita. O resto se humor morre e sua verdadeira face vem. Mesmo o Alpha, ao encará-lo com seu olhar frio mostra que ele não tem emoções. Não é dor. É simplesmente quem é. Mas ao olhar para o antigo Bhetta, seus olhos mostram um luto não superado.

     Uma dor que só não o matou porque ele sufoca seu luto e faz sua mente trabalhar dia após dia criando uma realidade inexistente onde ele ainda não a achou. Mas que ela ainda vive… em algum lugar.

— Incrível. — Respondeu. — Foi uma humana que não deixou-se abalar pela sociedade. Sempre alegre e sorridente, sem saber o que eu sou, se apaixonou. A desposei segundo suas tradições e na noite nupcial descobriu de onde vim. Se assustou mas em três dias me aceitou. Então a marquei.

— Foi durante a época em que Mhyhæther chegou ao bando. Obviamente você não confiou o suficiente para trazê-la a Hyfhyttus. — Deduziu Relíquia o que vem suspeitando a anos. — A guerra estava forte. Você não estaria presente para protegê-la. E as mulheres eram alvos. Àrl teve que se esconder onde jamais poderia ser encontrada. A alcateia estava em crise.