Poesia

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"Valentines's Day, dia de São Valentim
Valentines's Day, dia de São Valentim
Que linda,
Quero te encontrar, quero te abraçar
Quero te abraçar, quero te beijar
Quero te beijar, quero te amar, menina!"

Olhou-se mais uma vez no espelho, ajeitando a franja e passando a mão pela roupa. Não que tivesse muito que fazer quando tudo que podia usar era o tradicional uniforme de sua escola. Mas tinha caprichado. Ela mesma passara a blusa branca de mangas compridas e fez questão de engomar muito bem a gola estilo marinheiro. Certificou-se ainda de que o laço estaria muito bem feito, sem amassados. Para ele, providenciou uma joia de família, para dar um charme a mais.

Passou ainda prega por prega da saia e, dessa vez, escolheu a que estava um pouco mais curta. Não que fosse adepta dessas coisas ou achava que isso seria um ponto-chave, mas resolveu ousar naquilo. Para equilibrar, colocou uma meia um pouco mais alta do que de costume e comprou novas sapatilhas, no estilo boneca. Um pequeno detalhe no look, em referência ao apelido que há tantos anos apreciava.

Trocou a fita no cabelo por um arquinho simples, nas orelhas o presente que ganhara dele no natal passado. "Pérolas, porque lembram seus olhos e essa pedrinha azul embaixo, para lembrar-se de mim, Hina!", ele disse.

Sempre que se lembrava daquelas palavras, Hyuuga Hinata sorria. E, ao se olhar no espelho mais uma vez, constatou que se encontrava como sempre, com os dentes à mostra. Desceu as escadas correndo, o coração palpitando, pegou qualquer coisa na cozinha, julgou serem rosquinhas de leite, engoliu e tomou um gole de café apenas para empurrar a comida mesmo.

— Neji, estou indo na frente. Acompanhe a Hanabi. Tenho coisas para resolver. - gritou, quando já estava na porta de casa, pronta para sair. Tendo tempo apenas de ver o primo a olhando com o semblante sério.

Quando já estava no portão externo, se deu conta do seu grande engano e correu de volta para dentro de casa. "Como pude esquecer aquilo?" E quando ia abrir a porta, o que precisava estava ali, bem suspenso em sua frente.

— Nee-san, acredito que isso seja muito importante para você!

— Óh, claro! Obrigada, Hanabi! - e deu um beijo carinhoso na testa da menor.

— Finalmente tomou coragem, Hina? - a mais velha olhou assustada para irmã. Como assim ela estava lhe questionando isso? — Irmã, nem adianta esconder. É só saber que data é hoje, o conteúdo do saquinho e reparar que ela é laranja com desenhos de sapinhos!

Isso era verdade. Havia escolhido a dedo aquela sacolinha de pano. À primeira vista, poderia parecer infantil, mas tinha um significado enorme. A pessoa a quem o pacotinho se destinaria tinha um amor enorme por aquela cor gritante e, quando crianças e vizinhos, criaram girinos e sapinhos na fonte que tinha no quintal da casa dos Hyuuga. Sorriu.

— Quando eu voltar, a gente conversa. - viu a carinha de pidona da irmãzinha. — Nabi, isso é uma promessa, ok? Te conto tudo. Mas deixa acontecer primeiro...

— Vou te cobrar. Te amo, Hina! Boa sorte. Que São Valentim te ajude! - abraçou as pernas da azulada, que era centímetros mais alta.

— Também te amo, Nabi!

Foi repassando tudo em sua cabeça. Desde o dia que recebera aquele trabalho do professor de literatura, começou a arquitetar isso. Julgou ser a chance perfeita. Precisava escrever um poema de amor, que deveria ser declamado em frente de toda a sala. Qual a melhor forma de se declarar a alguém e vencer a timidez ao mesmo tempo? Com alguma sorte, ele poderia se tocar pelas pistas que daria em seu texto...

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