Prólogo

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Um grito solitário ecoa por entre as paredes do castelo.

    E com ele os lamentos de toda uma raça.

A morte foi natural.
                                                  Não foi?

   O rei estava morto.


     Enquanto o conselho era convocado as pressas, os gritos da rainha podiam ser escutados nos quatro cantos do castelo, era estranho ao restante dos moradores do local todo aquele lamento, a vida dos elfos em geral era muito longa, e marcada por muitas perdas, o que geralmente tornava a aceitação da morte mais facíl.

   Eles partiam do principio que tudo era passageiro, incluisive, a vida.

   Logo os gritos param, o silêncio finalmente se faz presente, um ou outro cantarolava uma canção triste, expressando sua tristeza de forma contida mantendo a calma.

   A rainha olha o corpo de seu marido inerte sobre a cama, ele era cerca de dozentos e cinquenta anos mais velho do que ela, e a pureza de sua linhagem elfica era visivel em seus traços.

   Seus olhos de um azul profundo contrastavam com sua pele negra, seu cabelo branco era cortado sempre reto e a exatos dois dedos abaixo do ombro.

   Tudo foi muito rápido, uma doença misteriosa, febre alta, tonturas, o rei definhou rapido e misteriosamente.

   Maya se levantou, juntou as mãos do marido encima do corpo ainda morno, separou uma roupa para o vestirem no enterro, foi até a porta e chamou um criada para que providenciasse a retirada do corpo do quarto, voltou e deu uma ultima olhada no marido e amigo no qual dividira os ultimos anos lhe deu um beijo na bochecha, e foi para o banho.

   Ela se demorou o suficiente na banheira para que seus logos dedos ficassem enrugados, a água quase fervendo que as criadas trouxeram já se encontrava fria.

   Finalmente tomou coragem e saiu de lá, uma criada já estava a postos com a tolha, o vestido leve e em tons claros já se encontrava pendurado em um cabide de madeira escura, a sua espera.

   Já pronta Maya dispensou getilmente as criadas e retornou para o quarto principal, a cama agora com novos lençóis, se encontrava arrumada e o local cheirava a incenso de canela, as janelas se encotravam abertas para que todo vestigio de doença fosse levado pelo vento que sacudia as cortinas.

   Decidida Maya arrumou uma pequena bolsa com algumas roupas leves, duas adagas com adornos em ouro e prata e todo dinheiro que conseguiu, ela já andara com os ciganos e lembrava do quão mais facíl tudo era com algumas moedas de ouro na mão, se tudo desse errado ela voltaria pra eles, sempre seria bem vinda ali, pegou um vestido e enrolou a bolsa, colocou o vestido no fundo do baú e saiu do quarto. Enquanto caminhava, ela comprimentava alguns criados e guardas, passou pelo pequeno salão e desceu as escadas, apesar de sua dor ela estava conformada, talvez fosse melhor assim.

    Atravessou o salão principal, com passos rapidos e firmes, entrou na sala de reunião onde muitos de sua raça já se reuniam, eles deixaram seus afazeres por um momento, a observando de cima a baixo, ela já  tinha se - acostumado, não importa quanto tempo passasse ela nunca escapava desse tipo de olhar.
  
   Ela não se deixou abalar, encostou a porta e esperou pacientemente até que todos se pusessem de pé e fizessem a reverencia. O corpo do marido mal esfriara e os nobres já lhe faltavm com respeito, isso talvez fosse ser mais dificil do que ela esperava.

   Ela desceu cuidadosamente os pequenos degraus, segurando levemente a barra do vestido, caminhou em direção à mesa redonda, que ocupava boa parte do salão, ao sentar se, os membros do conselho se entre olharam e se sentram, despejando informações e questionamentos em cima de Maya.

   Ela ouvia tudo atentamente, e questionava o que fariam agora e quem ficaria a frente de que, recalculava algumas dívidas e garantia a permanência de alguns acordos. Cerca de quatro horas depois a reunião terminou.

    _ Acho que resolvemos tudo por hora - ela disse se levantado e observando cada um dos nobres – após o enterro, vamos providenciar uma nova reunião, dessa vez com todos os lideres do qual temos qualquer tipo de relação comercial, seja de compra ou venda.

  _ Irei me certificar de que todos sejam comunicados, cuidarei de tudo pessoalmente – Talião falou á enterrompendo, com um sorriso no rosto – a algumas coisas das quais uma dama dever ser poupada, a questão financeira é uma delas, porque não se preocupa em organizar um chá da tarde? Muitos dos nobres traram suas companheiras.

   _ Acho que é bom deixar algumas coisas claras desde já, primeiro eu não vou admitir esse tipo de afronta no meu conselho – Maya falava olhando para cada um dos membros do conselho, que ainda mantinham um um ar de risada no rosto pelo comentario recem feito – eu ficarei sim a frente dos assuntos do reino e espero que tenha o minimo de respeito de vocês, caso contrario serão convidados a se retirar da corte. Não vou cometer o erro de deixar que tomem decisões por min.

   _Talvez vossa majestade queira pensar melhor - disse Talião se pondo de pé - as coisas podem se tornar difíceis.

   _Na verdade não a dificuldade alguma - Maya respondeu rispida - não vou abrir mão do direito de governar junto ao conselho.

   _ Na minha opinião Vossa Majestade ainda está muito abalada - disse Talião enquanto se servia de mais um pouco de chá - aconselho que repense suas decisões.

   Quando Maya ia protestar novamente, os guardas que antes ocupavam o canto da sala começaram a se aproximar, os membros do conselho se entre olharam e sorriram, em uma cena no mínimo macabra, Maya olhou para todos e correu.

   Quando Maya ia protestar novamente, os guardas que antes ocupavam o canto da sala começaram a se aproximar, os membros do conselho se entre olharam e sorriram, em uma cena no mínimo macabra, Maya olhou para todos e correu

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