Escutando as mensagens de Bruce

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Estremeci com o que o homem dizia, ele não deixaria nenhum de nós vivos, comecei a achar que fiz um mal negócio de ter saído da casa do secretário, o esquema de segurança era grande, fui para a próxima mensagem, eram ameaças, Torres preocupado, até que entra a voz de Bruce.

"Sinto muito por tudo isso Denise... Sinto muito por ter te abandonado, mas era preciso... ― ele respira fundo chateado. ― Precisa saber de tudo e está na hora... Eu... Eu não consegui falar na época, por que tinha medo de te perder, e você precisa saber de tudo e começar a investigar, prender aqueles que são culpados, um deles Sou eu Denise... Eu tenho minha parcela de culpa... Você me fez te amar... Me fez mudar e me fez sentir que posso dar a vida em vez de tirar... Quero que se sente... E escute com atenção."

Me ajeitei no sofá, respirei fundo, acho que ele fez a mesma coisa do outro lado e a ligação caiu, fui para a próxima mensagem.

"Oi Denise... Preparada?... Meu nome verdadeiro de batismo é Stephan Dalton sou natural do Reino Unido - Baltelton, sou órfão de pai e mãe, nunca os conheci... Não era um garoto sociável, não gostava que me tocassem, era gordo e mal humorado, aos 16 anos conheci um homem que mudaria toda a minha vida, colocando uma arma na minha mão e me fazendo matar um homem, depois me trouxe para morar aqui nos Estados unidos, Detroit, me dando documentos falsos, me pagava muito bem para isso, e quando não matava, roubava e para disfarçar, eu trabalhava em uma oficina mecânica, não precisava falar e nem contar sobre a minha vida, com o tempo fui aprimorando minha técnica de matar, era uma sombra praticamente, não deixava rastros, ninguém me via sair ou entrar, nunca fui reconhecido, um belo dia resolvi me desvencilhar deste homem, e para isso eu precisava elimina-lo da minha vida, então armei uma briga e o matei, Depois disso fugi para Chicago. Comecei a trabalhar por conta própria, conheci Kurt, creio que já deve ter escutado suas ameaças deliberadas... Só que ele é um covarde, só sabe matar suas amantes de modo tão cruel que eu tenho vontade de meter uma bala na cabeça dele. ― Silencio e a ligação caiu, fui para a outra mensagem, já tremia em saber que tinha me envolvido com um assassino profissional, meu inconsciente já sabia disso, mas não queria acreditar.

"O que vou te dar é um nome e essa pessoa pode estar ligada ao Cartel e todo o esquema , é para anotar e começar a investigar, só assim você pode se livrar de todos eles e ter uma vida normal, ter o seu bebê e cria-lo... Porque não vai querer que ele cresça amando um homem que é assassino e que só sabe fazer isso para viver, seu filho não merece essa vida, e eu não quero que ele tenha vergonha de mim. ― Comecei a chorar, sua voz era cheia de dor, Bruce não suportava a ideia de ter um filho e ver a decepção em seus olhos, confesso que eu mesmo não conseguia ama-lo no momento que escutava aquilo. ― Fui contratado para matar John Murphy e Denise Prescott, ambos da policia... Motivo?... Tenente Murphy estava investigando uma grande rede de tráfico de drogas, estava chegando muito perto de pessoas do meio político e que está envolvido no esquema, não tenho nada a ver com o tráfico de drogas, eu apenas mato gente, sou contratado para isso, e fui contratado por Domenico Kurt Love a mando de figurões no esquema do tráfico... Segui você até o bar na noite do acidente, iria começar com você, esperei que ficasse sozinha, ao invés disso, se encontrou com duas amigas... E uma hora depois você já tinha bebido bem, veio falar comigo, uma de suas amigas queria me conhecer, eu disse que não gostava de louras, e pedi para trepar com você, mas se recusou mostrando a aliança, John apareceu e vocês dois começaram a discutir, fiquei furioso pelo modo que a tratou, eu... Confesso que queria esmurrar seu marido ali mesmo, você é tão linda para ser tratada daquele jeito, depois ele te tirou do local, eu e suas amigas os seguimos até o carro, ele parecia transtornado, por um momento achei que iria te bater, te colocou dentro do carro e te levou dali, eu fui atrás, só que tomei sentido contrário e encontrei com vocês quatro quadras e acelerei, batendo com tudo na lateral do carro, pegando o seu lado, desci do carro, saquei a arma e atirei em John e apontei para você que... Me olhava assustada, apertei o gatilho para matar você, John atirou em mim e errei o alvo assim que fui atingido, tentei de novo e não consegui acertar, John Me olhou e disse que eu iria me arrepender amargamente do que estava fazendo".

Bruce chora e desligou, eu chorei copiosamente, tudo veio a minha mente, eu me lembrei de cada detalhe, e de todas as vezes que nos esbarramos pela cidade, chegou a ir na delegacia se apresentando como outra pessoa, teve todas as oportunidade para me matar e não o fez, por quê?

Deixei o celular sobre a mesa e me acabei de chorar, Helena não estava na sala, estava no escritório e me deixou a vontade, olhei para a minha barriga, meu bebê não merecia um pai deste, frio e calculista, como não percebi isso antes, escondendo sua verdadeira face.

Eu tinha seu nome, agora precisava saber do restante da História, peguei o celular e fui para a próxima mensagem.

" Levei um mês para me recuperar e voltar a ativa, voltei para Chicago e estava saindo do hospital naquele mesmo dia, Jimmy meu informante me deixou a par, segui você e sua família até seu apartamento, não entendi até hoje por que quis ficar sozinha naquele apartamento... Devia ter ido para a casa da sua mãe, ficar com ela, e não sozinha... Eu não sabia, mas eu já estava apaixonado por você... Desde o dia do bar, seus olhos verdes, sua boca e sua voz ecoavam na minha mente, eu dormia com você e acordava pensando em você, tive várias chances de te matar, cheguei a ficar com a sua própria arma na minha mão, podia ter simulado um suicídio, mas não consegui... Vamos ao que interessa... John deixou um arquivo com toda a investigação que fez sobre o grupo, estava pronto para entregar ao departamento, alguém de lá de dentro o traiu, acho que foi o parceiro dele... Esse arquivo está perdido em algum lugar ou escondido, e você sabe, só não lembra, precisa revirar sua casa ou a casa de sua mãe, deve estar em algum lugar! lá vai encontrar tudo que precisa saber, e aqui está minha confissão de que sou um assassino profissional e que sou responsável pela morde de John Muphy e de muitos outros... Ache o arquivo... E faça o seu melhor trabalho Denise... Eu sei que pode fazer o melhor, confie apenas em Torres... Eu amo você... Amo o nosso filho, mas é melhor nós dois não nos vermos mais, não posso ser o marido que merece e não posso ser o pai que o nosso filho merece, eu iria estragar tudo...Seja feliz! Cuide muito bem do nosso bebê".

Desliguei o celular, meu coração estava com um rombo, fui enganada, usada, agora era eu e meu bebê, Bruce não faria mais parte de nossas vidas, seguiria em frente. Sua confissão não me ajudou muito, mas Kurt era o responsável por tudo isso, mas antes precisava do arquivo, precisava voltar ao meu apartamento e olhar tudo e a casa de minha mãe, Bruce tinha razão, poderia estar lá, em algumas caixas que John levou para guardar.

Esperei escurecer, Helena e eu jantamos e quando se deitou para dormir, saí. O relógio marcava 01:00hrs, as ruas estavam vazias, roubei um carro e segui para o meu antigo apartamento, um carro com dois homens dentro faziam a guarda, passei direto e estacionei duas quadras a frente, dei a volta no quarteirão e entrei por trás no prédio, subi a escada de emergência e entrei pela janela depois de quebrar o vidro, vasculhei a casa inteira, não achei nada, e no escuro era difícil de achar alguma coisa, fiquei lá a noite, dormi agarrada ao uniforme de John, mesmo assim meu coração estava ferido por Bruce.

O Assassino que me amavaWhere stories live. Discover now