Karl Marx foi um dos primeiros pensadores a propor uma nova forma de ver o capitalismo, cada vez mais emergente no século XIX. Nascido em 1818, em Treves, Alemanha, Marx mudou-se para Paris em 1842, onde conheceu Friedrich Engels, seu grande parceiro intelectual. Depois de ser expulso da França em 1845, Marx foi para Bruxelas, onde participou da recém-fundada liga dos comunistas.
Escreveu com Engels, em 1848, O Manifesto do Partido Comunista e a partir deste mesmo ano passou a morar em Londres, dando continuidade aos seus estudos. Outras principais obras de Marx são A Ideologia Alemã e O Capital, essa última considerada sua obra-prima.
O surgimento do marxismo se deu junto com o da sociedade moderna, com a instalação das grandes indústrias e com o aparecimento de uma nova classe social: o proletariado industrial. O marximo expressa a concepção do mundo moderno, revelando suas contradições e seus problemas, apontando soluções racionais que batiam de frente às alternativas metafísicas até então propostas. Nas palavras de Marx, “até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo de várias formas. O que importa é transformá-lo” (11ª tese sobre Feuerbach, 1845).
Marx se tornou num árduo estudioso do capitalismo, produzindo obras de filosofia, economia e sociologia, pois, como revelado através de sua frase já citada, o pensador não se limitou a apenas entender o mundo, mas queria transformá-lo. Marx foi influenciado por diversos filósofos, dentre eles Hegel, no qual o pensador absorveu e aplicou o método dialético. O contato com o pensamento socialista dos filósofos Saint-Simon (1760-1825) e Charles Fourier (1772-1837) e Robert Ower (1771-1858) foi bastante significativo também.
Ao mesmo passo que Karl Marx elogiava o pioneirismo desses pensadores quanto à crítica que faziam à sociedade burguesa, Marx fazia uma dura crítica ao utopismo de suas propostas para mudanças sociais.
Para Marx, indo além do pensamento utópico, era necessária a luta política entre as classes sociais e o fundamental papel revolucionário da classe operária para que uma mudança pudesse, de fato, acontecer. Marx destinou grande parte da sua vida fazendo uma crítica à obra dos economistas clássicos ingleses, mais notadamente Adam Smith e David Ricardo, trabalho este que desenvolveu até o final de sua vida, resultando na maior parte de sua obra teórica.
No decorrer de suas pesquisas, Karl Marx desenvolveu diversos conceitos importantes, dentre eles o de alienação, ideologia, valor, mercadoria, infraestrutura e mais-valia. Ainda que o termo alienação tenha surgido primeiramente na Filosofia de Hegel, Marx o inseriu no pensamento social para descrever um estado e um processo pelos quais os homens perdem a si mesmos e a seu trabalho no capitalismo.
Karl Marx também escreveu diversos artigos para revistas e jornais na Alemanha, Inglaterra e França, sempre tendo como temática duras críticas ao sistema capitalista e ao Estado moderno, que, no entender do pensador, eram os criadores das desigualdades sociais. Marx era defensor da luta de classes e do fim da propriedade privada, além de defender o direito do proletariado aos meios de produção.
Sendo perseguido por suas ideias, Marx procurou asilo em países como França e Bruxelas. Nesse último, seu interesse por política aumentou, participando da recém fundada Liga dos Comunistas. A obra Manifesto do Partido Comunista foi preparada para o segundo congresso da Liga. O texto começa por analisar a luta de classes e finaliza com uma convocação para que os operários se unam para combater a ditadura dos capitalistas, donos dos meios de produção: “Proletários de todos os países, uni-vos!”
Segundo Marx, em sua obra Manifesto do Partido Comunista, “as ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante”. E ainda, que “a história de toda a sociedade até aqui é a história de lutas de classes”. Para Marx, “o desenvolvimento da indústria moderna, portanto, abala a própria base sobre a qual a burguesia assentou seu regime de produção e de apropriação. O que a burguesia produz principalmente são seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis".
KAMU SEDANG MEMBACA
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NonfiksiMesmo que algumas pessoas considerem as ideias de Karl Marx impraticáveis, ou mesmo fora de contexto no atual cenário socioeconômico em que vivemos, entendo que elas nunca estiveram tão atuais como agora. Numa época em que o Capitalismo impera em su...