Capítulo 12

30 2 0
                                    

 O relógio bate 00:00 e eu saio do quarto. Entro na enfermaria e vejo a menina Horan dormindo. Chego sorrateiramente na cama dela e a acordo.

"Professor Snape?" - ela pergunta. Sua voz está tão fraca e seca que mais parece um grunhido do que palavras.

"Sim, Horan. Vim aqui por motivos que você conhece. Então seja boazinha e não faça escândalo." - eu peço.

Matar uma pessoa não é fácil. Eu me sinto terrivelmente mal, mas se eu não fizer isso... Ela pode abrir o bocão e Merlin sabe o que o Lorde das Trevas faria se soubesse.

"Minha mãe sabe? Que eu estou doente?" - ela pergunta.

"Sabe. Na verdade, ela recebeu a carta há duas horas e já está se arrumando para vir aqui. Sinto muito mesmo, Taylor, pela sua mãe e seu pai, e pela visão que vão ter quando chegarem aqui amanhã de manhã." - eu digo.

"Eu entendo. Pode escrever uma carta? Quero que eles tenham um pedaço de mim depois de eu partir." - ela pede, quase chorando. Me seguro para não revirar os olhos. Bom, é o mínimo que eu posso fazer, não? Pego um pergaminho do meu bolso e a minha varinha para escrever as palavras.

"Claro. O que eu escrevo?" - eu pergunto.

"Mamãe e papai, quando vocês lerem essa carta, eu provavelmente não vou mais estar aqui. Acordei à noite, fraca, e sabia que minha hora tinha chegado. Uso minhas últimas forças para escrever-lhes essa carta. Eu amo vocês. Não importa o que vocês ouvirem, ou o que pensem, saibam isso. Muito obrigada por tudo. A minha vida foi cheia de amor e isso é muito mais importante que riqueza. Eu queria escrever mais, escrever rios de palavras, e acima de tudo, viver, mas não vou reclamar. Vou aceitar a morte como uma velha amiga. Não, eu não sei quem me deu tule. Queria eu poder falar, mas não sei. Sinto minha respiração falhando. Saibam que a minha morte foi pacífica e eu tive consciência até o último minuto de que minha vida foi a melhor que poderia ter sido.

Á Fred e Jorge, deixo todos os meus equipamentos de quadribol.

Á Carlinhos, deixo meu caderno de desenhos de dragões.

Á Gui e Fleur, usem todo o meu dinheiro para comprar algum presente de casamento. Felicidades, a propósito.

Á Niall, deixo meus álbuns de fotos, minhas bandeiras da Grifinória e doces.

Á Harry, deixo meu primeiro pomo de ouro.

Á Liam, todos os meus livros.

Mamãe e papai, á vocês eu posso apenas deixar meu amor, porque não sei o que poderia dar, mas sintam-se á vontade para pegarem tudo o que quiserem. O resto que vocês não pegarem, doem para a caridade.

É isso. Da filha de vocês, que passou todos os seus últimos minutos rodeada de amor e paz, Tay."

"Pronto?" - eu pergunto.

"Sim." - ela diz, chorando.

"Sinto muitíssimo. Garanto que seus pais vão ficar felizes com a sua carta. E garanto que a sua morte vai ser rápida e indolor." - eu digo.

"Só acabe logo com tudo." - ela pede, rangendo os dentes.

Pego o frasco no bolso, contendo tule alterado pela Arte das Trevas. Coloco todo o conteúdo em uma seringa, e após a garota Horan acenar com os olhos cheios de lágrimas, eu injeto no pescoço dela. Seus olhos vão ficando de um tom rosa, até virarem uma esfera completa. Ela tosse e se engasga até sua boca transbordar de uma substância rosa. Sua mão treme e suas unhas ficam brancas cor de neve. Finalmente, sua cabeça cai para trás e eu sei que ela está morta.

Mudanças (versão Larry In Hogwarts)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora