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- Não.

A Ramona deu um gole em seu capuccino.

- Eu sinto um pouco de pressão sobre a faculdade, não sei ao certo se estou fazendo a escolha certa. Entende? - Harry termina deixando escapar.

- Por que não gostaria de ser engenheiro?

- Porque não há arte e nem tenho paixão nisso.

- Fazer algo por amor é complicado, você precisa trabalhar para ter uma vida confortável, não irá ser jovem para sempre, sabia?

- E você acha que sua maquiagem irá compensar sua estética? - Ele abre um questionamento.

- Não confunda as coisas.

- Mas eu não estou errado, você vai morrer e não vai levar nada contigo, apenas a essência, seja sincera. Que essência eu possou?

Ramona permanece em silêncio por alguns segundos.

- Acho que você está lendo
Schopenhauer demais. - Ela tenta encerrar a conversa.

- Na verdade, eu acho que está mais para Nietzsche.

Ela revira os olhos.

- Harry- ela abre uma pequena pausa. - Eu realmente estou tentando te ajudar...

Ele não replicou, e sim, seguiu em direção do sanitário.

Naquele ambiente melancólico, apenas dá-se ouvir o som do gotejo da torneira, de alguma maneira isso incomoda ele, por mais que pareça algo plausível, para cada gota que se choca com a pia, é uma explosão em seus ouvidos.

Suas pernas terminam sentindo uma leve pulsação, que por sua vez, parece não ter melhora, ao longo do tempo, Harry começa a sentir leves tremores pelo corpo, acarretando em sua respiração, fazendo com que ele mal consiga inalar o ar.

- Eu preciso de ar. - ele diz enquanto observa o seu reflexo.

A arte não irá lhe levar a lugar nenhum.

Parece que você possui o prazer em sofrer.

As coisas nunca irão mudar, ao menos que você faça algo.

Você é estranho, talvez seja por isso que está sozinho.

Porque precisávamos de espaço.

Você me ama?

Perdoe-me a sinceridade, por mais que eu tente lembrar, não me vem em mente as pessoas que citaram- até porque foram muitas- sobre as palavras machucarem, nesse momento a situação não é diferente.

Ao olhar o seu reflexo, sentiu um pequeno nojo de si, não quer acreditar que tudo isso é verdade, eu realmente estou perdido? Diz o seu pensamento.

Em um ato irracional, fechou a mão e teve como alvo o seu reflexo, porém ele esquece de um detalhe, a sua imagem é projetada através de um espelho, sendo ele feito de vidro.

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- Que porra você estava pensando quando fez aquilo? - Harry chegou não acreditar que essas palavras saíra da boca de sua irmã. - Eu estou falando com você.

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