Capítulo- 25- Sean

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Existem situações em que a vida te cobra um preço muito alto por seus pecados. Perder Allyson e meu filho foi uma conta muito cara. Nunca me senti tão vulnerável.

Eviscerado como nas últimas duas semanas. Nunca imaginei passar por momentos de tanta aflição. Nem mesmo quando meus pais se separaram, ou quando minha mãe entrava em crise.

Eu mal podia acreditar que estava com Allyson em meus braços. Eu não sabia se estava sonhando, ou acordado. Eu ainda sentia as garras do medo fincarem em meu sistema.

E toda vez que ele me percorria, eu abraçava Allyson com mais força. Eu ainda estava agarrado ao seu colo. Chorando.

–Assim você vai sufocar minha prima, Sean. Deixe-me abraçá-la também, homem!

Ralhou Brandon, puxando-me pela camisa, tentando me manter longe de Allyson.

Meu amigo é um folgado de merda. Mas eu devia tanto a ele. Quando as buscas pelo corpo de Allyson cessaram, eu estava destroçado. Então ele tomou a frente dos preparativos do funeral simbólico.

Eu estava quebrado e não tinha forças para cuidar nem mesmo de minha mãe. E Deus é testemunha que eu tentei ser forte por ela. Mas porra, como alguém poderia ser forte depois de perder a mulher que ama?

A pior parte foi ver a pedra fria de mármore, com o nome de Allyson em meio a tantas outras no cemitério, eu juro que morri naquele dia. Lembro perfeitamente da sensação agonizante de ter que me despedir dela pra sempre, sem direito a um último adeus.

Lembro que enlouqueci e parti pra cima de um paparazzi. Bati tanto nele que o miserável ficou desacordado, e completamente desfigurado. Quem me tirou de cima do homem foi Brandon. Senão eu o teria matado.

Respondi por lesão corporal grave, mas eu não ligava. Por um momento coloquei meus demônios pra fora. Exatamente como fiz agora pouco.

Quando recebi o telefonema de Allyson, eu estava em casa, trancado na biblioteca. Segurava um copo de uísque, e blasfemava contra Deus e o mundo. Obcecado por vingança contratei um detetive. Eu passaria a vida caçando o responsável por minha miséria.

Foi quando meu celular vibrou. Ao ouvir a voz de Allyson do outro lado eu pensei que fosse fruto da minha imaginação doente. Então desliguei. Mas para minha surpresa, era real!

Era minha Allyson do outro lado.

Eu tremia tanto quando desliguei que sabia que não teria como dirigir. Liguei para Brandon, e pedi ajuda contando sobre o telefonema. Lógico que ele não acreditou. Quem acreditaria? Mas eu implorei que ele me ajudasse só mais essa vez. Então eu o deixaria em paz.

Seguindo o endereço que Ally havia me passado, chegamos rápido ao hospital. Eu corri para fora da SUV antes mesmo do Brandon desligá-la.

Procurei a recepção do hospital e indaguei esbaforido por Cecilia. A recepcionista me indicou o quarto em que possivelmente Allyson estava depois de muita insistência e ameaça. E sem esperar pelo seu aviso de não fazer barulho, ou de que eu não estava autorizado a vê-la, voei pelo corredor a procura do quarto 23.

Ao chegar à porta do mesmo, meu coração batia louco. Estava prestes a entrar quando um homem alto e magro se colocou a minha frente. Olhando-me com hostilidade ele se colocou ao meu lado, tentando bloquear a porta.

Ele esbravejou e disse que eu não poderia entrar lá. Uma mulher baixinha e de cabelos castanhos se aproximou rápido, perguntando-me se eu era Sean, Sean de Allyson.

Divaguei...

Ainda ofegante pela corrida, eu encarei o homem a minha frente com suspeita.

– Como assim Sean de Allyson? Não existe nenhuma Allyson aqui, Harriett! – gritou o homem completamente transtornado.

O Executivo Tatuado(LIVRO NÃO COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora