Capítulo 1

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Vitor



Só tenho problema na minha vida. Hoje eu soube que o meu filho tem uma doença grave e provavelmente terá que passar por um transplante. Meu filho é tão lindo, adora correr, brincar como qualquer outra criança saudável mas infelizmente ele está doente, se eu pudesse daria minha vida a ele. Ele tem a mim e a minha família, a mãe é uma cretina assassina que destruiu a minha família. Matou a minha irmã e o namorado dela. Dafne era vida, onde estava irradiava alegria.

Mirela é o nome da infeliz que um dia teve o meu coração e o destruiu, destruindo também a minha vida, eu era louco por ela, a amava mas ela acabou com o que tivemos, a única coisa boa desse relacionamento maldito, é o meu filho que eu amo.

No início dos seus primeiros dois meses de vida, eu me culpava por tudo que aconteceu e me afastei do meu filho, eu poderia ter escondido a minha dor e cuidado dele mas eu decidi me esconder, mas o Dudu não tinha culpa de ter uma mãe mau-caráter. Eu nunca acreditei na versão dela de que era inocente,  no começo minha dor era tão grande que não soube fazer mais nada a não ser trabalhar e trabalhar para amenizar a dor que eu sentia já que isso nunca passa. 

Mas quando minha mãe precisou sair e a babá tinha faltado, ficamos apenas nós dois. Eu estava apavorado, como cuidaria dele sozinho por um dia. Minha mãe fez tudo planejado, deixou instruções na cozinha de como preparar seu leite e no quarto de como trocá-lo. Agradeço a minha mãe por ter tomado a iniciativa de me aproximar do meu filho, acho que sozinho eu não conseguiria e não sei como seria.

Esse momento foi o um dos mais importantes da minha vida como pai, alí eu soube o que era ter a responsabilidade de cuidar, proteger e educar um filho. A partir desse dia nunca mais nos separamos, até no trabalho deixei claro que viagem longa não faço mais. 

Há alguns dias o médico deixou claro que dependendo dos resultados dos exames era necessário já ter um doador para que não perdêssemos tempo buscando alguém compatível, cada minuto faz a diferença para salvar a vida do meu filho. Conversei muito com minha mãe e tomei a decisão de encontrar Mirela. 

Ela por ser mãe e ter o mesmo tipo sanguíneo as chances poderiam ser maiores. Tudo que eu queria era distância dela mas pelo meu filho eu faço qualquer coisa, inclusive ir atrás da mulher que me destruiu.

Não foi fácil encontrá-la, depois de absolvida do crime ela ainda tentou entrar em contato comigo para ver o bebê mas pedi a guarda total do meu filho, não permitiria essa mulher perto dele. Então há uns anos ela se mudou para outro estado e há dois anos voltou a cidade e trabalha como costureira em um ateliê de uma jovem estilista chamada Lara Sobral. Mora em um bairro que não é muito bom mas também, não é o pior.

Já soube da sua rotina, trabalha de segunda a sexta-feira em horário comercial. Costura também para a vizinhança. Não tem namorado, quase não sai de casa exceto para trabalhar. Quando levanto a cabeça minha secretária está parada a minha frente. 

─ Sim, Dona Andressa?

─ Estava chamando o senhor a um tempo – olho pra ela ─ Aqui estão os papéis que pediu daquele caso do Olavo.

─ Pode deixar aqui, obrigado. – ela sai da minha sala e esbarra em Murilo.

─ Já soube que o Dudu poderá passar por um transplante. – nos abraçamos.

─ É, meu filho está sofrendo. Mas estamos confiantes que tudo dará certo.

─ Você falará com ela, não é?

─ Infelizmente, talvez ela pode ser compatível ou até mesmo doar sangue para cirurgia.

─ Sabe... isso nunca deveria ter acontecido. Você tinha que ter conversado com ela. Até hoje não acredito que ela tenha feito isso.

Esse é um assunto que não gosto de tocar, não tinha o que ouvir na época e nem hoje. Quero apenas que ela salve meu filho e suma. Decido mudar de assunto.

E você quando chegou?

─ Ontem pela manhã mas preferir vir logo, fiquei uma semana fora e não quero te sobrecarregar mais.

─ Por aqui tudo está em ordem. 

─ Essa má fase passará e o Dudu ficará bem, você vai ver.

─ É o que mais quero. Mas vamos ao trabalho, temos o processo do caso do Olavo.

─ O que você acha disso? – começamos a conversar sobre o caso de um cliente encrenqueiro. Almoçamos na minha sala mesmo, Murilo estava renovado.  Depois de passarmos a tarde cuidando apenas de um caso, as cinco da tarde Murilo foi para sua sala e eu decidi ir até o trabalho de Mirela, não aguentava mais essa situação, falaria com ela. Essa mulher me tira do sério, porém, teria uma conversa franca com ela e pediria que ajudasse o meu filho.

O ateliê fica num bairro bem localizado e perto do escritório, não peguei trânsito e em quinze minutos estava sentado no café em frente ao ateliê. Aguardei uns quarenta minutos e Mirela saiu, parou na porta e ficou um tempo conversando com uma mulher. Ela e a mulher se despediram e cada uma seguiu para um lado. Paguei a conta e sai do café, atravessei a rua em passos rápidos. Algo me dizia que a partir do momento que eu a reencontrasse, minha vida não seria a mesma e nem poderia afastá-la novamente, mas meu filho acima de tudo. Reuni toda a minha força.

Chamei por ela:

─ Mirela.






Mirela

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Mirela




                                                                                                Vitor

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                                                                                                Vitor




















A Minha EscolhaWhere stories live. Discover now