Epílogo

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Após o inesperado sucesso de Melanie na noite da apresentação, muitos passaram a querer conhecê-la para saber ao que se deve tamanho talento. Ela alegava que antes duvidava da própria capacidade, pensando em desistir em alguns momentos, mas sua persistência — proveniente de Calton, diga-se de passagem — a levou longe, marcando o nascimento de uma nova estrela do palco.

Tal fato remete à noite de gala da Ópera, onde Christine Daaé fora o triunfo, sendo assim uma substituta formidável e propensa à brilhar mais vezes naquele lugar.

Melanie também tinha seu Anjo da Música, Calton, que também se destacava entre os participantes do clube naquela noite. Desde o ano passado ele enternecia com a sua maneira de tocar, seus dedos deslizavam suavemente sobre as teclas e mostravam o quão bom era em impressionar o público apesar da pouca idade.

Amantes da música e de bons livros, os dois permaneceram juntos depois da grande noite e assim foram pelos últimos anos da escola. Algumas apresentações se sucederam e o talento daquele pianista com a inseparável violinista ia aumentando gradualmente com os ensaios e principalmente nas "grandes noites", onde o progresso era perceptível por todos.

Um dia, porém, Calton recebeu um e-mail e custou a se convencer que era preciso contar para a garota que tanto amava do que se tratava a mensagem.
—  Melanie... — Não sabia como dizer, apenas deu um suspiro e tentou prosseguir — Eu fui chamado para uma universidade fora do estado.
A garota notara a tristeza no tom daquelas palavras, mesmo assim respondeu da melhor forma:
— Parabéns, estou muito orgulhosa de você! — o abraçou com força — Vou sentir sua falta. — sussurrou em seu ouvido.

Caso ele permanecesse naquela cidade, Melanie poderia tentar ingressar na mesma universidade que Calton, mas já estava decidido, ela o veria partir sem qualquer impedimento.
— Exatamente por isso que eu queria propor uma coisa. — desvencilhou-se dos braços que não ousavam soltá-lo e pegou aquela delicada mão — Melanie, quer casar comigo?

De tão pasma, a garota não conseguia responder. O coração acelerado deixou suas pernas e mãos trêmulas.
— Eu sei que é cedo demais pensar nessas coisas — continuou o rapaz — mas quando eu voltar, tenha a certeza que vamos nos casar de verdade.
— Sim! É claro que eu aceito! — Melanie apertava com força a mão de Calton, mostrando a ele seu encantador sorriso.
— Eu não trouxe nenhum anel ou qualquer coisa do tipo mas... — fora interrompido por um beijo.

Com as duas mãos agora acariciando os cabelos dourados de Calton e os raios fugidios do Sol brilhando sobre aqueles olhos cor de mel, tornando-os mais claros, Melanie afirmou:
— Não precisa de anéis, eu só quero que você cumpra sua promessa, volte para casar comigo!
Eu estarei esperando, completou em pensamento.
— Eu prometo que voltarei.

A beijou como quem é preenchido pelo sentimento da despedida, um breve adeus causando uma dor visível. A cura? Ir e voltar o mais rápido possível, manter os melhores momentos da sua vida em mente, que foram aqueles em que ensaiou e se apresentou com Melanie, momentos vividos que agora só restariam na memória, e no coração.

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