"Depois de ser expulsa, passei a noite em casa da Bá. Apenas o João Pedro e a Francisca ficaram a saber onde eu estava. Eles foram "instruídos" pelos meus pais, para nunca mais falarem comigo. Porém apesar disso, eles vieram falar comigo. Fiquei a saber que os meus pais disseram a todos que eu a partir daquele dia estava morta, tal como o João David. Ouvir aquilo doeu, doeu muito. Contudo, o meu foco teria que ser os meus filhos a partir daquele momento.
Convidaram-me para ir para casa deles, mas eu não lhes queria arranjar problemas. A Kika queria porque queria levar-me para casa deles, mas eu não lhes podia arranjar problemas para eles. Ela estava grávida, e passar por stress era tudo o que ela não precisava. Disse-lhes que iria arranjar uma solução, que não sabia qual, mas que me iria arranjar. Eles acabaram por se ir embora, com a promessa de que se eu precisasse lhes diria.
Tudo naquele dia está gravado na minha cabeça e no meu coração. Nunca esqueci nem nunca esquecerei. O Taxista informa-me de novo que chegamos, e ao me ver de novo com lágrimas volta a perguntar se eu não queria ir para outro lugar. Balanço a cabeça, pago-lhe e saio.
Olho para a casa que uma dia chamei de lar. E agora olhando para ela, parece-me uma daquelas casas de gente rica, que tem tudo o que o dinheiro pode comprar e que para nós meros seres mortais nem ao fim de um ano de trabalho assalariado poderemos ter. Eu tive aquilo tudo, e pensando no que tive e no que tenho não o trocava por nada.
O dinheiro facilita a nossa vida, claro que sim, mas aquilo que o ditado diz "Que o dinheiro não trás felicidade..." é bem verdade. Ele não nos trás a felicidade, porque a maior parte das vezes nós perdemo-nos no meio de toda a ganância de ter mais e mais. E esquecemo-nos do essencial: ser feliz. Olho de novo para os portões que me foram fechado e relembro de novo aquele dia...
"No dia seguinte, ainda em casa da Bá e depois de uma noite mal dormida, fui acordada pela Dona Amélia e por uma elétrica Lúcia. Deviam ser umas 9h00 da manhã, e o que eu mais queria era dormir. Mas aquelas duas teimaram que eu tinha que me levantar. O que fiz, bastante contrariada.
Saímos pelos imponentes portões do casarão e vi o Beto, namorado da Lúcia parado do lado de fora num carro. Pediram para eu entrar, o que eu fiz, apesar de estar super curiosa com tudo, eu tinha a certeza que eles estavam a esconder-me alguma coisa.
Chegámos a um prédio no centro da cidade, e depois de estacionarem o carro, mandam-me sair. Continuo sem perceber nada, mas sigo a Lúcia. Subimos no elevador e saímos no terceiro andar, ela vai até à porta, abre-a e manda-me entrar.
– Bem vinda a casa.
– O quê? Como assim?
– Então, eu consegui um emprego aqui no centro, e ficava muito difícil eu conseguir chegar a horas morando lá no casarão. Falei com os meus pais e com a ajuda deles consegui comprar este apartamento. Não é muito grande, mas tem três quartos, dá perfeitamente para nós os quatro...
– Espera, tu...tu estás a oferecer-me...
– Eu não estou a oferecer nada, estou a informar-te que vais viver comigo a partir de hoje.– E neste momento Beto chega com o porteiro com todas as minhas malas.– Eu quero mimar muito esses meus afilhados.
– Eu não posso...Lúcia, eu não vou conseguir nem dividir as contas contigo neste momento. Eu preciso de arranjar um emprego, e tenho os bebés...
– Com isso não te preocupes, "filha". Eu e a Lúcia já conversámos, as contas eu ajudo. E os bebés, sabes que qualquer coisa nós estamos aqui para te ajudar.
Olho para as duas e abraço-as. Elas não são nada meu, não temos uma célula em comum, mas são a família que eu escolhi. A família que o meu coração escolheu amar. Claro que depois de muitas lágrimas acabámos a rir e a discutir sobre "dinheiro". Eu fiz questão de pelo menos as despesas dos meus filhos serem assumidos apenas por mim. E ao fim de longos minutos conseguimos chegar a um consenso.
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O Melhor De Mim
RomanceO meu nome é Diana. Tenho 22 anos, e podemos dizer que a minha vida dava para fazer uma novela. Sou a mais nova de sete filhos, sendo que dois são meus irmãos gêmeos. Mas... Quando realmente precisei ninguém esteve comigo. Todos me viraram as costa...