O CAMPO ÍRIS-KOLUM ... traiçoeiro paraíso

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Distraídos com tal lugar, e é realmente o único lugar agradável de Zenkoulous, ninguém percebeu quando o guerreiro Abylussus e o seu cavalo desapareceram entre folhas e galhos distantes assim que surgiu o resplendor do campo. Foi embora subitamente a treva obscura que inviabilizava a caminhada .

Já estavam todos enturmados entre si e com o cenário agradabilíssimo, Martin Ühler olha para os lados e vê que estão todos fazendo algo, após terem descansados por incrível que pareça e parece mesmo que o cansaço era maior que a fome, afinal o desgaste e a exaustão física e mental corroía a alma .

Foi só após horas e horas de descanso e repouso devidamente merecidos que os primeiros audaciosos foram atrás das primeiras refeições no campo de Íris-Kolum. Já estariam ali cortando madeiras e troncos, ascendendo fogueiras em vários locais e fazendo armas com lanças pontiagudas .

Haviam cogumelos enormes comestíveis mas nada saborosos, animais, praticamente não existiam , era preciso ter que comer varias espécies de pássaros , folhas e insetos. Nada mudou muito, só a paisagem , até diminuiu o calor e a sensação insuportável de quentura devido ao ar florido e transpirável. Esses cogumelos comestíveis tinham dupla função , alimentar e transportar , isso mesmo! transportar.

- Olha só eu estou flutuando ! -

Grita uma bela menina desajeitada , pés descalços e cabelos ondulados claros, quase ruivos, é a primeira vez que Martin Ühler ver aquela adolescente, ela estava sozinha a todo tempo, na verdade seguindo os passos de uma mulher que cuidava dela e dava-lhe amparo desde que se encontraram no abismo, essa mulher viu naquela garota, uma filha.

Martin Ühler sem hesitar faz a mesma coisa, arranca um cogumelo da terra áspera , coloca seus pés sob ele e começa a flutuar pelo campo de matos e folhas quase secos, mas ainda vivos .

- Ei, esses cogumelos podem ser um de nossos alimentos pra toda eternidade, sabiam?-

- É , mas se servem também para planar e flutuarmos , devemos usar toda serventia que eles nos oferecem - Responde Martin a objeção.

Começa então algumas pessoas a querer sobrevoar naquele campo, afinal o intuito é sempre desvendar e explorar o abismo.

E além do mais, uma ajuda que preservasse as pernas cansadas depois de dias e dias de andanças, era muito bem vinda. Os cogumelos mágicos não suportavam mais de uma pessoa em cima deles, era preciso que cada um seguisse isoladamente. Então começou uma caminhada flutuante percorrida por sobre campos e campos sendo todos eles iguais, com a mesma vegetação seca e escassa.

Os cogumelos pairavam a cerca de um metro de altura com uma velocidade um tanto apressurada, era preciso apressar o passo quem nao conseguia acha-los .

- Martin ! Me dê suas mãos -.

Falou a adolescente de quase mesma idade que a sua .

Ele só conseguia olhar nos olhos dela e sentir sua mão amigável e acolhedora, o coração de Martin palpita mais forte, seria a primeira vez que ele sentira que ainda havia um coração no seu peito desde que abrigava o abismo, não se sentia assim desde os dez anos, quando gostava de uma menina no quinto ano colegial .

Eles pararam de deambular pelos ares quando os cogumelos começavam a se desmanchar devido ao calor tórrido, mesmo assim percorreram por um vasto atalho .

- Por que acha que está aqui ? -

Sem se conter questiona Martin .

- Eu não sei... Se o fim do mundo realmente aconteceu e eu estou aqui, por que é aqui que devo estar , eu quero entender , entender de Deus , ou do demônio onde eu estou ? E como ficarei ? -

O Abismo De Martin ÜhlerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora