_ Quê? Não! Angie!

Tarde demais, ela já havia ido. Falou com Isaac e o deixou com Emily.

Resolveu passear pela festa. Desfilava um vestido frente única azul turquesa muito bonito. Encontrou Taylor, encostado numa parede, sozinho, com cara de desolado.

_ Cadê a Tamara? – ela perguntou.

_ Teve que sair mais cedo.

_ Que você tá bebendo, Tay?

_ Álcool!

_ Tay, você não é muito forte pra bebida, vê lá, hein?

_ Não se preocupa, Angel! – ele sorriu, triste, estranho.

_ Sei. Você já está meio alterado que eu sei!

_ Desencana.

_ Tay...

_ Desencana... Tá?

_ Ok. - ela levantou as mãos em sinal de rendição e se afastou.

Ao vê-la, tão linda, andando por ali, ele sentiu vontade de beijá-la. Muita vontade. Ele chegou a imaginar ela sem roupa. E absurdo, inexplicável. Mas era forte. E ele não tinha o direito de sentir isso por ela. Ela era como uma irmã para ele. Irmã. Mas então por que ele sentia? E tão forte?

Taylor começou a beber. Estava confuso demais. Quando Angie passou por ele novamente, já estava bêbado. Ele a olhou, querendo tocá-la com o olhar. Ela era tão linda, meu Deus, como ela podia ser tão linda? E como ele só percebera isso agora?

_ Angel, vem aqui! – ele a puxou pelo braço.

_ Fala... – ela sorriu e em seguida fechou o sorriso. – Taylor! Você tá bêbado!

_ Bêbado? Não...

_ Como não? Olha só pra você! O que foi que eu te falei? Por que você bebeu?

_ Por você!

_ Ahn? – ela foi pega de surpresa.

_ É isso mesmo! Por sua causa, Angie! – ele a abraçou pela cintura. – Eu quero você!

Angie chegou a esboçar um sorriso. Mas fechou quando lembrou que ele estava parecendo bastante fora de si.

_ Taylor! Para com isso! Você está completamente louco. Não sabe o que está falando!

_ Sei sim. Eu te amo!

De novo. Angie sentiu o chão sumir. E novamente se recuperou.

_ Tá, tá bom! Se quer falar besteira fala, mas chupa bala antes! – ela disse abrindo a bolsa, pegando uma bala e colocando na boca dele.

Ele chupou um pouco da bala.

_ Quer também? – ele continuava abraçado a ela.

_ Não, Taylor...

_ Pega aqui... – ele chegou bem perto dela.

O gesto, o aroma da bala, misturado com álcool e com o cheiro dele. Tudo entorpeceu Angie. Ela amolecia a cada palavra.

_ Tay, você não quer me soltar, não? Agora mesmo você estava com a Tamara...

_ Shiiu. – ele encostou o indicador nos lábios dela e mastigou a bala. – Ela não é nada. Porque quem eu amo é você. – ele a puxou mais pra perto e a encostou na parede.

_ Me solta... – ela disse em tom de súplica, mas sem fazer a menor força para se soltar.

_ Não solto enquanto você não me der um beijo! – ele fez que ia beijá-la e voltou. – Me beija, vai?

_ Deus... Você não tem noção do que está falando, Taylor! Amanhã... – nessa hora ele afastou os cabelos do ombro dela e lhe deu um beijo bem leve no pescoço.

_ Amanhã? – ele perguntou.

_ Você não vai lembrar de nada e eu quero que você lembre! Eu quero que você me beije sabendo que está me beijando. Eu quero você consciente...

_ Eu tô consciente. – ele sorriu e beijou-lhe o pescoço novamente.

Angie se derretia a cada toque, a cada gesto.

_ Faz assim, Angel... Esse braço você põe aqui, e esse você põe aqui. – ele falou envolvendo seu pescoço com os braços dela. – E eu te abraço... – ele deitou a cabeça no ombro dela.

_ Tay, para com isso. Por favor.

Ele a olhou bem fundo.

_ Por quê? Você não me quer?... Mas eu te quero tanto... Eu te amo tanto...

Ela respirou fundo, fechou os olhos e os abriu novamente.

_ Eu também. Muito.

Ele abriu um sorriso. Ela não se conteve e sorriu também.

_ Então... – ele falou. – Qual é o problema?

_ Taylor, eu...

_ Shiu, chega de falar.

Ele se inclinou e encaixou sua boca na dela por alguns segundos, então parou e olhou a garota mais linda que já vira. Angie estava muito assustada para falar qualquer coisa. Ele se inclinou novamente e dessa vez a beijou de verdade. Bem devagar. Queria sentir o gosto dela. Angie não acreditava. Estava ali, beijando Taylor, sentindo ele perto do seu corpo, sentindo o gosto dele na sua boca. Instintivamente, abriu mais a boca enquanto sua língua dançava com a de Taylor. Ele a apertou contra si, corria os dedos por entre os cabelos dela, acariciava-lhe as costas, o pescoço, a cintura. Angie segurava o rosto dele com as duas mãos, mexia em seus cabelos, passava a mão em seu peito. Sentia o beijo dele na sua boca, no seu pescoço, no seu colo. E era quase irreal de tão bom.

Foi então que ela sentiu ele abrindo o zíper do vestido dela. E lembrou que ele estava muito mal. Porque eles estavam ali no meio de todo mundo, e aquilo não podia acontecer no meio de todo mundo.

_ Taylor, não... – ela o empurrou.

_ Por quê? Ninguém vai ver...

_ Quê? Você tá doido?! Não! Você tá bêbado mesmo... – ela fez força para sair dali.

_ Eu te amo, Angie! Deixa eu ficar com você... – ele veio beijá-la de novo.

_ Não! Não vem me beijar outra vez! Sai! – ela pôs a mão no peito dele. – Você tá mal e eu tenho que cuidar de você... Você vai ver, Tay, amanhã vai ser totalmente diferente... Você não vai lembrar de nada...

_ Você tá errada... Por quê você não quer acreditar que eu te amo?

_ Eu quero, pode acreditar.

_ Então...

_ Chega, Taylor. Vem comigo – ela o puxou pela mão.

_ Só me dá mais um beijo. É tão bom...

Ela queria. Queria muito. Por ela, beijaria Taylor para sempre.

_ Para, Taylor! Vamos embora...

Ela não sabia se ria porque ele havia falado tudo aquilo ou se chorava porque ele só tinha falado porque estava bêbado. Não sabia se ficava feliz pelos beijos ou triste porque ele não tinha noção do que estava fazendo e ia esquecer tudo no dia seguinte.

Saiu da festa atordoada pelos seus pensamentos e anestesiada pelo perfume dele que impregnara nela e pelas lembranças de tudo que havia acontecido.

Primeiro e Único [completa]Where stories live. Discover now