Uma razão para amar - livro um - Irmãos Villeneuve

Capítulo 10

Um mês depois

Nicolas

Já faz 30 dias desde a morte de Luigi, depois do funeral, Lorena decidiu que tinha que viajar e quem teve que vir com ela? Como sempre eu!

Na verdade ela pediu para que Enzo viesse, mas aquele pilantra tratou logo de arranjar uma desculpa de trabalho pra não vim, como se eu não tivesse uma empresa de porte internacional para administrar.

Sorte de Lorena ser uma das poucas pessoas que eu não sei dizer não!  Foram 20 dias em Nova York que eu passei angustiado querendo trabalhar e Lorena querendo fazer passeio turístico, claro que acabei fazendo suas vontades.

Ela está quase completamente recuperada, não tem mais o olhar perdido, não passa mais a noite toda chorando, na maioria do tempo tem um sorriso no rosto, mas tem sempre alguns minutos do dia que sua mente viaja pra outro lugar e tenho certeza que é nele que ela pensa.

- Vai logo Nicolas, vamos perder a hora! quer ficar aqui pra sempre é? - Lorena praticamente grita nos meus ouvidos me apressando.

- Definitivamente não! Não sei por que está tão preocupada com a hora Lorena, não tem compromisso marcada e temos um jatinho particular, podemos ir à qualquer hora!

Faz um mês que não vejo meus pais, meus irmãos... e Maria Ísis. Minha mente traidora fez questão de lembrar o tempo todo do quanto ela é bonita, do sabor que seus lábios tem, de sua língua atrevida que não para de me provocar!

Estou ansioso para voltar pra casa, não por Maria Isis e sim por...por... pela empresa! Isso! Eu estou ansioso para voltar para a Empresa.

- Quem disse que não tenho compromisso? - Lorena pergunta e ganha minha atenção.

- E tem?

- Sim, eu e Maria Isis vamos ao     parque de Buttes-Chaumont com a mamãe esta tarde! - ela diz dando de ombros.

- Eu por acaso dei folga a ela e não estou sabendo? - digo irritado e nem sequer sei o motivo

- Ah não precisa fazer isso, o Oliver já deu! - ela fala andando em direção a rua com sua mala.

- O Oliver o que? Quem deu autorização para ele fazer isso?

- Você ué, não disse para ele tomar conta da empresa enquanto estava fora?

- Sim, mas Maria Isis...

- Vai começar sua implicância com ela Nicolas? - ela pergunta parando no meio da rua com as mãos na cintura - Por que se for, eu vou para casa sozinha! - olho pra ela completamente indignado.

- Achei que EU fosse seu irmão e não essa abusada! - ela revira os olhos e volta a andar.

- Toda vez que alguém toca no nome dela você faz questão de implicar, não sei o que ela te faz.

- Isso é coisa de sua cabeça Lorena, não tenho nada contra essa garota, e nem a favor - digo dando de ombros quando entramos no carro.

- Pois deveria, ela salvou minha vida! - lembranças invadem sua cabeça e ela olha para o lado evitando contato visual - Não é suficiente?

- É, tem razão - eu digo e ela fica quieta.

São poucas horas de viagem de volta a Paris, e quando descemos no pátio de aviação da família, ela está lá.

Maria Isis está linda! corada  e sorrindo, minha mãe e Oliver estão ao seu lado. Oliver aponta o dedo em nossa direção e ela nos olha, nossos olhares se encontram e o beijo invade minha mente, maldita, que impregna meu cérebro.