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capítulo um;
estádio; dia de jogo.
— Você só pode estar brincando com a minha cara, Bianca! — Gritei na frente de um dos portões enquanto Bianca me olhava com um maldito riso no rosto. — Eu achei que você estava passando mal ok? EU NUNCA MAIS ACREDITO EM VOCÊ.
Ela riu.
Bianca Davis riu na minha cara enquanto eu pensava que a sua emergência era um caso de vida ou morte, me fazendo parar no meio a minha maratona de Reign, desligando tudo em casa e correr já com o número da polícia ligado caso fosse algo mais grave.
— Você só sairia de casa se fosse assim! — Ela falou em meio as gargalhadas.
— Claro! Chega de Hayley Manato se metendo com confusões — Falei mais baixo já que as pessoas ao redor que entrava no estádio começavam a me olhar estranho por estar gritando com minha amiga. Mas não era nem da conta deles! Então parem de olhar seu bando de abutres.
Bianca não falou mais nada e apenas me puxou para dentro do estádio entregando as nossas entradas para uma garota com o rosto pintado de vermelho e preto, que era as cores da nossa faculdade. Ela me fez sentar no meio de um grupo de calouros bêbados bem perto da grade, onde a qualquer momento eu poderia ser atingida por algum jato de cerveja quente dos adolescentes de cima que vibravam a cada minuto. – E o jogo nem havia começado ainda.
Não é que eu não gostasse de sair para os eventos da faculdade. Eu amava. Gostava de toda aquela agitação, todos os gritos dos alunos da faculdade e das líderes de torcida que faziam saltos animais no intervalo das partidas. Eu amava até o cachorro quente que vendia em todos os jogos e que eu comia no mínimo um cinco em cada jogo. Mas eu havia parado.
Estava dando um tempo para mim, para minha cabeça já bastando do problema que eu havia tido no fim do mês passado. Passar pela faculdade e ainda ter os olhares acusatórios sobre mim era chato e irritante. Até por que qualquer pessoa poderia passar pelo o que eu havia passado.
Qualquer pessoa poderia destruir a estátua do famoso jogador de futebol de mil novecentos e bolinhas, enquanto dirigia bêbada. Qualquer pessoa!
— Você lembra do Carson? — Bianca perguntou próxima de mim, quando os jogadores do nosso time começaram a entrar as pessoas que estavam na arquibancada do nosso lado começaram a gritar.
Olhei para Bianca com a cara mais óbvia de todas por que sim. Claro que eu lembrava do Carson, o meu primeiro amor platônico desde que havia entrado na faculdade, que inclusive que tinha mania de ficar olhando para o cabelo dele todo modelado nas aulas que tínhamos juntos e não prestava nem um pouco de atenção nas explicações dos professores, o que me fez ficar na ponta da corda por esse motivo, me fazendo passar longe das cadeiras em que ele cursava. Eu presava pelo o meu currículo.
— Um amigo de um garoto que eu estava saindo é o melhor amigo dele e o garoto que eu estava saindo, disse que o melhor amigo do Nathan disse que ele tem uma queda por você, também.
— O QUE? — Gritei enquanto o grupo de calouros que estava a cima de nós havia se calado e me mandaram calar a boca por que eu estava atrapalhando eles. Olhei para trás pronta para dar qualquer resposta para o grupo quando percebi que eles me olhavam com cara de taxo. Sem se envolver em brigas Hayley! Falei para mim mesma e voltei minha atenção para Bianca.
— É sério! Ele sempre sorrir para você quando passa por você pelos os corredores e sempre te olha como fosse capaz de te atacar ali mesmo. — Ri constrangida do que a Bianca falava e olhei para o campo, onde os jogadores corriam e gritavam um para os outros atrás da bola e nesse meio caminho, capitei o olhar de Nathan Carson para mim.
Mantive meu olhar preso no dele até ele desviar e voltar a correr atrás da bola e em alguns minutos depois fez um gol no time adversário fazendo com que eu gritasse em comemoração assim como todos os alunos da nossa faculdade. Ele estava comemorando com os outros jogadores quando se aproximou da grade e gritou: — Me passa seu celular!
Olhei para ele sem reação e Bianca foi mais rápida do que eu, pegando o celular que estava sobre minhas pernas e jogando pela grade na direção dele. Nathan parecia digitar alguma coisa na tela do meu celular, que eu dei graças a deus por ter retirado a senha recentemente, se não ele jamais poderia acessar nada do celular.
Ele jogou o celular de volta pela grade e segurei no ar. Nathan sorria para mim enquanto corria de costas de volta para o jogo, olhei para a tela do meu celular e foi a minha vez de sorrir, sobre os olhos atentos de Bianca.
Nathan Carson havia digitado no meu bloco de notas "Me liga" e seu número estava anotado logo em baixo.
