A Rebelião dos Semideuses

O Início.

*REBELIÃO DOS SEMIDEUSES.*

*O Início.*

          A três mil anos atrás os deuses permaneciam no Olimpo, soberanos de todo o universo, enquanto seus filhos viviam no mundo dos mortais, seguros e desconhecidos, apenas os mais corajosos se tornavam heróis, como Héracles, Perseu, Teseu e muitos outros. Zeus estava junto de uma das suas muitas amantes, Lâmia, filha de Hécate e rainha da Líbia, uma bruxa poderosa e temida, mas não maléfica. Hera,  rainha dos deuses, descobriu a traição do marido, amaldiçoando sua amante para sempre. Lâmia possuía três filhos, um deles era filho de Zeus, a bruxa foi enganada por Hera, e com uma adaga matou todos os seus filhos, cortando-lhes a garganta e guardando o sangue, principalmente da prole de Zeus. Quando a rainha da Líbia voltou ao normal e viu as peles de seus filhos jogadas por um salão de pedra, a mulher começou a se transformar em um monstro horrível, metade mulher metade cobra.
       Lâmia clamou por Hécate, sua mãe, mas a deusa da magia ignorou seus pedidos e permaneceu no Mundo Inferior. Lâmia estava sozinha, com seus filhos mortos e o sangue de suas proles dentro de um caldeirão. O monstro perguntou-se como Hera foi capaz de fazer isso com ela, mas o ódio e desejo de vingança preencheram seu coração. A rainha começou um ritual mágico tão poderoso que seu palácio tremeu, o sangue começou a borbulhar, Hera provaria do gosto de ser responsável pela morte de crianças, experimentaria a dor de ver jovens mortos. Lâmia jogou uma maldição em todos os semideuses, eles teriam um aroma especial para os monstros, um aroma vindo de seu sangue divino, e esse seria o maior motivo da morte de adolescentes indefesos. Lâmia convocou monstros por toda a Grécia, criaturas maléficas perdidas por todas as terras antigas, abriu um portal no Tártaro, libertando monstros filhos de Tifão e Equidna. E a primeira guerra começou.
       Marcos era o filho de Zeus mais poderoso da época, um adolescente imortal, filho de uma rainha grega. Os exércitos dos monstros seguiram em direção ao palácio da antiga amante de Zeus, atacando o castelo com a prole do deus dos céus dentro. Sua mãe, uma verdadeira guerreira, liderou os exércitos de homens mortais às portas do palácio, defendendo seu filho como uma rainha. Marcos tentou salvar sua mãe, entrando no campo de batalha, mas quando olhou ao horizonte, Lâmia estava com sua progenitora mortal nos braços. Os olhos de Marcos encheram de lágrimas quando a cabeça de sua mãe rolou sobre a colina ensolarada e banhada a sangue, olhando ao seu redor, não vou alternativa, se ficasse ali ia morrer. Nunca imaginou que essa atitude covarde seria responsável por sua vingança.
       O filho de Zeus correu por toda a Grécia, convocando os filhos dos deuses que eram seus companheiros de batalha. Entre eles, Gustav, seu melhor amigo e primo, o maior filho de Poseidon da época. Casquet, uma semideusa livre, filha de Deméter, protetora dos bosques e matas da Grécia. Brunno, filho de Poseidon, capitão das forças de navegação atenienses. Isa, a maior estrategista de toda a Grécia, filha de Atena, responsável por muitas das vitórias das batalhas do Peloponeso, ao lado da cidade que sua mãe mantinha-se como patrona. Margô, filha de Zeus, jogada do Olimpo e resgatada por Marcos e sua mãe quando ambas as crianças eram muito pequenas, um espírito rebelde. Vitor, filho de Poseidon, serviu à Atlântida durante um década, mas largou sua vida junto ao rei dos mares para cuidar de sua mulher e filho. Todos grandes heróis que corriam perigo de morrer caso não se unissem, os monstros estavam numerosos demais, queimando cidades inteiras e destruindo famílias. Marcos liderou esse pequeno grupo de semideuses até um templo divino, dedicado a deusa Sophia, filha de Zeus e Hera, uma das poucas divindades que Marcos confiava para ajudá-los.
      Quando os semideuses chegaram ao templo, os monstros cercaram os meio-sangues nas paredes de mármore. Marcos convocou Sophia, sua irmã, e como um raio azul a deusa desceu dos céus, deusa das proteções, escudos e fronteiras, a mesma protegeu os semideuses criando uma barreira em seu templo. Após uma longa discussão para amenizar a rivalidade dos dois filhos de Zeus, Marcos e Sophia decidiram se aliar, pois a deusa entendia que sua mãe havia cometido um erro que custaria a vida de milhares de crianças inocentes, frutos do egoísmo divino, a mesma se sentiu responsável em ajudar. Quando o acordo foi formado as barreiras abaixaram e a primeira batalha começou, nenhum semideus foi morto, mas o grupo teve que fugir para as florestas, sendo protegidos pelos poderes elementais de Marcos e Gustav, enquanto Sophia criava barreira contra as esferas de bronze dos lestrigões, esferas de fogo das empousai, etc.
      Tais semideuses juntaram-se, criaram um acampamento simples, um lugar onde poderiam se proteger caso fossem atacados. As notícias correram graças a Hermes, um aliado misterioso dos semideuses, que correu os quatro cantos da Grécia mandando os meio-sangues se juntarem ao exército de Marcos. O pequeno acampamento começou a crescer, filhos de Deméter fizeram grandes plantações, ajudando na alimentação, os filhos de Hermes correram pela Grécia buscando ainda mais filhos para o exército, passaram por lugares fora da Grécia, cidades-estado, ilhas, reinos próximos. Os filhos de Ares cuidaram da proteção do acampamento, os de Atena organizavam batalhas e possíveis ataques aos ninhos de monstros, os filhos de Dionísio ajudavam a divertir os campistas, fazê-los esquecer como o mundo era horrível para eles agora. Sophia, a única deusa presente no acampamento, criou as barreiras protetoras, responsáveis pela segurança básica dos semideuses. Mas ela ainda era uma deusa nova, não conhecia seus poderes, não sabia controlá-los bem. Numa noite de festejo, eles chegaram.