2 7 || s u i c i d e

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I don't wanna be alive
I don't wanna be alive
I just wanna die today
I just wanna die
I don't wanna be alive
I don't wanna be alive
I just wanna die
And let me tell you why

- 1-800-273-8255; Logic feat. Alessia Cara & Khalid

P.O.V Lívia Cooper

Mais uma aula tediosa, sinceramente, eu não entendo o motivo de Deus não nos ter colocado no mundo já inteligentes, nos pouparia de tanto sofrimento, tanto para nós estudantes como para os professores que não aguentam mais ver as nossas caras todos os dias.

O diretor entra na sala de aula fazendo o professor parar de escrever na lousa, acho que esse cara se acha tipo o xerife dessa escola, porque por onde ele passa as pessoas se calam e até os professores deixam de escrever, um dia o colocarei no seu devido lugar na frente de todo mundo, eu não presto mesmo.

- Lívia Cooper.- chamou meu nome. Ah não, tudo é comigo, parece que eu sou a única pessoa que estuda nessa escola, eu hein, e para piorar eu nem sei o que fiz dessa vez.- Na minha sala agora.- ordenou.

Me levantei da cadeira com muita relutância e sobre o olhar de todos da sala, desci as escadarias e lhe acompanhei até sua sala, durante o caminho várias perguntas surgiram na minha cabeça: "será que colocaram uma máquina que ler mente em mim e ouviram quando eu pensei em como seria legal colocar um sapo dentro da calça do professor de química?" "Se colocaram mesmo essa máquina em mim será que acabaram de ouvir essa minha confissão?".

- Entre.- abriu a porta para mim.

Entrei na sala e não acreditei no que meus olhos estavam vendo, minha mãe estava parada com sua postura elegante e seu salto de vinte centímetros olhando para mim por de baixo do seu óculos escuro, senti um arrepio subir pela minha espinha fazendo todos os meus pêlos subirem, minha vida está indo tão bem sem a sua presença, por que ela tinha que aparecer?

- Oi filhinha.- sorriu daquela sua forma doentia.

- Oi mamãe.- retribuí o sorriso.

- Sua mãe veio lhe visitar Lívia, ela disse que estava com saudades e que tinha grandes notícias para lhe dar.- o diretor falou sorrindo.

- Pois é filhinha, eu tenho grandes notícias para você mas antes quis saber sobre seu comportamento e devo admitir que não fiquei surpresa ao saber que você já esteve outras vezes aqui e que teve desentendimentos com seus professores e colegas.- falou no seu tom mais calmo possível e isso me assusta.

- Foi a educação que você me deu querida.- sorri falsa.

- Pois é né, agora tenho que ir porque estou com pressa, mas você pode me acompanhar até lá fora para eu lhe contar a grande notícia?- falou educadamente.

- Claro mãe.- aumentei meu sorriso.

- Foi um prazer lhe receber senhora Cooper.- nosso diretor falou com toda sua fineza.

- O prazer foi meu, até a próxima.- fingiu estar lisonjeada.

Caminhamos em direção a porta, ela abriu saindo primeiro e eu fui logo atrás, fechei a porta e lhe encarei tirando aquele sorriso falso da cara, mas por outro lado ela continuava sorrindo e aquilo já estava começando a me irritar.

- Só queria que você soubesse que o processo foi reaberto.- sorriu daquela mesma forma de lá dentro e virou as costas indo embora.

Fiquei ali parada sem qualquer tipo de reação, como assim o processo foi reaberto? Achei que todo esse inferno já tinha acabado, mas não, a droga desse processo foi reaberto, eu terei que novamente ser acusada de homicídio, mas agora é diferente, eu não tenho mais quinze anos, daqui a alguns meses eu completarei dezoito e já poderei responder pelo meus erros criminalmente, eu não quero ter que olhar de novo as fotos daquele acidente, eu não quero ter que reviver tudo aquilo novamente, eu só quero ser feliz, ter uma vida normal.

Meus pés pareceram ter vida própria e correram o mais rápido possível em direção ao meu quarto, por sorte não havia quase ninguém nos corredores por ser horário de aula, eu já chorava descontroladamente. Abri a porta do meu quarto desesperada e bati ela com força, fui até o criado-mudo e abri tirando minha lâmina, caminhei até o banheiro e liguei o chuveiro me sentando de baixo dele.

A água gelada caía sobre meu corpo se misturando com minhas lágrimas, estiquei meu braço direito e comecei a passar a lâmina na parte de cima, fui descendo fazendo corte por corte até chegar no meu pulso, a água batia nos cortes fazendo aliviar a dor, o sangue escorria diretamente para o ralo fazendo os cortes ficarem apenas com um tom avermelhado, apoiei a lâmina no pulso e fechei os olhos deixando as lágrimas caírem livremente.

De uma coisa eu tenho certeza, eu não quero está viva, eu estou cansada, eu não aguento mais viver com essa culpa angustiante no meu peito, querendo ou não o fantasma do meu irmão sempre irá me assombrar, não posso mais conviver com minha mãe colocando a culpa em mim, não posso conviver com seu ódio, sei que toda vez que ela me olha se lembra da perda do marido e do filho, eu irei lhe poupar sofrimento, o mundo será um lugar melhor sem minha presença.

O Gustavo, a Mia, o Thomas e a Megh irão conseguir superar minha morte, logo irão arranjar outra amiga e Lívia Cooper será apenas uma memória vaga. Não penso duas vezes e faço o corte mais profundo que eu consigo fazendo jorrar muito sangue do meu pulso, devo ter acertado alguma veia, faço o mesmo com o pulso esquerdo e respiro fundo esperando apenas a morte vim.

Sinto meu corpo começar a relaxar, a água agora entra pela minha boca e eu não tenho controle sobre isso, meu corpo começa a tombar para o lado e meu coração começa a bater cada vez mais fraco, busco desesperadamente por oxigênio mas ele também parece faltar, não me lembro de muita coisa depois disso, só que a escuridão começou a tomar conta, a vida começou a ir embora, e foi aí que eu pude racionar que havia morrido.

Sempre pensei que morrer era como dormir, tudo ficaria escuro e pronto, você está morto, mas não foi isso que aconteceu, as coisas começaram a ficar bastante claras e meu irmão apareceu sorrindo para mim da mesma forma que ele estava quando apareceu no meu quarto, eu me sentia tão leve como uma pluma e meu corpo foi invadido por uma sensação de paz, então finalmente a escuridão apareceu.

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Oi coalas, tudo bom com vocês?

Nada a declarar sobre esse capítulo, só quero dizer que eu me esforcei bastante para ser o mais real possível, o pensamento suicida, a sensação antes de morrer, vocês podem ter certeza que eu dei tudo de mim, me coloquei no lugar da Lívia e busquei lhe entender, sério mesmo, eu escrevi esse capítulo escutando a música do começo do capítulo e no quarto toda deprê, eu me entreguei de corpo e alma para tomar o lugar da personagem, então espero mesmo que vocês tenham gostado e entendido.

Até amanhã, bjundas para vocês ;*

Uma Louca No InternatoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora