O Assassino que me amava

Denise se sente revoltada - A volta para Os Estados Unidos

No dia seguinte segui para Las Vegas com o coração partido e ferido, tentei não pensar muito no que aconteceu na madrugada e me enfiei de corpo e alma nos trabalhos, li até minha cabeça entrar em colapso e pedir um calmante para dormir, queria tanto silenciar a minha mente como a voz de Peter na minha cabeça, fiz o meu trabalho e a noite segui para Nova York e no dia seguinte me encontrei com Torres, não comentei que tinha me encontrado com Stephan, não valia a pena, mas ele percebeu a minha revolta, mal sorria e minhas respostas eram curtas e rápidas, seguimos para o restaurante do hotel que era dona, nos sentamos, fizemos o nosso pedido, Torres me olhou.

_ Por que está tão curta e grossa?

_ Eu estou cansada, só isso? _ Respirei fundo. _ Eu estou vendo que não dá para ficar em Baldelton, a minha vida é por aqui, queria dar uma vida tranquila às crianças, mas não estou conseguindo conciliar as duas coisas... Antigamente eu era uma dona de casa e tinha Stephan para cuidar dos negócios para mim, mas agora estou sozinha... E a fabrica anda muito bem, Rey é um excelente administrador e braço direito... _ Olhei para Torres, ele sorria animado, sorri. _ Eu vou voltar Torres... E acho que venho para cá... Nova York...

_ Posso pedir transferência se quiser?!

_ Torres... Eu não posso te prometer nada agora... Eu preciso de um tempo sozinha e deixar o meu coração livre para poder amar novamente... Não quero fazer como as outras vezes... Por desespero e medo de ficar sozinha... Estou tão machucada...

Torres arregalou os olhos, bufou e jogou o guardanapo na mesa revoltado.

_ Sabe qual é o problema Denise... É que quando dou esse tempo...outro entra na minha frente e eu perco a vez... E isso já está me irritando e eu saio de Chicago para passar o dia com você, digo que abro mão do que faço para te acompanhar e ser um homem presente na sua vida e na vida das crianças e você me diz que quer distancia de mim!

_ Não faz isso Torres...

_ Meu nome é Alberto... Dá para me chamar assim uma vez na vida?... Ou você quer que eu te chame de Prescott... _ Torres estava exaltado e falando alto, me olhou feio. _ Estou a três anos sozinho... Esperando por você Denise... Minha ex vivia dizendo que casei com ela para não ficar sozinho depois que se casou com John... Eu engoli e tentei seguir minha vida... Aí John morreu e um ano depois você... Engravida do assassino do seu marido, me faz gostar dele como um amigo, depois você se envolve com o homem que quase te matou de desidratação e espancamento, casa-se com ele, engravida e some das vistas de todos... E sabe o que é pior, é que é da minha ajuda que precisa sempre que as coisas chegam em um ponto que não consegue mais sair.

Eu não sabia o que dizer, só sei que não queria ser pressionada para ficar com alguém, muito menos ele que gostava tanto, mas estava vendo que perderia sua amizade de qualquer forma, Torres ficou me olhando esperando que eu falasse algo, engoli em seco pensando em algo para amenizar aquela situação, estiquei a mão e toquei na dele carinhosamente e sorri amável tentando suavizar seu rosto, aos poucos ele foi se desmanchando.

_ Tem coisas que não contei a você que aconteceram comigo naquele lugar que... Me impede no momento de me relacionar com outra pessoa... _ Meus olhos ficaram úmidos, gaguejei para falar.

_ Eu li o relatório Denise... Eu sei o que aconteceu com você... Mas sei ser paciente e não é só sexo que procuro com você... Eu quero ser algo a mais.

_ Vamos devagar!... Pode pelo menos tentar entender essa parte? _ Franzi a testa em suplica. _ Poderia continuar a ser esse amigo caloroso?... Juro que não vou deixar outro entrar no meu coração se continuar ao meu lado e das crianças.

_ Promete Denise?... Por que não sei se consigo ver você com outra pessoa... De verdade estou cansado.

_ Alberto!... _ Sorrimos um para o outro. _ O que eu menos quero é perder sua amizade e não estou disposta a conhecer outro homem achando que ele é príncipe e depois descobrir que é pior que um sapo.