Capitulo três.

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- Você tem certeza que não precisa ir para o hospital? – Era a quarta vez que ela perguntava por mais que eu respondesse sempre o mesmo "não é preciso".

Por que não é, estou acostumado com essas crises de perda de sanidade. – Eu só preciso ficar sozinho. – Respondi com a voz calma e ela me encarou, em seguida, decidiu que era melhor não discutir e se despediu.

Era sábado e eu provavelmente ficaria em casa se não estivesse tão impaciente. Levantei-me da cama e vesti um calção de futebol negro e uma regata, calcei meus tênis de corrida e ajeitei meu iPod. Desci as escadas em direção à rua e segui em um passo lento até começar de fato a correr.

Corri por toda a avenida, por algumas ruas da cidade baixa e aproveitei para testar minha resistência na subida da grande lombada, assim que parei em frente a uma lanchonete, estava complemente ofegante. Aproximei-me do balcão devagar.

- Por favor, pode me ver uma água sem gás. – O atendente sorriu e em pouco tempo entregou-me a garrafa, abri a mesma e a bebi em goles fartos o bastante para que me refrescasse por dentro. Segui na direção da rua e senti uma mão tocar meu ombro suado. Virei meu corpo e acabei por encontrar Pedro.

- Correndo nesse calor? – Sorri para ele e concordei com a cabeça, tomando o último gole da água.

- Não posso perder os velhos hábitos.

- Eu imagino. Vem me acompanhar em um sorvete. – O segui, conversávamos sobre coisas banais, namorados que ele teve. O lado bom do Pedro era isto, ele nunca se importava que você não respondesse, ele podia falar durante horas sem parar, eu adorava escutá-lo falando tanto. – Lembra-se do Paulo? – Concordei com a cabeça devagar, fora outro grande amigo. – Ele se mudou para uma cidade no interior, mas esta voltando amanhã. Vai rolar uma pequena social na casa dele, você lembra onde fica não é? – Acenei novamente. – Então, aparece lá.

- Eu vou ver o que posso fazer.

- Estou feliz que tenha voltado. Senti sua falta. – Ele se virou abruptamente e me abraçou. O abracei com o melhor aperto que poderia ter e ele sorriu para mim. – O mesmo de sempre? – Tornei a apenas balançar a cabeça e quando ele se afastou, relaxei.

"Ele era alguém bom" revirei meus olhos mentalmente. Ela não conseguia ficar quieta por muito tempo se eu estivesse só.

Desviei minha atenção para um ponto qualquer até que Pedro voltasse com os nossos sorvetes, o mesmo de sempre se tratava de um sandei de baunilha com chocolate. O devorei até meu cérebro congelar e nos arrancar risadas

Caminhamos em silêncio na direção do meu apartamento e eu sorri para Pedro. Ele sorriu para mim.

- Fique bem. – Ele sussurrou.

"Essa é boa".

- Pelo amor de Deus, você pode ficar quieta. – Sussurrei e Pedro me encarou. Eu recuei.

- Isso continua? – Ele me olhou com o olhar que nos fez terminar, eu neguei rapidamente com a cabeça. – Você sabe que pode confiar em mim.

- Não está acontecendo.

- Erik.

- Foi bom lhe ver. – Beijei seu rosto e subi para meu apartamento em passos apressados, ao me jogar contra o sofá. A encarei sentada ao meu lado no sofá. A dona da voz. – Você deveria parar com isto.

"Essa é boa, quando eu parei?"

Suspirei e não pude deixar de retrucar – Qual foi? Você não pode simplesmente sumir.

MOLETOM (+18)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora