Capítulo VII

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Ficou decidido que Ravena estava proibida de andar pelos jardins ou caminhar sem rumo pelo castelo desacompanhada e após certo horário. É claro que isso criou uma revolta na garota, que ninguém se importou. 

Sem nada para fazer ela ficava na cozinha, ali pelo menos era quente e todos podiam manter seus olhos sobre a garota. Ela participava das fofocas, ria com as criadas e as vezes ajudava os cozinheiro. Quando não estava lá, ficava com Adam e as línguas afiadas começavam a rolar sobre ela.

- Gosto da garota. - alguém disse - Só gostaria de saber quem é ela.

- Ouvi dizer que ela é filha de um nobre... - uma delas falou rindo - Mas acho que deve ser um rei, uma menina tão bonita do por ser uma princesa.

- Então por que ela fugiria? - a outra retrucou - Ainda acho que ela era uma criada...

- Com mãos tão bonitas? O mais próximo que ela tem de calos vem de tocar violino. - a outra deu uma longa risada - Não importa o que ela era, o importante o que ela é agora, ou o que ela se significa para o nosso senhor.

- Acha que os dois estão... - a mulher corou dando uma longa risada maliciosa.

- Para ser tratada da forma como está, não duvido nada!

- Mas o senhor é um cavalheiro, ele não seria capaz... - a mais novas delas falou corada.

- Ele ainda é um homem! - a mais velha falou seria - E é isso que eles fazem!

- Não coloquem todos eles no mesmo saco... - Amélia disse entrando na cozinha - Não acho que Ravena tenha relações com ele, apesar deles estarem bem próximos.

- Você acha que estão... ?

- Acho que deveriam cuidar das suas vidas. - Amélia disse irritada. - O que tiver de ser, será!

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Quando podia ficava com Amélia que conversava tranquila, tratando-a como uma amiga e rapidamente passaram a ser. Amélia gostava de desabafar sobre a relação dela com Tailin e principalmente como ela havia esquentando durante os últimos dias. As vezes Ravena achava que ficava sabendo de mais.

Assim quando todos estavam trabalhando, Ravena era visitada por Adam, que tinha tomado o hábito de contar histórias um para outro, assim como refletir sobre a vida e trocar ideias, nesse momento Adam ficava encarando Ravena encantado, o que a deixava completamente sem graça.

- Seus livros favoritos são o de romance? - ele disse rindo - Apesar de suas lendas favoritas sejam as que o final seja triste?

- Qual é o problema? - ela sorriu - Romances me fazem sentir melhor, e as lendas me fazem lembrar que mundo eu vivo...

- Faz sentido. - ele riu de leve - Mas tenho de discordar com o seu gosto literário, há coisas além disso.

- Certo... - ela riu de volta - Peço desculpas por não ter sido criada em uma casa rica.

- Por outro lado mesmo em uma simples cabana aprendeu a ler e escrever, além disso, a tocar violino. - ele riu um pouco - Sua condição social não é nada.

- Eu já disse que isso no final não importa. - Ravena deu de ombros -  Além disso, essas habilidades são todas marcas do meu passado de filha de burguês. Hoje, se ainda fosse assim, eu teria outros problemas. Em outras dimensões, em vez de fugir para não casar eu deveria está procurando marido.

Adam deu uma de suas grandes pausas de reflexão, Ravena se pegou o encarando, ele ficava tão diferente nesses momentos, parecia distante para encostar, mas se ela entendesse a mão poderia senti-lo. Uma luz de raiva passou pelos olhos dele, que voltou esse olhar a ela, aquilo foi tão forte que a obrigou recuar.

Rosas Vermelhas [Concluída]Where stories live. Discover now