Lara

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Não suportava mais ficar na mesa com o Bruno me olhando a todo instante como se quisesse me lembrar que um passo em falso e tudo estaria perdido.

Me arrependi no mesmo minuto de ter saído da mesa, pois o mesmo veio atrás tivemos uma pequena discussão e para completar o Bernardo ainda insistiu em me obrigar conversar com ele.

Fingi que aceitei mais no primeiro momento sair correndo, escutei os passos do mesmo atrás de mim e os seu gritos ficando cada vez mas próximos.

Num momento de distração acabei caindo no último degrau da escada. Assim que movimentei minha mãe percebi que tinha algo errado.

O Bernardo pela primeira vez agiu diferente comigo, o mesmo me pegou no colo e ignorou a minha vontade, aliás eu não machuquei o pé e sim a mão.

Assim que ele me colocou sobre cama ligou logo para o médico da família, não o questionei afinal tudo que eu queria era que ele fosse embora.

- Não precisava ter chamado um médico Bernardo apenas machuquei o braço. Digo entre os dentes.

Antes que o mesmo responda somos interrompidos pela porta sendo aberta, olho em direção a mesma é e vejo o médico e a mãe do Bernardo que corre na minha direção.

- Minha filha o que aconteceu você caiu da escada? Ela me pergunta aflita.

- Não se preocupe dona Vitória apenas machuquei o braço não foi nada de mais, o seu filho que e um exagerado. Digo sorrindo para tranuiliza-lá.

O médico examina o meu braço, dando o diagnóstico de uma torção. Terei que passar quinze dias usando uma tipoia que inclusive já está devidamente colocada no meu braço.

- A senhora terá que passar quinze dias com o braço imobilizado, caso sinta alguma dor peço para que tome um Torsilax que é um remédio específico para torção.

O Bernardo faz questão de agradecer ao médico por mim e o acompanha até a porta.

A dona Vitória fica comigo no quarto conversando um pouco até o mesmo voltar.

- Está vendo o que você conseguiu por causa da sua teimosia Lara?  O mesmo me repreendeu.

- Eu não queria conversar, não agora Bernardo. Digo respirando fundo.

- Meu filho sua esposa acabou de se machucar creio que não é o momento adequado para discutirem, faça isso outra hora. Respiro aliviada após escutar o intermédio de dona Vitória.

- Obrigada dona Vitória. Sorrio e começo a me levantar, eu não vou dormi aqui nem por  um decreto.

Observo o Bernardo a todo momento me encarando. Assim que chego a porta o mesmo decide se pronunciar.

- Aonde você pensa que vai? O olho incrédula, ele acha mesmo que manda em mim?

- Vou para o quarto de hóspedes tentar descansar Bernardo. Quando vou abrir a porta o mesmo me impede . A senhora Vitória olha tudo sem se quer falar alguma coisa.

Provavelmente deve estar achando que é uma briga normal de marido e mulher por isso não fez questão de se intrometer.

- Você irá dormi aqui hoje Lara, além de estar machucada, você e minha mulher portanto cumpra com o seu papel e durma ao lado do seu marido.

Inspiro e expiro rapidamente antes de responde-lo.

- Escuta aqui Bernardo eu estou exausta, me machuquei por sua culpa que não sabe respeitar as minhas decisões então por favor me deixa ir logo para o quarto de hóspedes.

Digo por fim é solto o ar  que eu nem imaginava que estava prendendo.

- Está bem Lara mais fique sabendo que não vou admitir que a minha esposa durma para sempre num quarto que não é o meu.

Ele diz com um tom ameaçador e ao contrário do Bruno eu não sentir medo ao escutar o tom de ameaça em sua voz.

- Vamos minha filha eu lhe acompanho até o quarto de hóspedes e por favor pare de me chamar de dona Vitória para você é só Vitória aliás você é a mulher do meu filho não precisar de formalidades. Sigo com a mãe do Bernardo e dessa vez o mesmo não me impede.

Dona Vitória me ajuda a apoiar os travesseiros atrás de mim, para que eu possa ficar mais confortável.

- Obrigada Vitória. A agradeço com um pequeno sorriso nos lábios me doe ter que enganar uma mulher tão boa quanto ela.

- Não precisa me agradecer minha filha, apenas descanse. Eu vou conversar com o Bernardo vocês estão brigando de mais para um casal recém casados esta situação não pode continuar assim.

Apenas faço sinal de afirmação com a cabeça, observo a mesma sair e deixo algumas lágrimas cair.

Tento dormir,  porém o meu braço está incomodando um pouco. Viro pra um lado e outro mais não consigo achar uma posição confortável para o meu braço.

Por fim desisto de tentar dormi e desço as escadas, vou para o enorme Jardim que esta casa possuí.

Desde a minha chegada eu não tinha parado para apreciar nada nesta casa, o Bruno me enganou tão bem que eu nunca desconfiei se quer que o mesmo não era o Bernardo.

A maneira como ele falava, as situações que ele criou tudo parecia mágico talvez por isso eu tenha me iludido tanto.

Agora o importante é que eu consiga fugir junto com a Amanda desta loucura toda, mais eu tenho que planejar muito bem essa fuga pois o Bruno não pode nos encontrar de maneira alguma.

Me perco em pensamentos enquanto observo as estrelas.

- Você não deveria estar aqui no relento. Me assusto ao ouvir a voz do Bruno.

- Não e da sua conta Bruno. O respondo da maneira mais grosseira possível e por causa dele que estou vivendo este inferno.

- Olha como você fala comigo Lara eu não sou o Bernardo. O olho possessa de raiva.

- É claro! Você jamais conseguirá chegar aos pés do Bernardo sabe por que? Porque você é um monstro em forma de gente, um monstro sem escrúpulos que não pensa nem na própria mãe como ela vai ficar quando descobri essa sujeira toda.

Sinto meu rosto queimar e o gosto de sangue na minha boca assim que eu termino de falar. O Bruno havia me dado um tapa. Não espero mais nada e saio correndo acabo barruando em uma parede de músculos.

Droga! E agora como vou explicar este maldito corte em minha boca? Não posso dizer que foi o Bruno ou será pior.

Doce Mentira - Livro 1 duologia Mentira PerfeitaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora