Capítulo 76

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  Clara  

  Estávamos em uma festa. Era comemorando o aniversário de um amigo dele.

  Estava barulhento e lotado. Miguel parecia preocupado comigo e com o bebê, ficava do lado para que eu não bebesse nada de álcool, e sempre atento para saber se eu não estava passando mal.

  Faziam já duas horas naquela festa e eu já estava cansada. Miguel parecia feliz, se divertindo e batendo papo.

  Em meio a tanta gente se empurrando e trombando um no outro eu me senti sufocada.

  Fui para longe de todos, depois de pouco andar eu cheguei na lavanderia, o barulho não havia mudado mas ao menos eu podia respirar em paz sem empurrões, podia sentir a boa brisa que vinha da janela pequena.

  Me perdi naquela sensação de paz e nem notei o tempo passar, o que me acordou daquele transe foi o dom da porta sanfonada sendo aberta. Me virei e vi Miguel que logo veio ao meu encontro.

  Logo fui amarrada em seu abraço gostoso que me mostrava o quão aliviado ele estava em ter me achado.

- Droga... eu estava tão preocupado...

  Eu sorri, me desvenciliei dos seus braços e o olhei nos olhos, aqueles olhos preocupados. Olhos que tem estados atentos e preocupados a tempos.

- Perdoa. Você estava se divertindo, ocupado com seus amigos e eu não quis te atrapalhar.

- Você nunca atrapalha! Pelo contrário, tem sempre a minha atenção.- Acariciou meu rosto preocupado.- Está se sentindo mal?

- Só estou um pouco cansada.

- Ta, então vamos embora.

- Você não quer ficar mais um pouco? Está de divertindo.

- Eu me importo mais com você.

- Mas... você cuida de mim em tempo integral...

- Eu gosto disso. Além do mais, eu dei um soco num cara e é melhor te levar para casa antes que ele junte uns amigos pra uma vingança.

- Socou quem? Por quê?

  Ele me virou de costas e sorriu me empurrando na direção da porta.

- Sem tempo para explicações, vamos logo!

  Quando voltamos a nós introduzir na festa barulhenta não notei nada de diferente, apenas algumas coisas quebradas como copos e uns objetos de decoração.

  Agarrou em minha mão com firmeza e me guiou por entre as pessoas até que saímos daquele apartamento.

  No elevador eu ri, a tempo que ele não dava uma dessas.

  De costas para as portas ele me olhou surpreso por meu riso. Eu estava encostada na parede do elevador.

- O que é tão engraçado?

- Você bateu mesmo em alguém ou foi só uma desculpa?

- Está me chamando de mentiroso?

- Não, não estou.-segurei na gola da sua camiseta e beijei seus lábios, ele levou as mãos a minha cintura e apertou de leve.-Por que bateu no cara?-sussurrei.

- Eu não gosto que digam que a minha mulher está me dando um golpe.

  Eu ri, era a coisa mais ridícula que já ouvi alguém dizer sobre mim.

- Obrigada por não acreditar numa idiotice dessa.

- Se quisesse me dar um golpe... eu to uma ótima vítima.

  Beijei seus lábios de novo e sorri.

- Eu não quero ir para casa, vamos dar uma volta.

- Não tava cansada?

- Agora eu to com fome!

- Eu gosto disso. O que acha da gente ir jantar num restaurante?

- Eu prefiro um pastel e suco.

- Hahahaha esta bem.

  Sentados na guia da rua eu comia um pastel sentindo a brisa tentar competir com o calor da massa quente se dispersando ao tocar meu rosto. O copo de suco de abacaxi estava na rua, próximo ao meu pé. Miguel estava deitado na calça com as pernas para a rua.

- Droga de calor, saudade da praia.

- Eu gosto da cidade.

- Bom, eu gosto do mato também.

  Eu ri. Ele sorriu e me olhou.

- Vamos para casa agora?

- Nunca vi você tão empenhado em me levar para casa.

  Ele se sentou e me olhou sorrindo.

- Ah eu só quero descansar um pouco também.

- Se e assim. Vamos então. Estou louca por um banho.

[...]

  Quando entrei em casa eu fui direto ao banheiro. Estava querendo um daqueles banhos relaxantes que parece limpar até as preocupações e problemas.

  Não demorei, terminei rápido e saí enrolada em uma toalha.

  Miguel estava parado frente a enorme janela aberta.

- O que foi amor?-perguntei andando até ele. Miguel estava sem a camiseta. Acho que algo mais que o clima estava lhe dando calor.

  Me olhou e sorriu doce. Segurou em minha mão com gentileza e beijou a mesma.

- Eu quero te dar uma coisa.

- Um presente para mim? Que legal isso.

- Espera aqui.

- Está bem!

  Sorri e fiquei olhando pela janela. Estava uma noite muito bonita.

- Olha... eu... desculpa ser tão simples é que...

- Vindo de você vai ser sempre especial, nunca vai ser simples Miguel.

  Ele sorriu, talvez um pouco menos tímido. Respirou fundo tentando achar coragem.

- Eu te amo Clara. Te amo demais e.. agora que vamos ter um filho, acho que está mais que na hora certa de te pedir... Não acho que eu tenho motivo para esperar e... bom... você quer casar comigo Clara?

Ele me mostrou a aliança. Eu o olhei surpresa, não pensei que ele me pediria em casamento.

- Tem certeza Miguel?

- Tenho, toda certeza. Tanto que eu vi esse anel e logo lembrei de você, era o que eu estava procurando a tempo.

- Então toda aquela madrugada na internet foi para isso?

- Eu precisava entender mais sobre alianças. Está me enrolando! Não quer casar comigo?

- Quero Miguel. É o que eu mais quero.

  Tomou minha mão e colocou a aliança com delicadeza, em seguida me puxou para perto e beijou meus lábios.

- Está menos tenso agora. Estava planejando isso o dia todo?

- A semana toda na verdade.

  Eu ri e o beijei novamente. Ele segurou em minha cintura e sorriu afastando seus lábios dos meus.

- Eu vou te fazer feliz Miguel. Prometo.

- E eu vou te fazer mais feliz ainda Clara.-me abraçou.

  E nesses abraços eu me sentia ainda mais segura e pronta para estar ao seu lado até o fim. Ele, eu e esse bebê em minha barriga.

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