O Retorno

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Olá! Sejam bem-vindas!

"À trois" chegou um dia de manhã, assim que abri os olhos. Lorena me fez levantar e naquele dia esqueci de comer e tomar banho. Foram 3 dias, desde a primeira palavra, até o final. Assim, num susto! Eu não esperava, não planejei e não tive escolha.

Está completa, mas estou fazendo revisão, por isso, colocarei capítulos com periodicidade e sem demora. Não é um livro grande, mas é intenso, e por esse motivo, sugiro que tomem fôlego e se vistam de Lorena (ou de Mônica, como queiram). O amor dessa garota me fez chorar de emoção, me tocou profundamente, e sei, vai tocar vocês também. Boa leitura.

Lorena

"O amor nos leva a transpor limites, desfazer nós, atravessar o espelho. Se é assim, vá!"

A frase impressa no porta-guardanapos, em letras douradas e rebuscadas, estava escrito errado. Deveria estar escrito: "desatar nós", pensei.

- Com licença, moça, mais um café?

Olhei para o garçom e em seguida para o copo vazio à minha frente. Eu sequer havia me dado conta de que já havia bebido 150ml de café.

- Não, obrigada.

O rapaz se afastou e eu olhei ao redor. O aeroporto estava agitado, como era de se esperar. Já estávamos em novembro e as férias de final de ano estavam começando. Famílias inteiras passavam arrastando suas malas e carrinhos repletos de bagagens. Animais em caixas de viagem, pessoas perdidas em buscas dos guichês... E eu perdida em lembranças.

Há um ano nos víamos apenas em raras vídeo-chamadas, mas nunca deixamos de nos falar. Cinco anos completos, desde que nos conhecemos: eu, aos vinte anos, estava no início da faculdade; ele, aos vinte e cinco, prestes a se formar. Eu iniciando um dura jornada no curso de Engenharia da Computação; ele lutando para concluir Medicina. Eu, expert em informática; ele, desesperado porque seu computador havia sido infectado por um vírus e estava prestes a perder toda a sua monografia. A nossa primeira noite juntos não foi entre lençóis, mas sentados em frente a um computador, aguardando escaneamentos e fazendo back-ups. Naquela noite, contamos nossas vidas, rimos, choramos e eu me apaixonei.

Desde então, o destino tratou de nos unir cada vez mais e tudo era pretexto para fazermos coisas juntos. Acontece que meu destino é um carinha safado e sem o menor senso de humor, e para Arthur, eu era apenas uma grande amiga, uma "parça" - como me chamou, quando nos conhecemos - ou, no extremo do mau gosto, sua "irmãzinha". Enquanto isso, meus sentimentos por ele iam na contra-mão, há cinco anos esperando o momento em que me olharia diferente, que me desejaria e se apaixonaria por mim. Contudo, segundo a mensagem em meu e-mail, esse momento jamais chegaria.

"(...) Ela é muito especial, Lory. Estou louco para que vocês se conheçam. Ela é engraçada, dinâmica, linda, inteligente... Eu acho que nunca estive tão apaixonado."

Eu lia e relia esse trecho, crendo que talvez fosse um equívoco. Que talvez eu não estivesse interpretando corretamente. Ledo engano. Estava claro como água.

"Voo 5547, proveniente de Madri, desembarque imediato no Portão 5"

Meu coração acelerou. Era o voo dele!

Adriano era quem vinha buscá-lo, mas a preparação da recepção de boas-vindas acabou atrasando e, claro, sobrou para a "parça" vir buscar o Arthur. Eu era muito boa em controlar meus nervos e emoções, sempre fui, afinal, há cinco anos o amo em segredo e ele sequer se deu conta. Porém, após um ano sem tocá-lo, sem sentir seu cheiro, estava sendo muito difícil administrar todo esse caos dentro de mim.

À Trois_um amor a três_DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora