03. Catherine & Bruno

178 27 447
                                    

Subi pela escada que estava grudada na parede do muro, recostei a mão para cima encontrando a janela de vidro. Mantive a determinação de quebra-la enquanto esmurrava com o punho, finalmente quebrei-a após alguns minutos de dor, posicionei meu corpo estrategicamente pelo vidro quebrado e arrastei para dentro pulando no chão como uma raposa astuta.

Senti uma pequena dor no quadril, vejo alguns arranhões. Sabe aquele momento que parece que o seu mundo para? Isso acontece quando vejo Bruno.

Quando cheguei perto acabei abraçando com certa força, ele me encarou abatido.

— Saia daqui, ele pode voltar. Esqueça que existo, vá agora! Cuida...

— Eu vim até aqui sabendo dos riscos, então cala boca e agradeça. — selei seus lábios com um beijo demorado, ele contribuiu cedendo ao desejo.

Levantei procurando por ferramentas para quebrar o que prendia, vejo um pequeno armário em baixo da escada caracol que estava atrás de Bruno. Abri e sorri, peguei o machado.

— Vamos quebrar essa merda!

Levantei para cima o machado e bati na corrente grudada na parede, no início ainda estava intacta. No entanto bati diversas vezes imaginando o assassino sendo massacrado.

Após ter quebrado, volto para frente de Bruno para quebrar as que ainda estão coladas no metal da escada acima, novamente quebrei depois de algumas batidas. Olhei diretamente para o que faltava quebrar, o que prendiam suas mãos e pés.

— Finalmente a doce Catherine chegou.

Levei um susto. O homem mascarado aparece em nossa frente, sua voz continua indecifrável, pois usava um aparelho.

— Nos deixa em paz, maldito! Não fizemos nada para merecer essa droga!

Ele riu. De repente derrubou o aparelho que mudava sua voz, em seguida quebrou pisando em cima.

— Você ainda não descobriu quem sou, isso meio que decepciona. Uma criança inteligente acaba se tornando burra pelas emoções. Tudo no final foi por culpa de vocês, minha querida.

— Primeiro não sou sua querida, segundo se soubesse quem você é tudo seria fácil.

Bruno mexeu as correntes das mãos, olhei na hora para o garoto que olhava.

— Você não facilita as coisas, ruiva.

Sorri nervosa.

— Conta para ela, Bruno. Quem matou, Derek? — Vejo o revólver em suas mãos enquanto remexia para os lados como se estivesse brincando.

— E-eu o matei...

Abaixou a cabeça evitando olhar para mim, vi as lágrimas descerem pelo seu belo rosto.

O homem armado atira na parede chamando minha atenção. Sorrindo aponta arma para mim e sem rodeios atirou.

Dizem que quando estamos pertos de morrer a nossa vida passa diante de nossos olhos como se pudéssemos ver nosso coração acelerar conforme os anos que passou. Mas todo o armazenamento das minhas lembranças estavam congeladas e escondidas em algum canto da memória.

Congelei de medo ao reparar que nada sentia, não houve dor. Olhei desesperada para Bruno que fitava-me assustado, soltei um suspiro de alívio.

Ele estava bem.

— Você nunca foi meu pai!

Essa voz, não pode ser. Então encarei o psicopata cambaleando para trás com a mão no peito que sangrava, quando caiu no chão pude ver quem atirou.

Cadê você, Bruno?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora