Capítulo 3- Encontro com o monstro

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Acordei com um sorriso no rosto porque finalmente o meu plano ia começar. Passei a manhã a ver tv. Almocei e comecei a arrumar-me.

Arrumei me muito bem com um vestido vermelho, umas sandálias pretas e uma maquilhagem muito bem feita. Estava de arrasar e tinha mesmo de estar para conseguir ficar com o emprego.

Pelas minhas fontes, eu já sabia que o meu patrão conseguia importar-se mais com o meu corpo, do que propriamente se eu sabia fazer o meu trabalho. Resumindo ele é um canalha e não pode ver uma mulher á sua frente.

Sai de casa, peguei no meu carro e foi em direção ao meu mais esperado encontro.

Cheguei à empresa, quando entrei no primeiro encontrei uma mulher muito simpática que se encontrava lá. Acho que vou gostar muito dela.

E perguntei-lhe onde se estava a realizar as entrevistas.

Ela respondeu me que era no segundo piso.

Peguei no elevador e sai no segundo piso.

Dirigi me a rececionista.

-Bom dia, tenho uma entrevista marcada para as 14:30.

-Bom dia, podia me dizer o seu nome? - questionou a rececionista.

-Eva Gonzalez

-Muito bem, aguarde um momento. Já é a seguir.

Aguardei uns 10 minutos, quando a mulher que estava lá saiu. Eu levantei-me, segui pelo corredor. Respirei fundo e entrei no papel de mulher decidida e que  não se deixa abalar por nada.

Bati na porta e escutei uma voz forte:

-Pode entrar.

Abri a porta e dei com o demónio do meu pesadelo na minha frente.

Aquela besta, continuava quase igual. Só lhe aparecem algumas rugas nos cantos dos olhos e alguns cabelos brancos.

Muito serena, dei os bons dias.

-Bom dia senhor Medeiros.

O canalha deu um sorriso perverso e disse:

-Pode me tratar por Paulo, senhorita?

-Eva Gonzalez.

Ele nunca me reconheceria por Eva Gonzalez mas se soubesse o meu último nome eu seria a sua presa.

Mal ele sabe que eu vou ser o seu pior pesadelo.

Que o jogo começe.

-Que nome interessante.- E piscou-me o olho.

-Obrigado Paulo.- Dei lhe um sorriso.

-Tenho aqui o meu curriculo caso precise ver as minhas qualidades.- interpelei provocativa

Ele ficou muito sério como se ali algo estivesse errado, então tive logo de mudar de táctica. Senão ele iria desconfiar.

-Bom Paulo, eu gostaria muito que me contratasse. E acho que poderia ser útil para a sua empresa.

-Pelo que vejo no seu curriculo, estudou fora do país. E pelo que vejo também é orfã.

Segurei-me muito para não lhe dizer que a razão por ser órfã, era tudo culpa dele.

-Pois é a lei da vida.- Fazendo de tudo pra não demonstrar nenhuma tristeza. Aquilo ainda mexia comigo.

-A morte é algo que temos de saber lidar, quanto antes melhor. Muita gente, nem faz cá falta nenhuma. Só os fortes é que cá ficam.- Respondeu muito arrogante.

Senti uma raiva enorme, que só me apetecia apertar-lhe aquele pescoço.

- Isso concordo consigo.- Retorqui, ele mal sabendo que me estava a referir a ele. Ele era a única pessoa que não fazia cá falta nenhuma.

Ele gargalhou.

-Muito bem, continuando vejo aqui que teve uma belas qualificações na universidade.

-Sim é verdade, e estou pronta para demonstrar o que sei fazer. - Mal tu sabes o que eu te quero fazer, pensei comigo mesma.

-Agora diga -me porquê que a deveria contratar?

- porque eu acho que nunca encontrará ninguém como eu.

-Muito direta, pronto por hoje é so isto. Caso seja contratada, receberá um telefonema. Obrigada.

Levantou- se e segurou a minha mão e deu um aperto.

Senti um grande nojo subir por mim acima. E senti um grande arrepio. Parece que ele também sentiu porque ele deu um sorriso sacana, ele pensando que era outro sentimento menos nojo e raiva.

-Um bom dia.

E sai de lá, quase corri até ao elevador. Como se quisesse fugir dali, com as lágrimas a acumular nos meus olhos. Eu não sei caso fosse contratada como ia seguir com aquilo para a frente. Mas eu tinha que ser forte, porque a morte do meu pai não foi em vão. Por isso tinha que continuar com este jogo.

Nem sei como cheguei a casa, nem vi o caminho pela minha frente parece que vinha em modo automático.

Deitei-me na cama esgotada e adormeci.

Passadas 4 horas acordei com o rosto todo vermelho. E decidi que ia começar a fazer o jantar. Quando o jantar estava no forno fui ver um pouco da televisão pra me distrair um pouco.

O meu telefone começou a tocar que até me assustei.

-Estou. -Disse quando atendi o telefone.

-Boa tarde, daqui fala da empresa Medeiros, era só pra avisar que foi contratada.

-Hum, ok. Obrigada.

-Começa a trabalhar na segunda. Até lá.

-Até. - Respondi, mal sabia ela que eu queria estar o mais longe possível daquela empresa, daquela família. De tudo que envolvesse as pessoas que assassinaram o meu pai.

Mas devido ao que prometi a mim mesma eu iria continuar até ao fim dele ou até ao meu fim.

Por isso prepara-te porque só irei parar quando te conseguir pôr no teu fim. E quando saber que não te conseguiras reerguer.

Ódio VS AmorWhere stories live. Discover now