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Na manhã seguinte, o Troy e eu continuámos a nossa maratona de filmes, estávamos a ver "A Walk to Remember".

- vou buscar os lenços de papel, pára o filme ok? - o Troy pede enquanto se levanta do sofá

- ok, não te preocupes - disse premindo o botão "pausa"

Vantagens de ter um melhor amigo gay: ajuda-nos a escolher as roupas para qualquer ocasião, fala connosco sobre rapazes, é bom ouvinte, vê filmes românticos por gosto, tem sentimentos e é um bom amigo, podemos contar com ele para tudo.

Uma vez tive um ataque de pânico a meio da noite, a minha avó estava com o turno da noite e ele veio a correr para cá, literalmente, ou seja, veio de chinelos e roupão a correr pelo meio rua, às três da manhã e passou o resto da noite comigo. Foi nessa altura que contei à minha avó que ele era gay, senão ela matava-me... e a ele também.

O Troy voltou com os lenços na mão e voltou a sentar-se ao meu lado.

- ok, agora estamos prontos para ver a parte final - ele disse aproximando-me mais dele, de maneira a encostar a cabeça no seu ombro

- concordo, pode ser que à segunda se chore menos - disse eu ajeitando a cabeça

- lamechas como somos acho que isso não vai acontecer

- isso também é verdade

Pus o filme a dar novamente.

Estava quase no final quando o telemóvel do Troy toca e ele anda imenso tempo há procura dele pela sala.

- desliga isso, está quase no final - eu peço abanando as mãos para ele sair da frente da televisão

- se eu o encontrasse era mais fácil - diz enquanto levanta umas revistas em procura do seu precioso iPhone que não me deixava concentrar no filme

- ok, eu ajudo-te

Parei o filme e juntei-me a ele.

Levantei a almofada que estava atrás dele (quando ele estava sentado no sofá) e vi o telemóvel e piscar, com Mãe escrito no ecrã.

- está aqui! É a tua mãe - afirmei enquanto lhe dava o telemóvel

- estou? Mãe? Sim... UGH... Eu sei eu sei... Mas não me apetece nada... Ok pronto... Beijinhos até logo

- o que se passa? - eu pergunto sem perceber nada da sua conversa com a mãe

- tenho que ir buscar umas primas ao aeroporto e passar o dia com elas - reclamou

- a fazer o quê?

- mostrar-lhes a maravilhosa cidade de Londres - ele diz irônico

- maravilhosa ela é, mas elas não conhecem a cidade? - perguntei confusa

- elas vivem numa vilazinha qualquer, numa quinta, por isso cheiram a vaca e porcaria de cavalo

- calma Troy, são tuas primas e é um estilo e vida

- sim, mas é um raio de um estilo - ele bufou - bem, tenho que ir

- depois liga a contar como foi

- ok, beijos - deu-me um beijo na bochecha

- beijinhos - dei-lhe um abraço e levei-o à porta

Voltei para o sofá e desliguei o filme, para acabar depois de ver com ele.

Momentos depois o som da campainha faz-se ouvir por toda a casa.

- do que é que aquele troll com cérebro do tamanho de um feijão se esqueceu? - pergunto para mim mesma.

Enquanto abro a porta digo:

- seu troll com o cérebro mais pequeno do que um feijão! De que é que te-

Parei de falar assim que vi o meu irmão.

- Olá! - ele diz sorrindo

- o que é que estás a fazer aqui? - pergunto fria

- isso são maneiras de receber o teu irmão? - pergunta o Calum

- eu perguntei o que é que estás a fazer aqui

- então, vim visitar-te - ele diz com um sorriso

Um ano atrás, tinha-lhe dado um murro no meio da cara, tudo para lhe tirar aquele sorriso, mas agora não, não vale a pena, já não quero saber. Se ele soubesse o que eu passei durante estes oito anos...

- estás atrasado - digo sem expressão na cara e fecho a porta

Ouço a voz da minha avó do lado de fora da porta, deve ter voltado das compras, e segundos depois está abre-se, mostrando a minha avó e o meu irmão com um sorriso na cara.

- então não abriste a porta ao teu irmão? - perguntou a minha avó enquanto pousava as chaves na cómoda

- abri, mas fechei-a outra vez - respondi

- porquê? - ela perguntou, mas eu nem liguei, ela sabia muito bem

- vou para o meu quarto - digo enquanto viro as costas e vou a sair da sala

Mas minha avó falou novamente:

- mostra a casa ao teu irmão enquanto eu arrumo as compras - vira-se para o Calum - já não te deves lembrar desta casa, nós fizemos algumas obras

- pois não, não venho aqui há alguns anos

Quem diria? Porque será? (Sintam a ironia)

- bem, vão lá - ela disse andando em direção à cozinha

Ele veio atrás de mim e eu entrei no primeiro quarto, que por acaso era o meu. Ouço o som da porta a fechar-se e o Calum começa a falar.

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Olá! Espero que tenham gostado do segundo capítulo :)

Queria agradecer outra vez à 1Direction_fics (my bestie) porque me tem ajudado imenso com a fic. Por isso por favor leiam as fics dela, são perfeitas.

Beijinhos <3

Effects // 5sosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora