Capítulo 18

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Na semana que passou, Taylor e Angie não se desgrudaram. Taylor quase a beijou uma dezena de vezes. E isso o incomodava muito. Ele assistia àquele sentimento crescer dentro dele e não podia fazer nada. Não conseguia lutar contra aquilo. Sentia-se cada vez mais confuso, quase desamparado. Sem rumo. Prestes a perder o controle.

A turma toda foi ao show. Angie, Taylor, Zac, Mel, Alex, Isaac, Emily, Tom e Mark. Isaac e Emily estavam juntos desde a festa, e Tamara não pôde ir. Não que Taylor quisesse que ela fosse especialmente, mas ele sabia que sem ela por perto as chances de ele cometer algum erro cresciam muito. O que ele sentia era quase incontrolável. E cada vez que olhava para Angie parecia ainda pior. Por isso, ele ficava com Tamara, para tentar esquecer tudo isso.

Eles entraram e resolveram ficar mais para trás. Para poder se mexer e conversar. O show começou e todos estavam se divertindo bastante. As meninas se derretiam com as baladas.

_ Gente, tô com muita sede, vou pegar água. – Angie falou ao som de Jaded.

_ Vou com você – disse Taylor.

Ele sabia que não daria certo ficar sozinho com ela. Mas não conseguia ficar longe também. Era um ímã. Ficaram na fila.

_ Tá ótimo o show, né, Tay?

_ Muito bom! Eles são demais!

_ O Joe Perry é demais! – ela riu e passou a mão na testa, um pouco suada.

Taylor respirou fundo. Por que qualquer gesto dela parecia um convite?

_ Sua vez. – ele falou.

Angie pediu a água e se virou para ir embora. Taylor a olhava.

_ Que foi, Taylor?

_ Nada.

Foi quando começou a tocar Angel.

_ Sua música. – ele comentou.

Ela sorriu e eles ficaram se olhando por alguns segundos, que pareceram intermináveis na ocasião. Angie se virou para ir embora. Estava ligeiramente constrangida. Taylor a impediu e a abraçou. Com o rosto colado ao dela cantou um pedaço da canção.

Baby, you're my angel.
Come and save me tonight.
You're my angel.
Come and make it alright

Ele virou o rosto. Ele a queria. Ela era sua irmã. Era uma situação impossível. Quando sentiu o toque dos lábios de Angie no seus, acordou.

_ Droga, Angie! – ele a afastou bruscamente. – Isso não pode acontecer! Olha o que você está fazendo comigo!

_ Eu? Mas eu não fiz nada...

_ Você sabe que fez! É o que você tem feito!

_ O quê? Eu não estou te entendendo, Taylor...

_ Você sabe quantas vezes isso aconteceu só na última semana, Angie?

_ Isso o quê? – Angie estava sentindo o desespero subir dentro dela.

_ Eu quase te beijei umas 50 vezes, Angelica!

Quando ele pronunciou seu nome, Angie soube que era sério. Era muito sério. Mas ela não entendia o que. Não tinha feito nada.

_ Por que você está falando assim? Eu não tenho culpa!

_ Claro que você tem culpa! Tem toda a culpa!

_ Por quê?

_ Não se faça de ingênua! Você não sente nada por mim! E fica querendo que eu pense que gosto de você! Mas eu não gosto! O que eu tenho por você é amizade, só amizade. Ou melhor, tinha! Porque eu não te reconheço mais e não quero ficar perto de alguém que fica me seduzindo o tempo todo por nada! Eu não quero mais ficar perto de você, Angelica! Tô cansado desse joguinho que você faz comigo!

Angie sentiu como se mil estacas estivessem se enterrando em seu peito. Então era isso que ele pensava dela? Ela não sabia nem articular uma resposta.

_ Você ficou doido?... Eu não fiz nada, Taylor... Como você pode pensar isso de mim?

_ Você não fala mais comigo, tá?

_ O quê?

_ Não enquanto você estiver com essa ideia idiota de querer me seduzir!

Ele não queria falar nada daquilo. Mas as coisas saíam, e era a única razão possível para aquela loucura toda que ele estava vivendo.

_ Eu não quero te seduzir! Eu não tenho culpa... Você que não sabe mais se controlar!... Taylor, eu não ia fazer isso com você...

_ Para, Angelica!!! Vamos voltar. Agora!

Ele a puxou pela mão e a largou do lado de Zac. Angie nunca tinha se sentido tão mal em toda sua vida. Ele a havia acusado de seduzi-lo sem sentir nada por ele. Ele não sabia de nada! Não entendia nada! Então, tudo que tinha acontecido na festa era realmente mentira. Tudo mentira. Como tudo aquilo doía. Doía mais do que ela podia aguentar. E ele queria que ela não falasse mais com ele. Como? Como ela podia ficar longe de quem amava. De quem de um jeito ou de outro sempre amou. Desde sempre. E, apesar de tudo que ele havia falado ela continuava a amá-lo, parecia amá-lo mais ainda. Cada vez mais.

Tentou controlar o choro o máximo que pôde. Quando viu que não conseguia, tentou que as lágrimas caíssem sem alarde.

_ Angie, olha... Angie! Que foi? – Zac se assustou ao ver a quantidade de lágrimas que caía dos olhos dela.

_ Nada, Zac... Essa música me emociona.

_ Pink te emociona?!– ele olhou para Taylor do outro lado da turma. Sabia que ele devia ter algo a ver com o choro de Angie. Taylor tinha a expressão pesada. – Vocês brigaram. Por quê?

_ Ele não quer mais falar comigo! A gente quase se beijou e ele fallu que eu fico seduzindo ele sem sentir nada por ele! – ela pôs as mãos no rosto e começou a chorar mais.

_ Calma, Angie... Eu vou falar com ele! Isso tem que acabar! Está fora do controle! – ele a abraçou.

_ Não! Não se atreva!

_ Tudo bem... Fica calma...

_ Nunca vai dar certo, Zac! Eu vou sofrer pro resto da vida!

_ Não fala isso... Vai dar tudo certo.

Não importava o que Zac falasse. Angie só fazia chorar. E não parou até chegar em casa aquele dia. Só se acalmou quando ficou longe de Taylor e de sua expressão de raiva por ela.

Primeiro e Único [completa]Where stories live. Discover now