Nio • Losing Sleep

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Antes ela ficava feliz de ter se dado bem com Oliver, mas então a voz de Elias se materializava na sua cabeça dizendo que ele gostava de qualquer um que fosse legal com ele. Muito encorajador.

– Puta que pariu, eu sou um gênio incompreendido pela sociedade – Oliver falava em inglês com o irmão ao seu lado, enquanto girava a chave do carro no dedo e Elias revirava os olhos.

Estavam os dois de jeans, camisa e tênis, o que mudava era o fato de Oli estar de óculos escuros e Elias de boné.

Hej prinsessan! – O mais velho sorriu ao se aproximar mais da estrangeira e, antes que ela reagisse ao seu cumprimento, foi surpreendida pelo abraço do namorado, que a fez largar as malas – uma imensa e outra de mão – e apertar os seus braços ao redor do pescoço dele.

O casal, por outro lado, demorou a falar alguma coisa. Ficaram ali abraçados por longos minutos, até Oliver pigarrear entediado e Elias murmurar para que ele calasse a boca antes mesmo de abrir a boca para reclamar.

– Eu mal consigo acreditar que você finalmente está aqui – Elias disse, assim que se afastou minimamente dela, lhe dando um beijo na testa em seguida.

– Foi insuportável sentir tanta saudade, então tive que dar a louca. – Sorriu, puxando a nuca de Elias para dessa vez colar os seus lábios aos dele.

Matar a saudade tinha um gostinho delicioso, era quase como desejar comer alguma coisa por tanto tempo e praticamente ter um orgasmo quando por fim acontece. Era reencontro com um pouquinho de intensidade e uma sensação gostosa de segurança. Estar nos braços de Elias Lindholm para Joan Brant era de fato a definição de felicidade, quem era a Disney perto daquele sueco maldito que lhe tirava o sono? E talvez um pouquinho da sua sanidade.

Definitivamente o Skype não era tão eficiente quanto eles pensaram que seria.

Depois do momento que tiveram, Joan sorriu para Oliver – que já fazia menção de vomitar em pleno saguão do aeroporto – e o abraçou, recebendo os dois beijos característicos dos suecos.

– Agora me conte, por que você é um gênio incompreendido? – perguntou interessada e Oliver até estufou o peito, pronto para se gabar, quando Elias riu.

– Ele só estacionou o carro em um local privilegiado porque tivemos a sorte de encontrar uma moça saindo com o veículo.

Din jävla idiot! – Oli rolou os olhos, com os óculos agora presos acima da cabeça. – Sou incompreendido até pelo irmão, ele não entende que sou o próximo Dominic Toretto.

Hum, piloto de fuga, hein. – Joan piscou, entrando na brincadeira e Elias pegou a sua maior mala.

Oliver se ofereceu para levar a mala de mão, enquanto ela carregava a sua bolsa. Brant se aproveitaria então da presença de dois atletas fortes e dispostos a arrastarem as suas malas, enquanto ela só queria segurar a mão de Elias e não soltar tão cedo.

O que de fato aconteceu, ela só teve que soltá-lo quando chegaram a casa da família Lindholm e toda a ansiedade de antes voltou a corroê-la. Não estava preparada para aquilo, por mais que tivesse tentado milhões de vezes no avião, estar ali, no entanto, sentindo o sol e o ar fresco de Gävle, era outra história.

– Eu gostaria de pedir demissão do meu cargo de namorada – Joan falou quando o veículo parou em frente ao sítio da família Lindholm.

Elias olhou para ela e ela olhou para ele, Oliver assobiou no banco do motorista, rindo em seguida da expressão – do latim merda – de merda que um fazia para o outro.

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