In A Darkened Room

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Ravena Brant era uma bailarina muito talentosa e aos 25 anos de idade tinha a coragem de dizer que já tinha vivido tudo que uma carreira poderia lhe propiciar, ela sabia que podia continuar, podia ganhar o mundo, mas bem lá no fundo ela sabia também que aquele não era mais o sonho dela.

Depois de muito conversar com os amigos e família, fazer contatos e refletir sozinha, decidiu que voltaria para casa, se mudaria para Raleigh e abriria a sua própria academia de dança. Tinha um dom perceptível e um amor por ensinar, então pegou todo o dinheiro que guardou por anos e ia investir naquilo que mais acreditava: ela mesma.

E por mais que ela falasse daquela mudança como algo fácil, não foi de fato fácil. Teve que vender muitas de suas coisas, procurar um lugar bom para morar, se mudar e depois encontrar um local ótimo para ser a sua academia. A Kingdom Dance Academy. Em pouco tempo já tinha se mudado, deixado a casa em Briar Creek a sua cara e agora procurava pelo último item da lista.

Foi em um desses dias, em abril, andando pelas ruas de Raleigh que ela reencontrou Brett Pesce, aquele cara simpático e prestativo que ajudou com a sua mudança junto com os primos e o namorado de sua prima. Ele ainda parecia meio abalado com alguma coisa e ela resolveu retribuir o favor, então foram para uma lanchonete e em pouco tempo Brett acabou desabafando tudo com Ravena. Todo o drama de um namoro que durou anos, o horror que foi o término por skype e ainda teve uma brecha para ele dizer que a sua cantora favorita era Taylor Swift. O que deixou a morena um pouco chocada.

– Brett, sinceramente – ela disse depois de tomarem um suco de abacaxi com hortelã –, você precisa de sexo.

Logo foi a vez dele de ficar um pouco chocado, olhando para ela sem reação alguma.

Quê?

– E sabe de uma coisa, eu também tô precisando. Tipo, a minha vida sexual não tá nada interessante desde que voltei de Nova York... – Parou para rir da cara dele que mudava de branco para rosa e depois vermelho. – Temos um match aqui.

Era incrível porque nem álcool aquela maluca tinha bebido.

– Isso é... Bacana – falou por fim, fazendo Ravena gargalhar com a escolha de palavras.

– Você é ótimo, vem. – Ela largou o dinheiro em cima da mesa e ele fez o mesmo seguindo a mulher.

E tinha sido assim que passaram não só a tarde, mas uma noite inteira juntos. Com a regra de que aquilo era só um jeito de aliviar a tensão de ambos, ele estava a usando assim como ela fazia o mesmo. Aliás, Ravena adorava ir para a cama com atletas, e aquela coisa que diziam sobre os quietinhos serem os piores: era tudo verdade.

Aquele homem sabia fazer coisas absurdas com o corpo dela e era absolutamente maravilhoso. Tinha um abdômen esculpido pelos deuses, uma barba deliciosa e macia, olhos azuis e penetrantes, uma covinha no queixo mordível e até aparecia uma em sua bochecha quando sorria. Brett Pesce era um ponto fraco e tanto, mas assim que acordou pela manhã com ele ao seu lado, decidiu que era coisa de uma noite só.

E verdade seja dita, eram bem diferentes e ele era quase 3 anos mais novo que ela. Não que isso tivesse importância, contudo, no momento estava se agarrando as diferenças para não pensar no quanto tinha gostado de passar um tempo com ele. Pesce era um cara legal e merecia coisas melhores do que ficar na fossa pela ex e transar com uma doida que tinha acabado de aparecer em sua vida.

– Eu vou embora amanhã – disse quando encontrou ela na cozinha fazendo o café da manhã. – Mas se você quiser eu posso passar a noite aqui, já deixei a mala semi-arrumada.

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